Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Thiago Galdino de Souza - Psicólogo CRP 04/36869
É mesmo possível controlar todos os detalhes da nossa vida? A resposta é simples: improvável.
Muitas das coisas que acontecem conosco estão além do nosso alcance ou desejo.
O máximo que podemos fazer é aprender a reagir às situações da melhor maneira possível. É aqui que está o alcance do nosso controle: nas nossas reações.
Ainda assim, muitas pessoas tentam gerenciar as suas vidas e, por vezes, a vida dos outros.
Dificilmente pessoas controladoras encontram um meio-termo entre o que podem ou não podem controlar, o que resulta em grande sofrimento emocional.
A ansiedade é uma das principais consequências da mania de controle.
Embora nós tenhamos que nos planejar e nos preparar para algumas situações em nossas vidas, bem como supervisionar e direcionar o comportamento de outras pessoas, como as crianças, não é possível exercer total controle.
Comportamentos de pessoas controladoras
Muitos indivíduos têm a popularmente conhecida “mania de controle”. Quando não sabem dosar esse comportamento, eles podem afastar as pessoas e gerar animosidade.
Afinal, ninguém gosta de ter alguém lhe dizendo o que fazer o tempo inteiro.
No entanto, esses indivíduos também sofrem com esse comportamento. Como não obtêm sucesso ao tentar controlar tudo, eles se frustram com mais frequência.
A culpa é outro sentimento que tende a fazer muitas visitas. Não raro eles se sentem culpados por terem exagerado na dose de controle com um ente querido.
Indivíduos controladores compartilham de alguns traços comportamentais.
Nem sempre eles têm consciência deles ou conseguem compreender o porquê de outras pessoas não gostarem da maneira como agem.
Algumas das condutas típicas de pessoas controladoras são:
- Criticismo;
- Necessidade de saber tudo sobre a vida dos outros;
- Dificuldade para aceitar pensamentos e comportamentos diferentes;
- Se preocupar demasiadamente com as escolhas dos outros;
- Ansiedade ao não conseguir controlar a situação;
- Rigidez;
- Dificuldade para se adaptar a situações novas;
- Apego excessivo à rotina;
- Normas pessoais inabaláveis; e
- Pouca tolerância ao estresse.
Por que as pessoas sentem a necessidade de controlar?
A necessidade irresistível de controlar tudo a sua volta pode ter diversas origens, conforme visto abaixo.
1. Ansiedade
A necessidade de controlar está muitas vezes ligada à necessidade de acalmar a ansiedade.
Pessoas controladoras têm dificuldade para sossegar diante de uma situação complicada porque não conseguem abandonar a ideia de que precisam estar a par de tudo.
Elas se sentem mais seguras com a ilusão do controle.
Sendo assim, normalmente querem que as situações ruins terminem de uma determinada maneira e, enquanto isso não acontecem, sofrem com a angústia e o estresse.
Pessoas controladoras também acabam ultrapassando os limites alheios por causa da ansiedade.
Elas não aguentam ver entes queridos sofrerem, por isso, tentam encontrar soluções para os problemas deles.
Do mesmo modo, elas podem ser exageradamente críticas à aparência ou ao comportamento alheio por acreditarem que esses fatores trarão algum tipo de sofrimento ao outro.
Não conseguem perceber que os outros indivíduos devem lidar com os seus problemas sozinhos.
2. Comportamento aprendido na infância
Outra possível causa para a necessidade de controlar vem de uma experiência controlada durante a infância ou adolescência.
Geralmente, a imposição de regras severas acerca da alimentação, de horários para brincar e dormir, das amizades e do acesso às atividades de lazer leva a criança a acreditar que um estilo de vida excessivamente regrado é a melhor opção para a sua sobrevivência.
Atitudes espontâneas, como brincadeiras e planos com amigos, eram desencorajadas para preservar a ordem e evitar possíveis riscos.
Como resultado, na vida adulta, o indivíduo não sabe responder a imprevistos e eventos repentinos.
Ele também tende a ser rígido e inflexível por conta dessa criação.
No caso do comportamento controlador nos relacionamentos, o indivíduo controlador pode ter observado essa conduta nos próprios pais ou em pessoas próximas e a internalizado como positiva ou “normal” dentro de uma relação.
3. Transtornos de personalidade
Além disso, pessoas com transtornos de personalidade são mais propensas a ter problemas com o controle.
O transtorno de personalidade borderline e o transtorno de personalidade narcisista são exemplos clássicos.
Que tem borderline acaba manipulando emocionalmente, de modo consciente ou inconsciente, as pessoas a sua volta com medo de ser rejeitado.
Quem é narcisista, por outro lado, necessita de atenção constante.
Para se sentirem admiradas e superioras, essas pessoas buscam controlar os indivíduos à sua volta.
4. Baixa autoestima
Embora possa não parecer, algumas pessoas controladoras têm problemas com a autoestima.
Elas precisam sentir que estão no controle porque normalmente não conseguem se sentir bem consigo mesmas.
