Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Lucilene Ferreira Guedes - Psicólogo CRP 06/116690
O cérebro libera diversos químicos do “bem-estar” quando engajamos em atividades que nos deixam felizes. Esses químicos podem nos encorajar a repetir comportamentos que resultam em felicidade, pois produzem uma agradável sensação ébria.
O vício acontece quando a procura para experimentar essa sensação novamente se torna incontrolável.
ÍNDICE
Como um vício se forma
O vício ocorre quando a busca por sensações boas é incoercível e compulsória. O desejo é tão grande que se torna quase impossível cessar o engajamento com determinada atividade. Embora o corpo e a mente sofram consequências negativas, as quais afetam o funcionamento da pessoa na vida diária, ela não deixa de buscar o desejo pelo prazer momentâneo.
Efeitos no cérebro
A sensação prazerosa sentida após a satisfação do vício afeta o sistema de recompensa do cérebro, infestando-o com dopamina, neurotransmissor responsável por processos associados à compensação, prazer e humor. Assim, a pessoa entra em um estado de intensa euforia.
Quando o sistema de recompensa funciona apropriadamente, ele motiva a repetição de comportamentos necessários para o nosso bem-estar, como comer ou passar tempo com pessoas queridas. A quantidade anormal de dopamina fortalece o prazer à custa de condutas nocivas à saúde, como abuso de substâncias, alcoolismo, hábitos alimentares compulsórios, compras desenfreadas e jogatina.
A repetição desses comportamentos prejudiciais força o cérebro a se adaptar aos efêmeros efeitos positivos, reduzindo a habilidade das células do sistema de recompensa de responder ao vício. É assim que a tolerância se forma. O resultado dessa alteração cerebral é o aumento da busca desenfreada para satisfazer os desejos compulsórios.
Tipos de vícios
O vício em drogas, cigarro e bebidas alcoólicas são os mais conhecidos, porém, existem diversos tipos. Na verdade, tudo pode ser viciante. Se não cessarmos o consumo ou o engajamento em atividades que causam sensações boas, mas exigem muito de nosso tempo, também podemos nos viciar.
O ditado popular “tudo na vida tem limite” é real, pois a incapacidade de administrar o prazer ensina o cérebro a buscar a fonte do deleite repetidamente, sem freios.
Confira diferentes tipos de vícios abaixo.
Vício em jogos/apostas
No Brasil, os jogos de azar são proibidos. Mesmo assim, as pessoas encontram formas de se viciar em jogatinas clandestinas ou até mesmo aos jogos de baralho com os amigos. Estudos da Associação Americana de Psiquiátrica (APA, em inglês) identificaram que o vício em jogos estimula as mesmas áreas do cérebro afetadas pelo vício em drogas. Portanto, ele deve ser tratado com seriedade.
Vício em sexo
O vício em atividades sexuais é real!
A pessoa viciada engaja em variadas formas de sexo, não se importando com as consequências de seus atos. A necessidade de satisfazer os desejos sexuais é (praticamente) incontrolável. Esse vício pode levar a contração de uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) e, no caso das mulheres, a gravidez indesejada.
Vício em internet
Os aparelhos capazes de se conectar a internet também possuem aspectos negativos. Este vício aumenta o sedentarismo, o qual pode causar diversas patologias ou desvios de coluna no futuro. A saúde mental também é afetada pela exposição excessiva a estímulos oriundos das redes sociais. Pessoas viciadas podem ficar até 11 horas conectadas!
Vício em compras
O vício em compras é também muito comum, especialmente entre as mulheres já que são mais incentivadas a alimentar esse comportamento consumista. As compras podem ser roupas, acessórios, sapatos, equipamentos eletrônicos, veículos, livros e basicamente qualquer coisa que desperte a alegria da pessoa.
Vício em vídeo game
Semelhante ao vício em internet, pode levar pessoas viciadas a passaram horas ininterruptas grudadas no computador ou no aparelho de vídeo game. É mais comum entre meninos e adolescentes do sexo masculino. No caso das crianças, vale a pena investigar a causa desse vício na terapia. O mundo dos jogos pode ter se transformado no refúgio de uma realidade indesejada.
Vício em cirurgias plásticas
Você já deve ter visto dezenas de notícias sobre celebridades que passaram por diversos procedimentos cirúrgicos. Devido à quantidade de modificações faciais e corporais, algumas aparentam ser pessoas completamente diferentes. O Transtorno Disfórmico Corporal pode ser o culpado pelo vício em alterar a aparência. Então, também é indicado consultar um psicólogo nesse caso.
Vício em comida
Da mesma forma, a necessidade de comer compulsivamente pode decorrer de um distúrbio alimentar. A pessoa come de forma excessiva para aliviar a ansiedade, mas, após a comilança, sente-se culpada por ter exagerado. Doenças físicas graves, como diabetes ou patologias cardiovasculares, podem prejudicar a saúde do viciado no futuro.
