Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Camila Maria Felipe Vega - Psicólogo CRP 04/40773
Transtornos de conduta são geralmente vistos em crianças e adolescentes. Eles envolvem padrões de comportamentos repetitivos e de caráter negativo, os quais frequentemente resultam em conflito com outros indivíduos da mesma idade ou com adultos. Estudos apontam que 9% dos meninos e 4% das meninas com menos de 18 anos apresentam algum transtorno de conduta.
ÍNDICE
O que é transtorno de conduta
É comum crianças e adolescentes apresentarem alguns problemas de comportamento durante o seu desenvolvimento. A má conduta, conhecida como birra ou manha para as crianças e insolência para os adolescentes, é comum de vez em quando.
Muitos pais se encontram em posições em que precisam respirar profundamente e contar até dez diante de uma resposta atrevida ou atitude mimada. Esses desafios momentâneos fazem parte do processo de criar um filho.
Um padrão persistente de comportamentos perturbados e/ou violentos, no entanto, pode indicar a existência de um transtorno de conduta.
Subtipos de transtornos de conduta
Existem três subtipos de transtornos de conduta.
O primeiro aparece na infância, geralmente em meninos com menos de dez anos, e se caracteriza pela agressividade física e relacionamentos disfuncionais com familiares e colegas de escola.
Já o segundo subtipo aparece na adolescência. A agressão não é tão intensa quanto na infância, mas, se estiver com um grupo de amigos mal intencionados, o adolescente tende a ceder à pressão dos companheiros e cometer atos ilícitos. A predominância de pacientes costuma ser do sexo feminino.
Por fim, o terceiro subtipo tem como principal característica a falta de especificidade, sendo possível aparecer em qualquer idade.
Quais os sintomas dos transtornos de conduta
Os sintomas podem variar de criança para criança e, ainda, de intensidade. A seriedade dos mesmos pode ser classificada como leve, moderada e severa. Crianças com transtorno de conduta podem ter autoestima baixa e frequentemente fazer birra ou permanecer irritadas no dia a dia.
Os sintomas principais geralmente envolvem:
- Violação das regras: a criança ou adolescente age contra as regras sociais aceitas pela sociedade ou faz coisas inapropriadas para a sua idade. Matar aula, fingir estar doente para evitar compromissos, ser sexualmente ativo, usar drogas ou álcool e fugir de casa são algumas dessas condutas.
- Agressividade: a criança ou adolescente expressa comportamentos que ameaçam ou causam ferimentos físicos aos outros. Isso inclui bullying, ameaças, xingamentos, brigas na escola e em casa, uso de armas (se estiverem ao alcance), crueldade contra animais e forçar outros a fazerem atividades sexuais.
- Comportamento destrutivo: a criança ou adolescente faz vandalismo, quebra objetos e brinquedos e destrói a propriedade alheia, podendo até causar incêndios.
- Comportamento enganoso: a criança ou adolescente rouba de lojas ou de outras pessoas e mente de forma compulsiva.
- Comportamento antissocial: a criança ou adolescente não se relaciona com outros ou o faz por interesse, não possui amigos próximos e é insensível aos sentimentos e ao bem-estar alheio. Além disso, interpreta o comportamento dos demais como agressivos ou ameaçadores, fugindo da realidade, e sente necessidade de reagir.
- Baixo rendimento escolar: a criança ou adolescente deixa de se importar com o seu desempenho escolar ou exibe dificuldades de aprendizagem. As notas baixas costumam ser o principal sinal de alerta aos pais.
A criança ou adolescente pode não ter consciência de que sua conduta é errada e causa sofrimento a quem está ao seu redor, expressando pouco ou nenhum remorso em relação às consequências de seus atos.
Quais são as causas de transtorno de conduta
Uma combinação de fatores biológicos, ambientais, genéticos e psicológicos pode contribuir para o desenvolvimento do transtorno.
Muitas crianças que possuem transtorno de conduta podem ter outras condições mentais, como alterações de aprendizado, depressão, Transtorno de Hiperatividade e Déficit de Atenção (TDAH), e transtornos de ansiedade.
Lesões no cérebro também podem ser fatores que contribuem para o aparecimento de condutas inadequadas. Estudos sugerem que crianças com transtorno de conduta também podem ter alterações em seu funcionamento cognitivo e, por isso, serem incapazes de seguir regras e sentir remorso.
Lares disfuncionais, onde a criança é negligenciada ou abusada, costumam ser a causa principal dos transtornos de conduta. A vivência nesses ambientes tóxicos pode causar traumas que perduram por anos. A falta de disciplina eficiente também pode levar a um transtorno, mas de intensidade mais leve.
A existência de condições mentais na família é um fator de risco já que algumas podem ser transmitidas geneticamente e agravar os sintomas do transtorno de conduta.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico é feito através de observações do comportamento da criança ou adolescente. Assim que os pais notarem a repetição de condutas incomuns, já podem levar o filho ao psicólogo para que seja feita a observação do profissional. O tratamento tende a ser mais efetivo e rápido quando o diagnóstico é feito com antecedência.
