Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Lujan de Cássia Agostinho - Psicólogo CRP 06/85978
O termo autismo adulto se refere aos diagnósticos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) feitos na vida adulta.
Muito se fala sobre a importância de realizar esse diagnóstico nos primeiros anos de vida.
De fato, graças aos estudos sobre autismo desenvolvidos ao longo dos anos e a crescente consciência sobre essa condição, profissionais conseguem identificar o TEA mais facilmente na infância.
Mas, ainda assim, muitas pessoas só descobrem que estão no espectro autista muitos anos depois.
É possível descobrir autismo depois de adulto?
Sim, é possível diagnosticar o autismo tardio, ou seja, depois de adulto.
Este diagnóstico costuma levar alívio aos adultos que, a partir de então, conseguem explicar e entender alguns de seus comportamentos.
Além disso, podem fazer adaptações no seu cotidiano para torná-lo mais confortável.
Não existe uma regra quando se trata do espectro autista, uma vez que cada caso possui particularidades próprias que precisam ser avaliadas como tal.
Entretanto, o diagnóstico do autismo adulto geralmente acontece porque os sintomas manifestados pelo indivíduo são mais leves.
Assim, as dificuldades de comunicação que acompanham o TEA são mais visíveis na infância e na adolescência.
Nos adultos, elas passam despercebidas, podendo ser confundidas com timidez.
As histórias dos adultos no espectro autista tendem a ser parecidas por conta disso: são pessoas que percebem algumas dificuldades de socialização, mas acreditam se tratar da sua personalidade.
Assim, elas só procuram um especialista para investigar a possibilidade de diagnóstico quando desconfiam que essas dificuldades podem ser algo a mais após passarem por uma situação que as colocam em evidência.
Recomendações de familiares para consultar um médico também são comuns.
Como é realizado o diagnóstico de autismo adulto?
O diagnóstico de autismo adulto é feito através de uma série de avaliações.
Os profissionais que podem conduzi-las são o neurologista, pediatra, psicólogo e psiquiatra especialistas em TEA.
Então, o indivíduo é questionado sobre os sintomas que já identificou, problemas relacionados à comunicação e socialização, padrões de comportamento, regulação emocional, entre outros tópicos.
São feitas perguntas sobre a infância para que se compreenda como os sintomas afetaram o indivíduo.
O especialista pode pedir para conversar com os pais ou parentes próximos para ter um entendimento mais profundo dos sintomas, baseado em outras perspectivas.
O uso de questionários também pode ser necessário, dependendo da necessidade do caso e abordagem do profissional.
Embora se fale muito sobre a importância do diagnóstico precoce, buscar o diagnóstico do TEA em qualquer momento da vida é igualmente importante.
Quando a condição é identificada na infância, o tratamento começa cedo, o que ajuda a melhorar as habilidades sociais e auxilia no desenvolvimento das crianças.
Na vida adulta, esse processo tende a ser feito com mais dificuldade, mas, apesar dos desafios, deve ser realizado.
A invisibilidade do autismo adulto no Brasil e no mundo
De acordo com um estudo publicado pelo International Society for Autism Research (INSAR), 100 a cada 10 mil crianças ao redor do mundo possuem o diagnóstico de TEA.
Já em relação ao autismo adulto, segundo o Center for Disease Control and Prevention (CDC, em inglês), cerca de 1% da população mundial (mais de 75 milhões de pessoas) está no espectro autista.
No Brasil, ainda é difícil encontrar dados e estatísticas gerais sobre o autismo, mas, com base nos dados do CDC, estima-se que existam cerca de 2 milhões de pessoas com TEA no nosso país.
Apesar do avanço no diagnóstico do autismo, ainda é complicado para muitas famílias brasileiras terem acesso aos especialistas necessários para fazer uma avaliação.
Além disso, como os pais estão em contato diário com a criança, podem se acostumar com as suas condutas e não conseguir perceber os primeiros sinais de autismo.
No caso dos adultos, os obstáculos são ainda maiores.
Pode levar tempo até o indivíduo encontrar um especialista para conduzir uma investigação certeira e lhe dar as respostas que tanto procura.
Também pode ser complicado encontrar o suporte necessário para conduzir a vida adulta de modo funcional.
Por exemplo, ao receber o diagnóstico de autismo adulto, alterações no ambiente de trabalho, na rotina de estudos ou no cotidiano podem ser necessárias para trazer mais conforto, mas o indivíduo e as pessoas com quem convive podem ter dúvidas sobre como fazer isso.
Como existem vários níveis de autismo, é comum levar tempo para encontrar a melhor configuração de vida para cada quadro.
Níveis de autismo em adultos
Segundo o DSM-V, existem três níveis de TEA:
- Nível 1 – leve: os sintomas leves são caracterizados por dificuldade para iniciar interações sociais, interesse reduzido por socialização, tentativa malsucedidas de fazer amizades, comportamento inflexível, problemas de organização e planejamento, entre outros. Neste nível, as pessoas precisam de apoio, mas ele não é substancial.