A ilusão de que podem mandar nas situações e nas pessoas ao seu redor até certo ponto faz com que elas se sintam importantes e competentes.
Se não se sentem no controle das situações, elas são dominadas pelo medo do desconhecido.
Assim, podem criar cenários em suas cabeças em que passam por ocasiões ruins, como ser desvalorizado no trabalho ou no círculo de amigos, e alimentar a ansiedade sem ter a intenção de fazê-lo.
Como gerenciar a necessidade de controlar tudo?
Aprender a gerenciar a necessidade de controle pode levar tempo.
Pessoas controladoras não conseguem abandonar essa característica completamente visto que faz parte de quem são.
Porém, podem aprender a administrá-la para que não se deixem levar por ela e causem conflitos com pessoas queridas ou levem a si mesmas ao esgotamento psicológico devido à ansiedade.
Veja as nossas dicas para gerenciar a necessidade de controle abaixo!
1. Trabalhe a sua autoconfiança
Como a necessidade de controle pode ter origem na baixa autoestima, faz sentido trabalhar a autoconfiança se você tem necessidade de controlar tudo ao seu redor.
Construir confiança em si mesmo é um trabalho que precisa ser feito a longo prazo, principalmente se você não é detentor dessa característica.
São pequenas tarefas e enfrentamentos que, aos poucos, começam a fazer efeito no jeito como você se vê e lida com as situações.
Então, não desanime se você não conseguir se sentir assim rapidamente.
Para isso, você pode refletir sobre as situações que despertam a sua insegurança e fazer planos para enfrentá-las pouco a pouco.
Por exemplo, fazer uma viagem sozinho ou iniciar um curso de um assunto que você sempre quis, mas não tinha confiança para colocar suas ideias em prática.
2. Busque ajuda de um psicólogo
Um psicólogo pode ajudar você a entender a razão por trás da sua necessidade de controle, controlar a sua ansiedade e construir a sua autoestima.
Trabalhar no autodesenvolvimento sozinho normalmente é desafiador. Há muitas coisas que não sabemos sobre nós mesmos e algumas delas podem nos trazer desgosto.
Como lidar com uma característica que normalmente é vista como negativa? O que fazer para potencializar as forças em vez das fraquezas?
Quando a busca pelo autoconhecimento é direcionada por um profissional, é mais fácil lidar com esses contratempos emocionais.
O psicólogo também é uma fonte de apoio incondicional aos pacientes uma vez que ele não está ali para julgar.
3. Aceite o presente como ele é
Pessoas controladoras têm dificuldade para aceitar as coisas como elas são. Elas se frustram, se irritam e se entristecem ao pensar nas injustiças ou nos pontos problemáticos, de acordo com elas, presentes em situações específicas.
Mesmo que uma situação ou uma atitude de outra pessoa lhe traga insatisfação, são poucas as coisas que você pode fazer mudá-las.
É preciso primeiro aprender a aceitar a realidade como ela é para depois pensar em quais atitudes você pode tomar para melhorá-la.
Embora haja alternativas dependendo do contexto, você precisa sempre ter em mente que as suas atitudes podem não ser apreciadas ou, ainda, ter o efeito desejado. E, quando isso acontece, não há nada o que você possa fazer.
4. Coloque-se no lugar do outro
A empatia pode ser muito útil para você aprender a gerenciar a sua necessidade por controle. Antes de dar uma sugestão ou tomar uma atitude, se pergunte se é isso que a outra pessoa gostaria de receber naquele momento.
Se coloque no lugar dela, levando em consideração a sua personalidade e história de vida para tornar o exercício mais realista, e pense em como ela poderia reagir àquela situação e à sua ajuda não requisitada.
Com o tempo, você vai conseguir perceber que as pessoas reagem de maneiras diferentes a situações semelhantes e, ainda, que elas tomam as suas decisões com base no que acreditam ser o melhor para elas.
Somente elas se conhecem a ponto de ter noção disso, então a interferência de terceiros não costuma ser aceita se elas não tiverem pedido.
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Conheça os psicólogos que atendem casos de Saúde Mental no formato de terapia online por videochamanda:
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Carla Santarem
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Consultas por vídeoCarla é formada em Psicologia, pós-graduada em Psicologia cognitivo comportamental, capacitada à práticas de hipnose clínica pelo instituto Marchioro e membro de grupo de estudos sobre terapias cognitivas. Possui vasta experiência em atendimentos clínicos, e sua expertise é em ansiedade e depressão.
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15/jan. às 12:00hs -
Graciella Borba
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Consultas por vídeoA psicóloga Graciella Borba, possui bacharelado em Psicologia pela Faculdade Integrada de Santa Maria- FISMA. Atende pela orientação da esquizoanálize.
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Autor: psicologo Thiago Galdino de Souza - CRP 04/36869Formação: O psicólogo Thiago Galdino é graduado pela Associação Catarinense de Ensino (A.C.E), possui especialização em Saúde Mental e Coletiva pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC -Barbacena), é especialista em Transtorno do espectro autista (TEA), com a abordagem Son Rise-Nível 1.