Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Elaine Batista da Silva Garbin - Psicólogo CRP 06/75579
A agorafobia é uma condição incapacitante que tem capacidade de reduzir a alegria e a qualidade de vida de quem sofre com os seus sintomas.
Indivíduos agorafóbicos lentamente reduzem o seu contato com o mundo exterior devido à ansiedade e ao medo.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais V (DSM-V), a cada ano 1,7% dos adolescentes e adultos são diagnosticados com essa condição.
Os primeiros sintomas tendem a aparecer no fim da adolescência e início da idade adulta.
Além disso, as mulheres apresentam mais probabilidade de desenvolver agorafobia que os homens.
Essa condição é retratada com certa frequência em filmes, seriados e livros, mas, diferentemente do que vemos na ficção, ela não se limita apenas ao medo de sair de casa.
Psicólogos explicam que a ansiedade e o medo estão ligados a múltiplas situações que acabam provocando o mesmo resultado: o sentimento de se refugiar em um ambiente seguro.
O que é agorafobia?
Agorafobia é uma condição de saúde mental associada à ansiedade marcada pelo medo exagerado das seguintes situações:
- Usar o transporte público, seja ônibus, metrô, etc;
- Permanecer em espaços abertos, como áreas de estacionamento, mercados, pontes, etc;
- Permanecer em locais fechados, como lojas, cinemas, casas de show, etc;
- Permanecer em uma fila em um local público e com muitas pessoas ao redor; e
- Sair de casa sem companhia.
Um indivíduo não precisa ter medo de todos os cenários.
Temer dois deles por um período longo já é o suficiente para caracterizar a condição.
Por conta desse sentimento, quem tem agorafobia faz de tudo para evitar se encontrar em alguma das situações mencionadas anteriormente.
Essa postura esquiva acaba causando isolamento social.
O medo de estar nesses ambientes pode ter várias motivações.
Normalmente, o indivíduo teme não conseguir escapar daquele lugar caso algo ruim aconteça, embora não exista uma ameaça real à sua segurança.
Ele inventa cenários trágicos em sua mente, estimulando a ansiedade.
Outra razão para o evitamento de ambientes públicos é o medo de não receber o auxílio necessário durante uma crise de pânico, principalmente quando já se tem o histórico de crises.
O indivíduo tem pouco controle sobre o sentimento de ansiedade que se manifesta nessas situações, por isso acaba preferindo ficar em casa ou evitar lugares movimentados ou fechados.
Entretanto, não podemos passar muito tempo de nossas vidas em casa ou evitando ambientes e situações sociais.
A solidão provocada pelo isolamento é prejudicial para a saúde mental e pode agravar a condição.
O indivíduo com agorafobia também pode ficar frustrado consigo mesmo por não conseguir se sentir bem fora do ambiente doméstico.
Pensamentos de autopiedade podem resultar desse estado emocional negativo, levando-o a acreditar que merece ficar na situação desagradável.
Sintomas da agorafobia
O principal sintoma da agorafobia é a ansiedade descontrolada e injustificável.
Não há razão para o indivíduo se sentir ansioso em um shopping ou enquanto espera a sua vez para usar o caixa eletrônico, por exemplo.
Mesmo assim, ele não consegue afastar o sentimento.
Com a ansiedade, sintomas físicos podem ser desencadeados, como:
- Tontura;
- Formigamento nos dedos das mãos e dos pés;
- Dor no peito;
- Hiperventilação;
- Calafrios pelo corpo;
- Taquicardia;
- Sensação de sufocamento;
- Ânsia de vômito;
- Desconforto estomacal;
- Medo de perder o controle;
- Medo de morrer; e
- Sintomas de desmaio ou desmaio.
O medo ou a ansiedade são sentidos quase todas as vezes em que o indivíduo entra em contato com gatilhos.
De fato, esses sentimentos precisam ser constantes para caracterizar o diagnóstico de agorafobia.
