Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Vania Maria Moura De Santa Inez - Psicólogo CRP 06/46325
Pensamentos intrusivos são um fenômeno vivido por milhares de pessoas.
Você provavelmente já teve a sensação de que um pensamento entrou na sua mente sem ser convidado, trazendo ideias estranhas ou incomuns com ele.
Isso costuma acontecer quando não estamos prestando atenção no que estamos fazendo ou pensando.
Embora essa não seja uma experiência atípica, a frequência e a quantidade de pensamentos de natureza intrusiva pode evidenciar a existência de um problema. Então, não devemos ignorá-los.
Neste post hoje, abordamos o que são esses pensamentos e quando se tornam motivo de preocupação para a saúde mental.
O que são pensamentos intrusivos?
Os pensamentos intrusivos são aqueles que surgem em nossa mente de maneira repentina.
A sua manifestação é comum quando estamos no piloto automático, visto que não dedicamos atenção aos nossos pensamentos e ações.
É a oportunidade perfeita para eles passarem por nossa mente.
Todos nós temos pensamentos intrusivos e eles não são necessariamente ruins, mas grande parte deles tende a ter conteúdos negativos, como lembranças de momentos embaraçosos, medos não compartilhados com ninguém e questionamentos que instigam a ansiedade.
Esses devaneios começam a fazer mal quando se instalam na mente e se prolongam por tempo indeterminado.
Muitas pessoas relatam ter dificuldade para controlá-los ou afastá-los. A sensação é de quanto mais tentam combatê-los, mais eles se fortalecem e se multiplicam.
Se não forem devidamente reconhecidos e ressignificados, eles podem se transformar em pensamentos obsessivos, favorecendo o surgimento de condições de saúde mental, como a depressão, a ansiedade e o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC).
A diferença entre os pensamentos intrusivos e obsessivos é a sua frequência.
Os intrusivos costumam surgir espontaneamente e irem embora com o tempo.
Mesmo que causem ansiedade ou estresse, eles desaparecem ou são atropelados por outros pensamentos do mesmo tipo. Já os de caráter obsessivo permanecem.
Qual é a causa dos pensamentos intrusivos?
As origens dos pensamentos intrusivos são inúmeras.
Normalmente, estão associados a medos e preocupações que o indivíduo tenta reprimir, ou são muito marcantes no seu dia a dia.
Por exemplo, quem é muito tímido deposita importância exagerada na opinião alheia.
Quando estão em ambientes públicos, esses indivíduos podem pensar que todos estão olhando para eles e julgando as suas atitudes como erradas.
Pensamentos tais como “você sempre passa vergonha” ou “você não consegue ser levado a sério” podem adentrar a sua mente de modo indesejado, reforçando crenças nocivas.
Desse modo, indivíduos tímidos sentem que precisam se esforçar ainda mais para superarem os sentimentos de inadequação social, ainda que ninguém, de fato, esteja prestando atenção neles.
Outro exemplo é quando uma pessoa passa por uma situação a qual tem dificuldade para aceitar.
Um colega de trabalho ganha uma promoção e ela fica com inveja, mas reconhece que esse sentimento é ruim, então tenta reprimi-lo.
O problema é que ele continua a se manifestar na forma de pensamentos intrusivos, como “fulano não é bom o suficiente para essa promoção” ou “eu deveria ter sido promovido” ou, ainda, “eu não sou tão bom quanto ele”.
A situação desagradável, então, persegue a pessoa até que ela pare e preste atenção nos seus sentimentos.
Os pensamentos intrusivos também podem trazer ideias consideradas impróprias para o indivíduo, levando-o a temê-los.
Esta situação é comum em quem tem transtorno obsessivo-compulsivo.
Os pensamentos obsessivos surgem repentinamente, trazendo imagens doentias ou aterrorizantes que geram estresse e paranoia.
Alguns exemplos são cenas de violência, fetiches sexuais e teorias da conspiração.
Como os pensamentos intrusivos afetam a saúde mental?
Os pensamentos intrusivos podem causar perturbações na saúde mental. Muitas vezes, eles não são percebidos.
Embora grande parte das pessoas compreenda que eles vieram “do nada”, elas não entendem as suas características.
Dessa maneira, fortalecem a crença atrelada a ele sem ter consciência disso.
Consequentemente, podem reproduzir comportamentos disfuncionais, se arrependerem e repetirem esse ciclo até estarem completamente infelizes.
Por exemplo, alguém que é atormentado por pensamentos de autopunição pode encontrar justificativas irracionais para se castigar por ter tido, feito ou pensado em algo considerado errado.
Já a pessoa que tem muitos pensamentos intrusivos sobre acontecimentos negativos, como acidentes, demissões e doenças, se obriga a estar sempre em alerta para responder a essas situações, mesmo que não haja indícios de que elas acontecerão.
Os nossos pensamentos definem muito mais do que imaginamos.
Eles ditam os nossos comportamentos, emoções e decisões, bem como a maneira como nos enxergamos.
Dúvidas sobre a própria competência, valor e merecimento da felicidade naturalmente afeta a autoestima de maneira negativa.
No dia a dia, a pessoa com falta de autoestima tem atitudes e faz escolhas que evidenciam o seu desgosto por si mesma, além de constantemente se sentir inútil.
O nosso cérebro não consegue distinguir a realidade do conteúdo dos nossos pensamentos.