As condutas atípicas devem ser recorrentes e interferirem não somente na vida do indivíduo que possui o transtorno como também na de pessoas próximas. Por exemplo, irmãos, primos, coleguinhas da escola, filhos de vizinhos, professores, parentes e, é claro, os pais. Elas devem, ainda, afetar o desempenho na vida escolar, social e familiar.
Muitos pais ainda hesitam em levar os filhos ao psicólogo ou ao médico por vergonha e/ou medo de possíveis retaliações ou julgamentos do restante dos familiares.
Entretanto, devem se lembrar de que se trata da saúde mental e física do próprio filho ou filha. A imagem perante os parentes, os amigos ou a sociedade não deve ser uma preocupação nesse caso.
Se a criança não receber tratamento adequado, a tendência é que ela se torne um adolescente antissocial e agressivo o qual, por sua vez, se tornará um adulto antissocial e agressivo. O transtorno de conduta pode até mesmo evoluir para um transtorno de personalidade na fase adulta. Nesses casos, o tratamento costuma encontrar muitos desafios.
Como é o tratamento
O tratamento para o transtorno de conduta depende da situação de cada criança. Para sintomas mais severos, formas de psicoterapia mais intensas são recomendadas.
Os fatores ambientais também devem ser considerados, pois, em alguns casos, retirar a criança de onde ela vive pode apresentar grandes benefícios para a sua saúde mental. Como as crianças não interpretam as emoções da mesma forma que os adultos nem possuem a mesma capacidade para expressá-las, podem extravasar a frustração por meio de comportamentos inusitados ou violentos.
As condutas agressivas, nesse caso em particular, podem ser respostas a uma falha no processo de adaptação (casa, escola, cidade, amizades, segundo casamento) ou a uma perturbação no ambiente (criminalidade, ambiente ameaçador, violência, negligência).
Psicoterapia
A psicoterapia é comumente recomendada para tratar a criança ou adolescente com transtorno de conduta. O tratamento costuma ser difícil por conta da ausência de conhecimento do paciente sobre os seus comportamentos negativos.
A Terapia Cognitivo-Comportamental pode ajudar indivíduos a desafiarem seus pensamentos e comportamentos nocivos, estabelecendo meios alternativos de pensar e agir. Além disso, é especialmente eficaz quando há o diagnóstico de outros transtornos, como Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
A Terapia Familiar também é frequentemente recomendada para ajudar os entes queridos a compreenderem a condição da criança ou do adolescente e melhorar a comunicação entre os membros da família.
Em alguns casos, o uso de medicamentos é prescrito pelo médico para complementar o tratamento psicoterapêutico. Porém, é preciso conversar com o psiquiatra para saber se o uso é necessário ou não e como deve ser feito.
Como deve ser a postura dos pais
O transtorno de conduta, a princípio, pode ser confundido com “má criação”.
A reação inicial dos pais, tutores ou adultos próximos é brigar ou castigar. Pedir para a criança ou o adolescente cessar o comportamento destrutivo e agir melhor, comparando-os com irmãos ou primos da mesma idade “bem educados”, não é a solução.
Essa atitude aumenta o abismo entre a criança ou o adolescente e os pais, tornando o convívio mais difícil. Os pais podem (e devem!) chamar a atenção dos filhos quando eles se comportam mal, mas da maneira correta.
O recomendado é disciplinar com paciência. Para saber como fazê-lo, procure por um psicólogo e aplique as orientações do profissional da saúde mental no cotidiano familiar.
É comum a escola também ser envolvida no tratamento para que os professores estejam cientes do comportamento da criança ou do adolescente. Eles podem se tornar grandes aliados para garantir o sucesso do tratamento. Porém, a decisão de incluir pessoas fora do contexto familiar deve ser tomada pelos pais e debatida com o psicólogo.
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Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Juliana é graduada pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em Saúde Mental (IPEMIG) e Psicologia do Trânsito (UNIP). Possui também aperfeiçoamentos no HC-FM-USP- SP - em Terapias Cognitivas Comportamentais nos transtornos de ansiedade
Valor R$ 180
próximo horário:
21/nov. às 09:00hs -
Wander R. Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO Psicólogo Wander Rodrigo da Silva é graduado em Psicologia pela Universidade Guarulhos e detentor de MBA em Gestão de Pessoas, também pela Universidade Guarulhos. Desde então, vem realizando cursos de especialização, sendo o primeiro deles em Psicanálise pela Setting – Estudos em Psicanálise.
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Autor: psicologa Camila Maria Felipe Vega - CRP 04/40773Formação: A psicóloga Camila Vega é Mestre em psicologia pela PUC Minas. É Pós-Graduada em Terapias Cognitivo Comportamentais (PUC RS), em Neuropsicologia (Instituto Israelita Albert Einstein-SP), bem como em Psicopedagogia (Centro Universitario Unibh).