Sentir ansiedade ocasionalmente, como quando se precisa falar em público ou tomar uma decisão importante, é normal.
Ficamos ansiosos quando estamos encarando o desconhecido, sejam críticas nunca ouvidas antes ou experiências nunca vividas.
Outro sintoma característico dessa condição de saúde mental é a esquiva ativa.
Indivíduos agorafóbicos mudam o seu comportamento para evitar gatilhos, como mudar atividades executadas na rotina e recorrer a serviços de delivery para evitar sair de casa.
Eles podem até mesmo escolher um trabalho ou instituição de ensino perto de casa para não usar o transporte público.
Leia também: Como ter um relacionamento saudável?
Causas da agorafobia
Assim como é o caso de muitas condições de saúde mental, não existe uma causa específica para essa condição.
Ela é o resultado de um conjunto de fatores, como estresse, ansiedade, abuso de substâncias, experiência de vida e/ou histórico familiar.
Pessoas que passaram grande parte de suas vidas se inibindo por medo da rejeição ou vergonha do julgamento alheio têm mais propensão a desenvolver esse e outros distúrbios psíquicos associados à ansiedade, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e transtorno do pânico.
Já pessoas com sensibilidade à ansiedade podem desenvolver a agorafobia após viver certas experiências de vida.
Eventos negativos na infância, como separação dos pais ou morte na família, ou na vida a adulta, como sofrer uma violência ou trabalhar em um ambiente estressante, podem contribuir para o desencadeamento da condição.
Segundo o DSM-V, alguns indivíduos agorafóbicos descrevem seus ambientes familiares como de afeto reduzido ou de superproteção.
Além disso, de todas as fobias, a agorafobia é a que tem relação mais forte com a genética.
A sua taxa de herdabilidade de 61%.
Logo, pessoas que possuem casos da condição na família têm maiores probabilidades de desenvolvê-la em algum momento de suas vidas.
Tratamentos para agorafobia
O tratamento mais comum para a agorafobia é a terapia e, se for necessário, o uso de medicamentos psiquiátricos.
É recomendado que o psicólogo seja procurado logo que os primeiros sintomas de ansiedade e pânico são percebidos.
Dessa forma, o indivíduo previne que a sua condição se agrave e se transforme em agorafobia.
Na terapia, o indivíduo agorafóbico passa a compreender o que está acontecendo com ele.
Ele se torna capaz de identificar gatilhos para a ansiedade com a orientação do psicólogo.
Assim, paciente e profissional, em conjunto, desenvolvem estratégias para responder a eles de maneira saudável.
Cada caso é um caso, por isso, uma pessoa não pode esperar os mesmos resultados de outra.
Algumas pessoas, por exemplo, têm dificuldade para fazer mudanças e encarar os próprios sentimentos em razão de suas personalidades e experiências de vida.
Sendo assim, um tempo maior é necessário para que se sintam totalmente à vontade na terapia e comecem a ver resultados.
O apoio de pessoas queridas durante a terapia é essencial para que indivíduos agorafóbicos não percam a motivação ou se deixem levar por pensamentos autodepreciativos.
Aliás, não é raro os familiares, amigos ou cônjuges incentivarem o indivíduo a dar início ao tratamento.
A ideia de que possa existir uma solução para os problemas com a ansiedade tende a estar muito distante para quem sofre com os sintomas da agorafobia.
Em casos como esse, é preciso que pessoas de confiança ajudem o indivíduo agorafóbico a perceber que existe tratamento eficaz e ele merece recebê-lo.
Dicas para o dia a dia com agorafobia
Viver com agorafobia é desafiador.
Essa condição reduz o mundo de quem a possui uma vez que os afasta de locais e interações sociais.
Consequentemente, pessoas agorafóbicas perdem oportunidades, não aproveitam as suas vidas diárias e podem ter vários arrependimentos ao chegarem à idade avançada.
Para tornar o dia a dia mais agradável, o indivíduo agorafóbico pode adotar certas atitudes.
