Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Giovanna Silva Matos - Psicólogo CRP 06/166973
Os traumas oriundos de experiências do passado podem afetar (e muito) a vida das pessoas.
Os planos do presente para a vida amorosa, profissional e pessoal podem não estar dando certo por conta de emoções mal digeridas.
Segundo psicólogos, é importante tratar assuntos do passado que são difíceis de esquecer.
As pessoas muitas vezes escolhem fingir que questões de outrora não as afetam mais. Entretanto, fugir e ignorar esses incômodos emocionais pode transformá-los em problemas maiores.
Como os traumas se formam?
Os traumas psicológicos podem ser descritos como um “dano” à mente causado por um evento que gerou níveis extremos de estresse.
A intensidade das emoções sentidas na ocasião supera a capacidade do indivíduo de lidar com elas.
Dessa maneira, ele é tomado pelo pânico, estresse, medo, tristeza, raiva, entre outros.
Esse evento pode ficar marcado na mente do indivíduo por muitos anos, mesmo quando ele não se lembra totalmente dele, ou ser digerido da maneira mais fácil para ele.
Sendo assim, nem todas as pessoas que passam por experiências traumáticas ficam traumatizadas ou apresentam os mesmos sintomas.
São muitos os aspectos que influenciam na capacidade de uma pessoa de lidar com um trauma: rede de apoio sólida, experiências de vida, personalidade, grau de resiliência e inteligência emocional e acesso a meios de tratamento, como a psicoterapia.
Logo, é impossível prever como uma pessoa vai reagir à um evento traumático.
Quando o trauma danifica a saúde mental, as lembranças são “guardadas” no inconsciente do indivíduo para prevenir o seu sofrimento.
Ocasionalmente elas podem ser trazidas à tona mediante o encontro com gatilhos emocionais, como sons, aromas, situações e comportamentos específicos.
Esses fatores lembram do acontecido de alguma maneira, desencadeando fortes reações emocionais.
O indivíduo pode sentir que está revivendo o sofrimento do passado e ter um ataque de pânico. Tipicamente, isso acontece quando há o diagnóstico do Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT).
Efeitos dos traumas mal resolvidos na vida cotidiana
Embora seja doloroso, é preciso tratar os traumas psicológicos. O tratamento envolve o confronto de emoções e lembranças desagradáveis para que o indivíduo consiga digerir o acontecimento de maneira saudável. Esse trabalho emocional é feito na psicoterapia, com a ajuda do psicólogo.
Quando o trauma permanece com a pessoa traumatizada, quase como de maneira indigesta, ele pode acometer múltiplas esferas do seu cotidiano e reduzir a sua qualidade de vida.
Para você compreender melhor a gravidade dos impactos de um trauma, separamos seis modos como o presente é afetado.
1. Efeitos no corpo físico
Quando nos sentimos ameaçados, o organismo libera hormônios chamados cortisol e adrenalina.
Os músculos ficam tensionados, a mente em estado de alerta e o coração acelerado.
Essa é a resposta automática do nosso corpo para enfrentar uma situação difícil ou para fugir visando a autopreservação.
Grandes injeções de adrenalina e cortisol na corrente sanguínea se tornam prejudiciais com o tempo.
Eles estimulam o surgimento de doenças cardiovasculares, causam mal-estar emocional, geram enxaqueca e queda de cabelo, aumentam a gordura abdominal e retenção de líquidos, entre outras consequências.
A pessoa traumatizada sente com mais frequência esses efeitos negativos por ser ocasionalmente atingida pelas memórias desagradáveis do trauma.
Como a mente e o corpo acreditam estar revivendo o momento ruim, o cortisol e a adrenalina são despejados no organismo.
2. Efeitos no cérebro
Uma das funções primárias do cérebro é nos manter seguros. Ele converte experiências em memórias.
Quando a experiência é muito estressante e não conseguimos lidar com ela, o cérebro passa a trabalhar em dobro.
Dessa maneira, situações que podem nos causar um sofrimento semelhante são evitadas ao máximo.
O cortisol e a adrenalina liberados com as memórias do trauma e a ansiedade perante acontecimentos similares podem modificar o delicado equilíbrio químico do cérebro.
É assim que algumas pessoas desenvolvem TEPT enquanto outras convivem com níveis altos de ansiedade e pânico.
Outro possível efeito do trauma no cérebro é o encolhimento do hipocampo, a área do cérebro responsável por estocar memórias e diferenciar entre vivências do presente e do passado.
Alguns estudos demonstram que o hipocampo pode diminuir em razão da grande quantidade de estresse, prejudicando a capacidade do indivíduo de distinguir o que é presente e passado.
3. Efeitos na memória
Traumas mal resolvidos podem impactar quatro tipos de memória:
- Memória semântica: responsável por guardar o conhecimento geral;
- Memória episódica: responsável pelas lembranças acerca de um acontecimento;
- Memória emocional: responsável por guardar as emoções sentidas durante uma experiência de vida; e
- Memória processual: responsável por guardar o conhecimento “automático”, que nos ajuda a efetuar afazeres sem pensar.
O trauma pode prevenir que informações simples, como palavras, imagens e sons, sejam processadas e transformadas em uma memória semântica coerente.
Também pode afetar a memória episódica, fazendo com que a pessoa não se lembre do trauma ou se lembre somente de fragmentos.
Do mesmo modo, o trauma pode modificar padrões operacionais da memória processual e tornar a pessoa sensível a gatilhos emocionais. Ao se deparar com algo que lhe remete ao trauma, ela sente todas as emoções guardadas pela memória emocional.
4. Efeitos na saúde mental
Como dito, uma das principais consequências do trauma na saúde mental é o Transtorno de Estresse Pós-traumático.
