Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Adriana Rocco Deiques - Psicólogo CRP 07/08675
O burnout, reconhecido pela OMS como doença associada ao trabalho, ainda é um fenômeno complexo e cercado de pontos de interrogação. Uma das principais dúvidas relacionadas é como tratar burnout.
A síndrome foi identificada em 1974 pelo psicólogo norte-americano Herbert J. Freudenberger, que identificou que certos aspectos do trabalho podem influenciar seriamente a saúde mental e física de uma pessoa.
No Brasil, aproximadamente 30% dos trabalhadores brasileiros vivenciam essa realidade.
A ISMA-BR (International Stress Management Association) revelou que o Brasil é o segundo colocado no ranking mundial de casos diagnosticados de burnout.
Além de transformar a relação com o trabalho em algo exaustivo e estressante, o burnout também pode incentivar o desenvolvimento de outras condições de saúde mental, como ansiedade e depressão.
No artigo de hoje, nós vamos explicar como tratar burnout, as características associadas à condição e dicas do que fazer para preveni-la.
Acompanhe até o final e boa leitura!
Leia também: Saúde mental materna: entenda a importância e cuidados!
As características da síndrome de burnout
Sua origem pode estar relacionada a fatores como:
- Relacionamentos profissionais desafiadores;
- Cultura organizacional tóxica;
- Excesso de trabalho;
- Cobranças constantes;
- Pressões;
- Falta de recursos para executar o trabalho;
- Ambiente insalubre, entre outros fatores.
O profissional com burnout entra em um estado de tensão emocional contínua e se depara com dificuldades para desestressar.
Assim, ele apresenta sintomas físicos, emocionais e comportamentais. De acordo com o Ministério da Saúde, os mais comuns são:
- Cansaço excessivo, físico e mental;
- Dor de cabeça frequente;
- Alterações no apetite;
- Insônia;
- Dificuldades de concentração;
- Sentimentos de fracasso e insegurança;
- Negatividade constante;
- Sentimentos de derrota e desesperança;
- Sentimentos de incompetência;
- Alterações repentinas de humor;
- Isolamento;
- Fadiga;
- Pressão alta;
- Dores musculares;
- Problemas gastrointestinais;
- Alteração nos batimentos cardíacos.
Esses sintomas podem afastar o profissional do trabalho, resultando em ausências ou atrasos.
Vale destacar a baixa autoestima como outra característica do estresse ocupacional. O profissional começa a ver a si mesmo como um fracassado.
Ele desgosta de tudo o que faz e acredita que nada está suficientemente bom.
Desse modo, não aceita elogios e reconhecimentos que, em outra ocasião, poderiam fazer o seu dia.
A relação do profissional com o trabalho
Você já parou para refletir sobre como é a sua relação com o seu trabalho? A maneira como você enxerga o compromisso diário com a sua profissão é um grande indicativo da síndrome de burnout.
Profissionais que desenvolvem essa condição de saúde normalmente possuem relações tóxicas com a sua vida profissional.
Trabalham até mais tarde e nos finais de semana com frequência, não tiram férias, assumem projetos e tarefas de outras pessoas, têm dificuldade para gerenciar a pressão, são altamente competitivos, entre outras condutas.
Essa postura de excesso pode ser tanto da personalidade do profissional quanto adquirida ao longo do tempo devido às exigências do meio.
O ambiente de trabalho pode forçar os profissionais a priorizarem excessivamente o trabalho e se esquecerem das suas vidas pessoais.
Da mesma forma, pode levá-los a ter problemas com a ansiedade, estresse e depressão em razão dos relacionamentos interpessoais.
Colegas de trabalho e chefes tóxicos podem tornar a convivência desgastante, causar conflitos e gerar sentimentos negativos, como frustração e inferioridade.
Entretanto, existem profissões em que a suscetibilidade ao burnout é maior em decorrência das características do trabalho e não do comportamento dos profissionais.
É o caso de quem trabalha na área da educação, saúde, assistência social, direito, recursos humanos, segurança pública, jornalismo, entre outros.
Como tratar burnout?
Agora que já compreendemos as características e sintomas do burnout, e de quais maneiras a relação com o trabalho pode facilitar seu aparecimento, vamos compreender como tratar burnout.
Antes de mais nada, vale notar que o tratamento de burnout ideal varia de pessoa para pessoa.