Por isso, muitas vezes chegamos a conclusões erradas sobre os acontecimentos e as outras pessoas.
Se possuímos um pensamento pré-definido sobre algo, ele acaba afetando a nossa percepção das situações, criando uma “realidade alternativa”.
Ao compreender o que são pensamentos intrusivos e como eles funcionam, as pessoas deixam de ficar à mercê deles.
Elas adquirem a capacidade de identificá-los, mesmo quando tentam se instalar sorrateiramente em suas mentes, e combatê-los.
Como combater pensamentos intrusivos?
Combater pensamentos intrusivos pode ser complicado à primeira vista. Quando você tem medo ou vergonha de um pensamento, tentar reprimi-lo pode torná-lo mais proeminente. Então, o que fazer para deixar de tê-lo?
Entre as coisas que você pode fazer estão:
1. Identificar os pensamentos intrusivos
Quando um pensamento estranho surgir na sua mente e começar a despertar emoções desagradáveis, como ansiedade, vergonha ou raiva, faça os seguintes questionamentos:
- Esse pensamento é atípico?
- Esse pensamento é de difícil controle?
- Esse pensamento desperta estresse?
- Por que estou tendo esse pensamento nesta situação?
- De que jeito esse pensamento pode me ajudar? Se não me ajuda em nada, por que estou dando ouvidos a ele?
Esse exercício vai ajudá-lo a diferenciar pensamentos de natureza intrusiva de outros, menos nocivos e antagônicos.
Deste modo, você conseguirá dizer para si mesmo “esse pensamento é intrusivo, ele não representa a maneira como eu penso e ajo no dia a dia”.
2. Não lutar contra o pensamento intrusivo
Uma das principais dicas para combater pensamentos intrusivos é não lutar contra eles, somente aceitá-los.
Pense consigo mesmo “sim, eu acabei de ter esse pensamento e agora ele pode ir embora”.
Esse mantra ajuda a reduzir a ansiedade e o estresse provocado por esse tipo de devaneio.
Quando aceitamos as coisas, elas magicamente passam a ser fáceis de lidar.
Isso porque conseguimos encará-las sem o peso da culpa e da autopunição.
Sem a influência desses sentimentos, fica mais fácil tomar decisões e lidar com as situações de maneira eficiente.
Pense assim: essa lógica é semelhante à aplicada a situações perigosas.
Ao aceitar o que está acontecendo, as pessoas conseguem combater o pânico crescente e estabilizá-lo, abrindo caminho para o pensamento lógico.
Assim, encontram rotas de fuga para escapar com segurança da ameaça.
3. Evitar fazer julgamentos
Não se diminua por conta do conteúdo dos pensamentos intrusivos. Entenda que ter um pensamento perturbador ou estranho não significa que existe algo errado com você.
Milhares de pessoas têm pensamentos como esse, então você não é um caso peculiar.
Em vez de pensar desse modo negativo, você pode aceitar que teve um pensamento considerado inadequado e se concentrar no que você pode fazer para não ter esse devaneio ruim outra vez.
Reflita sobre qual pode ser a sua causa e o que você pode fazer para cuidar melhor do seu bem-estar emocional.
Quando procurar ajuda?
Se a frequência desses pensamentos aumentar e você não conseguir deixar de pensar nas ideias que eles trazem, considere procurar um psicólogo.
Quando os pensamentos intrusivos começam a causar danos na qualidade de vida, como afetar a sua performance profissional ou a convivência com seu cônjuge, a sua saúde mental pode estar precisando de atenção.
Pensamentos desse tipo são sintomas de várias condições de saúde mental, como o TOC, o transtorno de bipolaridade, a depressão e a ansiedade generalizada.
Receber o diagnóstico de uma condição como essa também não significa que existe algo errado com você, ou que você é uma pessoa ruim.
Esse modo de pensar não contribui para a extinção dos pensamentos de natureza intrusiva nem para o seu encontro com a felicidade.
Se você precisa de ajuda, peça.
Mesmo que os pensamentos intrusivos não estejam afetando a sua vida de modo significativo, você ainda pode procurar um psicólogo para entendê-los melhor.
Psicólogos para Saúde Mental
Conheça os psicólogos que atendem casos de Saúde Mental no formato de terapia online por videochamanda:
-
Juliana Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Juliana é graduada pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em Saúde Mental (IPEMIG) e Psicologia do Trânsito (UNIP). Possui também aperfeiçoamentos no HC-FM-USP- SP - em Terapias Cognitivas Comportamentais nos transtornos de ansiedade
Valor R$ 180
próximo horário:
21/nov. às 09:00hs -
Wander R. Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO Psicólogo Wander Rodrigo da Silva é graduado em Psicologia pela Universidade Guarulhos e detentor de MBA em Gestão de Pessoas, também pela Universidade Guarulhos. Desde então, vem realizando cursos de especialização, sendo o primeiro deles em Psicanálise pela Setting – Estudos em Psicanálise.
Valor R$ 170
próximo horário:
21/nov. às 10:00hs
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Autor: psicologa Vania Maria Moura De Santa Inez - CRP 06/46325Formação: Vânia é psicóloga clínica de orientação junguiana. Graduada pela Universidade São Marcos em 1981. Especialista no atendimento de adolescentes, adultos e idosos, bem como nos problemas de relacionamento entre pais e filhos.