Vício em adrenalina
Caracteriza-se pela procura de atividades que despertem a sensação “de estar vivo”, como costuma ser descrito por pessoas viciadas em adrenalina. Estudos da APA também apontam que esses indivíduos sentem efeitos semelhantes aos causados pelas drogas. O engajamento em esportes radicais e comportamentos perigosos são comuns e pode ocasionar morte prematura se a prática dessas atividades for descontrolada.
Por que as pessoas se viciam
Alguns indivíduos são mais suscetíveis a desenvolverem vícios que outros.
Por exemplo, filhos de pais que possuem ou possuíram um vício (alcoolismo, tipicamente), pessoas que têm algum transtorno mental, ou quem apresenta mais sensibilidade aos efeitos do vício costumam se viciar com mais facilidade.
Fatores emocionais também contribuem para o surgimento de vícios. Muitas pessoas compartilham da sensação de vazio existencial e inadequação às normais sociais. Por sentirem-se diferentes ou acreditarem que algo falta em suas vidas, forçam a sensação de prazer através da satisfação de um vício. Esse, então, se torna um escape ou refúgio emocional.
Sinais de comportamentos viciados
Os sintomas que indicam o início de um vício envolvem traços obsessivo-compulsivo. Uma pessoa pode sentir a necessidade de beber ou de comprar uma roupa nova por semanas. À medida que o tempo passa, fica cada vez mais difícil ignorá-la. Nesse meio tempo, a ansiedade também cresce e pode chegar a um patamar insuportável.
Assim, a pessoa é “obrigada” a satisfazer a obsessão através de comportamentos compulsivos. A ansiedade< e o mal-estar desaparecem por um período, mas logo ressurgem para lembrá-la de repetir o ciclo.
Os sinais que indicam que alguém possa estar viciado ou que uma conduta possa estar se transformando em vício são:
- Ataques de pânico;
- Conflitos familiares;
- Ansiedade;
- Depressão;
- Problemas no trabalho;
- Interferência no bem-estar diário;
- Dificuldade de concentração (pois a pessoa foca somente em engajar na atividade viciante);
- Distúrbios do sono;
- Negligência de responsabilidades e compromissos;
- Exposição a ameaçadas ou comportamentos perigosos para satisfazer o vício;
- Comportamento sigiloso acerca do vício;
- Problemas financeiros significativos; e
- Surgimento inexplicável de patologias.
Basicamente, se o desejo compulsório está afetando o dia a dia do indivíduo e impactando a sua saúde de forma negativa, é provável que tenha um vício. Uma vivência saudável é composta por aspectos distintos, como trabalho, família e amigos. Quando o vício toma conta de alguém, no entanto, se torna o centro de sua vida.
Como tratar vícios
O tratamento dos vícios costuma ser um processo longo e árduo. Geralmente, é feito em conjunto com o viciado, familiares e amigos, ou uma rede de apoio.
Quem sustenta um vício por muito tempo nem sempre está consciente dele. Se está, entra em negação e afirma não haver problema com a sua conduta inapropriada. Desculpas esfarrapadas são criadas para justificar e sustentar o vício. Essas características tornam convencer a pessoa a procurar ajuda um trabalho difícil.
É necessário conversar repetidas vezes com o indivíduo viciado para fazê-lo enxergar a realidade. Em último caso, pode-se fazer internação em instituição apropriada ou intervenção. Nessa ocasião, os membros da família e os amigos expressam como o vício e/ou o comportamento errático do outro afetam as suas vidas e saúde mental.
Até o viciado se fortalecer emocionalmente, são esperadas recaídas, principalmente no início do tratamento. A abstinência tende a ser intensa e pode desestimular a conclusão do processo de cura.
Pessoas próximas devem demonstrar apoio, amor e muita paciência tanto nos momentos bons quanto nos ruins, mesmo se não compreenderem a situação. A psicoterapia pode ajudar o viciado no caminho para uma vida livre de compulsões e os familiares afetados pelo comportamento dele. Além disso, o psicólogo pode ser uma fonte de suporte após a cura do vício.
Psicólogos para Saúde Mental
Conheça os psicólogos que atendem casos de Saúde Mental no formato de terapia online por videochamanda:
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Gustavo Calegari
Consultas presenciais
Consultas por vídeoGustavo Calegari é um Psicólogo Clínico. Mora em São Paulo e é formado pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas) e pós graduado em Psicologia Analítica pela IJEP (Instituto Junguiano de Ensino e Pesquisa).
Valor R$ 150
próximo horário:
06/jan. às 16:00hs -
Ana Raymundi
Consultas presenciais
Consultas por vídeoAna Cláudia é psicanalista Lacaniana, membro da Associação psicanalítica “Associação Livre Psicanálise em Londrina”. Formou-se em psicologia na Universidade Estadual de Londrina em 2006 e trabalha em sua clínica desde 2007, atendendo adolescentes e adultos.
Valor R$ 260
próximo horário:
26/dez. às 09:00hs
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Autor: psicologa Lucilene Ferreira Guedes - CRP 06/116690Formação: A psicóloga Lucilene Ferreira Guedes é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP), pós graduada em Espiritualidade e Estudos da Consciência pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), possui Aperfeiçoamento em Psicopatologia e Saúde Mental pelo CEPPS...