Mas de forma geral, é uma combinação de acompanhamento profissional com psicólogos e psiquiatras com mudança de hábitos. Em alguns casos, a medicação pode integrar o tratamento.
Assim, a principal recomendação é procurar um profissional do cuidado com saúde mental para obter o diagnóstico e as orientações específicas de tratamento para cada caso.
De todo modo, vamos apresentar a seguir algumas das medidas mais comuns no tratamento dessa síndrome.
Psicoterapia
A psicoterapia é essencial no tratamento do burnout porque ajuda a identificar as causas psicológicas e comportamentais do estresse crônico.
O consultório psicológico, seja online ou presencial, também é um espaço seguro para os indivíduos explorarem sentimentos, pensamentos e comportamentos que contribuem para a condição.
O psicólogo também ajuda a desenvolver estratégias eficazes de enfrentamento, melhorar o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, e restaurar a resiliência emocional.
Além disso, ao entender melhor suas próprias necessidades e limites, os pacientes podem alterar padrões prejudiciais, o que promove uma recuperação sustentável e prevenção de futuras ocorrências de burnout.
Medicamentos
Em alguns casos, o burnout é tratado com a ajuda de medicamentos, como antidepressivos e os ansiolíticos.
Mas é importante ressaltar que os medicamentos não são uma solução para a doença, e são geralmente usados apenas como complemento da psicoterapia.
Prática de atividades físicas
Movimentar o corpo libera neurotransmissores benéficos para a nossa saúde mental e física, capazes de combater o temido hormônio do estresse, o cortisol.
Por isso, a prática regular de exercícios físicos, sejam eles quais forem, é um hábito essencial para lidar com o burnout.
Também contribui para melhorar o sono e aumentar a energia e a resiliência física, contribuindo para a capacidade de lidar com o estresse do trabalho.
Leia também: Atividade Física e Saúde Mental: conheça os benefícios e a relação
Conciliar trabalho e descanso
Como vimos, levar a relação com o trabalho de uma maneira desproporcional é uma maneira para acabar desenvolvendo o esgotamento profissional.
Por isso, estabelecer limites claros entre trabalho e tempo livre é uma forma de tratar a síndrome.
O descanso adequado é o que permite a recuperação física e mental, contribuindo para reduzir os níveis de estresse e aumentar a produtividade e a concentração durante as horas de trabalho.
Criar e manter hobbies
Por fim, outro hábito importante para tratar o burnout é se engajar em atividades prazerosas fora do trabalho.
Ter hobbies é contar com uma saída para a criatividade, ajudando a reduzir o estresse, já que o foco se volta para uma atividade prazerosa — e que só diz respeito à própria pessoa.
Como prevenir o burnout?
Existem muitas maneiras de prevenir o burnout, sendo a intencionalidade a principal delas.
Para escapar dos sintomas desagradáveis dessa condição de saúde, é necessário se atentar à postura em relação ao trabalho e construir hábitos saudáveis.
É importante compreender que a vida profissional é somente uma das áreas da vida, então não é ideal conceder uma atenção excessiva a essa área e se esquecer das demais.
Isso é válido não apenas para a forma como você enxerga as suas responsabilidades profissionais, mas também para a sua relação com ambientes de trabalho opressivos.
Você pode, por exemplo, estar se dedicando de maneira excessiva em uma empresa que não possui os mesmos objetivos e valores que você, ou que não se preocupa em cuidar do bem-estar dos colaboradores.
Será que vale a pena continuar trabalhando em um lugar assim?
Veja abaixo algumas maneiras de prevenir o burnout!
1. Reflexões
Encontrar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional pode não ser fácil devido a quantidade de obrigações de ambos os lados. Mas, não é um feito impossível.
Profissionais precisam compreender que se um lado não está bem, o outro provavelmente também não está, ou vai desandar em algum momento.
Será que você está se esquecendo da sua família, das amizades ou até de você mesmo por causa do trabalho?
De que adianta ter uma vida profissional de sucesso e não ter saúde para desfrutá-la?
As reflexões acerca da sua vida profissional são necessárias para ajudá-lo a identificar pontos problemáticos presentes nela.
2. Atividade física e alimentação adequada
Para viver uma vida equilibrada em todas as esferas, é preciso priorizar a alimentação adequada e atividades físicas regulares.