Além de causar reações intensas a gatilhos e trazer memórias do trauma através de flashbacks, a pessoa com TEPT também pode sofrer de dissociação e despersonalização.
Na dissociação, acontece o rompimento da consciência, resultando em distorções de memória, intepretações errôneas da realidade e senso de identidade deturpado.
A pessoa também pode sofrer com perda de memória e de noção do tempo.
Já na despersonalização, ela sente como se estivesse observando a si mesma, vivendo fora do seu corpo. A sensação é de não possuir controle sobre os seus pensamentos e ações e, ainda, ter percepções irreais dos ambientes.
Outras condições que podem aparecer são depressão, ansiedade generalizada, transtorno do pânico, fobia social, agorafobia, transtorno de bipolaridade, transtorno obsessivo-compulsivo, entre muitos outros.
A suscetibilidade a essas patologias psiquiátricas depende do histórico de saúde, vivência, personalidade e inteligência emocional de cada pessoa.
5. Efeitos no comportamento
A pessoa traumatizada pode desenvolver diversos comportamentos sociais inadequados, como o evitamento de pessoas e ambientes.
Ela pode fazer isso para tentar reduzir o encontro com possíveis gatilhos, prevenir crises de ansiedade, por não ter vontade de se socializar, ter medo de conhecer pessoas e formar novas amizades, e ser vigilante em excesso.
Ela não se permite viver e aproveitar as experiências de vida da maneira como deveria, o que pode causar sentimentos de inadequação e afastamento social.
Por exemplo, ela pode sentir que não se encaixa em nenhum lugar e, por isso, não vale a pena tentar fazer diferente.
Para fugir das emoções negativas, a pessoa traumatizada também pode desenvolver maneiras pouco saudáveis de lidar com elas.
Na tentativa de se anestesiar, pode recorrer a compulsões (alimentar, compras, jogos, etc.), ter condutas impulsivas, se automedicar, se automutilar e fazer uso de substâncias químicas.
Outro efeito negativo preocupante no comportamento é a necessidade de “reencenar” vivências traumáticas.
A pessoa busca, consciente ou inconscientemente, reviver e recriar traumas do passado no presente.
Ela pode ter o desejo de mudar o rumo da situação para que não acabe da mesma forma que antes, ou por sentir um certo conforto em viver um acontecimento tão similar ao do passado.
Mesmo que não tenha gostado da vivência anterior, ela se sente segura com a previsibilidade.
6. Efeitos na autoestima
A autoestima do indivíduo que sofreu trauma pode ser extremamente baixa. Ele pode ter problemas para se ver como alguém competente, bem como para gostar da sua aparência e acreditar que merece ser amado.
Com o passar dos anos, ele pode adotar uma postura excessivamente retraída para tentar gerenciar os efeitos negativos do trauma.
Por exemplo, o indivíduo pode escolher se anular por acreditar que seus gostos, desejos e anseios são portas de entrada para novas experiências negativas.
Já que a sua autoestima é baixa, outras pessoas podem se aproveitar da sua insegurança, levando-o a viver situações desagradáveis outra vez.
O indivíduo pode interpretar essa vivência similar à do passado como uma confirmação de suas incapacidades.
O que fazer para tratar um trauma?
Como dito, os traumas são tratados na psicoterapia.
Pessoas que passaram por experiências estressantes e/ou ameaçadoras podem buscar a ajuda de psicólogos para aprender a lidar com as emoções negativas remanescentes dessas vivências.
Essas experiências podem ser bullying, acidentes, agressões, abusos, abandono e qualquer situação que cause extremo desconforto emocional e psicológico.
Psicólogos para Traumas
Conheça os psicólogos que atendem casos de Traumas no formato de terapia online por videochamanda:
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Isis Pacheco
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Consultas por vídeoA psicóloga Isis Pacheco tem especialização em Gestalt Terapia e formação em atendimentos voltados a crianças e adolescentes, pelo Instituto de Gestalt de São Paulo.
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próximo horário:
15/jan. às 09:00hs -
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Consultas presenciais
Consultas por vídeoA Psicóloga Leonilda Castilho é graduada pela UNESP - Bauru, com MBA em Gestão de Pessoas. Possui vários cursos voltados para a prática clínica, além de formação em Avalição Psicológica.
Valor R$ 150
próximo horário:
15/jan. às 18:00hs
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Autor: psicologa Giovanna Silva Matos - CRP 06/166973Formação: A psicóloga Giovanna Matos é graduada em Psicologia pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU e pós graduada em Psicologia Sexual, Psicologia Escolar e Educacional, e Psicanálise, Psicoterapia e Psicopatologia do Adolescente.
Parabéns… Seus posts são muito explicativos. Me deu uma noção exata das consequências de não tratar da saúde mental e psicologica. Obrigada
Olá, Arlete! Fico contente em saber que você gostou do conteúdo! Você também pode assinar a nossa newsletter para receber todos os conteúdos que são publicados em tempo real! Basta se inscrever clicando aqui. Espero que você goste!
bom dia, gostei muito de ler esse posts, serviu pra mim, faço tratamento .
obrigada…
Maria.
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Bom dia .
Estou precisando muito de ajuda de traumas marcados em mim.
Pois eu tinha um relacionamento e deixaram muitos traumas .
Coloquei um fim no relacionamento
E hj estou com uma pessoa maravilhosa , mais ainda levo os traumas em minha vida .
Preciso uito da ajuda pra poder não afetar esse meu casamento por favor me ajudem
Paula, conversar com um psicólogo é o mais indicado nesse caso, para encontrar as raízes desses traumas e ressignificá-las. Avalie a possibilidade de agendar uma sessão.