Elas não funcionam para todos os casos porque, como dito, cada pessoa é diferente.
Ainda assim, é recomendado tentar várias táticas de controle de ansiedade e promoção do bem-estar até encontrar aquelas que fazem sentido para você.
1. Encontre alegria nas primeiras horas do dia
Como a agorafobia pode atormentar os pensamentos das pessoas, estimulando a ansiedade em momentos inoportunos, procure mudar o tom dos seus dias ao iniciá-los com alegria.
Assista a vídeos ou uma série bem-humorada, leia um livro alto-astral, faça uma caminhada tranquila e coma as suas comidas favoritas no café da manhã!
Em seguida, compartilhe a sua alegria com pessoas queridas para manter o nível de bom-humor.
2. Aprenda mais sobre a sua ansiedade
Estude sobre ansiedade e agorafobia para entender como os sintomas afetam a sua vida.
O conhecimento vai ajudá-lo a separar o que é seu e o que é da condição.
Você conseguirá distinguir o que sente em situações de estresse e por qual razão essas situações são consideradas estressantes para você.
A terapia também pode ajudá-lo a aprofundar esse conhecimento.
3. Faça exercícios físicos
É cientificamente comprovado que os exercícios físicos, principalmente os aeróbicos, ajudam a reduzir a ansiedade e o estresse.
Escolha uma atividade ou esporte para se dedicar durante, pelo menos, três vezes na semana.
Psicólogos para Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
Conheça os psicólogos que atendem casos de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) no formato de terapia online por videochamanda:
-
Ana Almeida
Consultas presenciais
Consultas por vídeoAna Almeida, psicóloga graduada há 15 anos pela Universidade Paulista com abordagem em Gestalt-terapia (Cognitiva e Comportamental) baseado na compreensão da totalidade do indivíduo em seu momento presente, aqui e agora, consciência e responsabilidade.
Valor R$ 120
próximo horário:
15/jan. às 16:00hs -
Thalita Rodrigues da Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoGraduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Valor R$ 200
próximo horário:
21/jan. às 17:00hs
Quem leu esse artigo também se interessou por:
- Ansiedade: conheça os sintomas, causas e efeitos no corpoA ansiedade não traz apenas desconforto emocional. Ela também causa uma série de efeitos negativos no corpo, conforme detalha a psicóloga.
- Ansiedade no Relacionamento: dicas para lidar com o problemaO que causa ansiedade no relacionamento? Esta é uma pergunta bem frequente e reflete a dificuldade que muitos casais têm. Saiba mais no post!
- 10 sintomas da ansiedade para ficar atentoVocê conhece os sintomas da ansiedade patológica? Confira os 10 principais sintomas e livre-se de suspeitas ligadas ao transtorno.
Outros artigos com Tags semelhantes:
- Transtorno de Ansiedade Social: sintomas e como tratarVocê sabia que existem diversos tipos de ansiedade? Um deles é o transtorno de ansiedade social, que consiste na dificuldade que o indivíduo tem de interagir no meio social. [...]
- Pensamentos ansiosos: psicóloga ensina a lidarPensamentos ansiosos às vezes podem surgir e roubar a nossa paz. Eles não são necessariamente um sinal de ansiedade descontrolada. Todas as pessoas podem ter pensamentos desse tipo, principalmente [...]
- 10 sintomas da ansiedade para ficar atentoAprender a reconhecer os sintomas da ansiedade pode ajudá-lo a encontrar o motivo para problemas inexplicáveis. Além da ansiedade se manifestar de diversas formas, cada pessoa a sente de [...]
Autor: psicologa Elaine Batista da Silva Garbin - CRP 06/75579Formação: A Psicóloga Elaine Batista Garbin é graduada pela Universidade São Judas Tadeu. Está em andamento no curso de pós-graduação em Psicologia Clínica na abordagem de Terapia Cognitiva Comportamental. Possui vasta experiência em atendimentos a adolescentes, adultos e idosos.