Profissionais que se exercitam com regularidade possuem mais disposição e bom humor para enfrentar os desafios do cotidiano, além de conseguirem ter noites de sono de fato relaxantes.
Também combatem os sintomas da depressão, ansiedade e outras condições de saúde mental.
3. Habilidade de resolver conflitos
Desenvolver a capacidade para resolver conflitos com outras pessoas é possível, até mesmo se você tiver medo deles.
Atritos podem acontecer em todos os meios sociais, não apenas no ambiente de trabalho.
A questão é que você não pode lidar com eles da mesma maneira que faria com seus familiares ou amigos, indivíduos com quem você já possui intimidade.
As relações profissionais possuem um caráter diferente das outras relações e, por isso, requerem um tratamento distinto. Algumas pessoas têm mais dificuldade para enxergar isso.
Para desenvolver a sua habilidade de resolver conflitos, você pode modificar comportamentos que normalmente possui quando algum embate acontece.
É claro que essa mudança leva tempo para se concretizar, então até lá você pode fazer testes.
Por exemplo, em vez de fechar a cara ou elevar o tom de voz com um colega, procure respirar profundamente e refletir sobre a situação antes de formar uma opinião sobre ela.
Dessa maneira, você conseguirá formular uma resposta precisa à situação.
Da mesma forma, evite fazer comentários sobre conflitos para não gerar fofoca no escritório.
Se tiver que resolver algo com outra pessoa, chame-a para conversar e busque desabafar com pessoas de confiança, como familiares e cônjuges.
4. Capacidade de organização
Saber organizar os seus afazeres diários para que todos sejam concluídos em tempo hábil é muito importante, além de reduzir a ansiedade.
Profissionais precisam possuir capacidade de organização pessoal para não se sobrecarregarem com as demandas do dia a dia.
Essa habilidade é especialmente necessária quando o ambiente de trabalho não é organizado.
A capacidade de organização pessoal também possui relação com os compromissos fora do trabalho.
Marcar uma consulta com o médico ou uma reunião em um dia confortável para você podem parecer situações simples, mas elas exigem que você consiga se organizar.
5. Técnicas de controle de estresse e ansiedade
Embora nós tenhamos a capacidade de prevenir situações que despertem tensão e emoções negativas, não podemos viver totalmente livre delas.
Você pode tentar se quiser, mas eventualmente encontrará imprevistos e situações desfavoráveis, as quais mexerão com o seu estado emocional e psicológico.
Aprender a gerenciar o estresse e a ansiedade traz mais leveza para a vida, além de reduzir a intensidade dos momentos de dificuldade.
Respiração profunda, visualização de situações positivas, meditação, ouvir áudios relaxantes, pensamento positivo e caminhada são algumas técnicas de controle emocional que podem ser praticadas com facilidade no dia a dia.
E não se esqueça: se você acredita que precisa de ajuda para combater o estresse, não deixe de procurar um psicólogo!
Conclusão
O burnout é uma condição complexa que pode ter um impacto significativo na saúde física e mental da pessoa.
O tratamento da condição é um processo individualizado que demanda mudanças de hábitos em conjunto com a psicoterapia e em alguns casos o apoio de medicação prescrita.
Além do tratamento individual, é importante que as organizações também trabalhem para prevenir o burnout, o que pode ser feito através de políticas e práticas que promovam um ambiente de trabalho saudável e equilibrado.
Psicólogos para Síndrome de Burnout
Conheça os psicólogos que atendem casos de Síndrome de Burnout no formato de terapia online por videochamanda:
-
Thalita Rodrigues da Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoGraduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Valor R$ 175
próximo horário:
07/jan. às 20:00hs -
Ana Paula Cramez
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Ana Paula Carnaval Cramez é especialista em Psicodrama, pela Acto e possui formação em Executive Coaching e Life Coaching pela ICI. Graduada em psicologia desde 1991 pela Universidade Paulistana e pós graduada em administração de recursos humanos.
Valor R$ 170
próximo horário:
06/jan. às 09:00hs
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Autor: psicologa Adriana Rocco Deiques - CRP 07/08675Formação: A psicóloga Adriana Rocco possui pós-graduação em Psicologia Clínica, tratamento da dor e saúde coletiva, possuindo formação específica em Psicanálise.
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