- Nível 2 – moderado: entre os sintomas moderados estão deficits mais severos na comunicação, respostas reduzidas ou atípicas a interações sociais, interesses limitados, comunicação não verbal mais acentuada, resistência a mudança, dificuldade para mudar o foco ou ações rotineiras e inflexibilidade de conduta. O indivíduo requer apoio substancial.
- Nível 3 – grave: os sintomas graves são compostos por deficits graves de comunicação verbal e não verbal, resposta mínima a aberturas sociais, grande sofrimento ao tentar mudar o foco, comportamento repetitivo e rígido, entre outros. Neste nível, o indivíduo precisa de apoio para realizar atividades do dia a dia, como se alimentar e fazer a higiene pessoal.
Sinais e sintomas de autismo adulto
Já que os sintomas de autismo adulto costumam ser mais leves, eles podem passar despercebidos na infância ou adolescência.
Assim, o indivíduo passa por certos desconfortos para chegar à vida adulta, sem saber o porquê disso.
Com o tempo, pode começar a suspeitar que possui traços de autismo, os quais, na verdade, são sintomas do TEA.
Alguns deles são:
Interação e socialização
As principais dificuldades dos adultos com TEA são a interação e socialização.
Reconhecer expressões faciais, sinais de comunicação não verbal, regras sociais, piadas, indiretas e sarcasmo é complicado para eles.
Deste modo, têm respostas diretas e atípicas durante conversas.
Da mesma maneira, possuem dúvidas na hora de iniciar interações, ainda que, para os outros, essas sejam consideradas simples.
Funcionamento e hiperfoco
Adultos no espectro autista podem apresentar problemas na organização pessoal, planejamento e regulação emocional.
Eles dificilmente conseguem fazer um panorama da situação para prever possíveis acontecimentos e imprevistos, focando mais nos acontecimentos do presente.
Logo, tendem a precisar de ajuda para definir objetivos de médio a longo prazo.
O hiperfoco é uma das características mais comuns do autismo.
Ele impede que o indivíduo divida a sua atenção entre dois estímulos ou dois pensamentos.
Sensibilidade
Algumas pessoas com TEA podem ter sensibilidade a informações sensoriais, como música alta, luzes ofuscantes, conversa paralela, um ou mais cheiros distintos, toques, entre outros.
Esse não é um sintoma presente em todos os casos, mas, quando está, pode elevar o estresse e desencadear crises.
Crises
As crises no autismo são caracterizadas por momentos de extrema agitação e agressividade.
No caso de adultos, as crises podem se manifestar através da ansiedade em situações desconhecidas ou estressantes, principalmente durante momentos de socialização.
Eles também podem ficar em silêncio, retraindo-se do mundo à sua volta.
Leia também: Como ter um relacionamento saudável?
O autismo da infância é o mesmo da vida adulta? Ele piora com a idade?
O autismo é uma condição para a vida toda. Na vida adulta, os sintomas dos casos menos severos podem encontrar estabilidade.
Isso não significa que o TEA passou por uma grande mudança, mas que seguiu o curso natural dos quadros mais leves.
Os sintomas podem piorar momentaneamente em situações de estresse, como mudanças repentinas, imprevistos, quebra de rituais diários, interações sociais desagradáveis, entre outros.
Assim que o indivíduo consegue se acalmar, contudo, o desconforto passa e o comportamento habitual retorna.
Tratamento para autismo adulto
O tratamento para adultos no espectro autista é geralmente feito com o psicólogo.
O objetivo da terapia, neste caso, é ajudar o paciente a desenvolver suas habilidades sociais, gerenciar o estresse, responder a mudanças repentinas, entre outras dificuldades que ele possa ter.
A reação ao tratamento dependerá do quadro clínico do paciente.
Caso o adulto tenha sensibilidade a estímulos sensoriais, como sons, luzes e toques, o psicólogo pode recomendar uma visita ao terapeuta ocupacional para avaliação.
O incômodo causado por esses estímulos dificulta ainda mais as interações sociais.
Se não tratar o autismo, os sintomas dessa condição podem comprometer algumas áreas da vida, principalmente a social e a profissional.
Então, o acompanhamento psicoterapêutico é indispensável para lidar com os desafios do TEA e promover maior qualidade de vida.
Psicólogos para Autismo
Conheça os psicólogos que atendem casos de Autismo no formato de terapia online por videochamanda:
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Rubieli Ferreira
Consultas presenciais
Consultas por vídeoRubieli Ferreira é Bacharel em Psicologia pela Universidade do Contestado (Unc) Campus Mafra/SC. Atua como Psicóloga Clínica em consultório particular na modalidade presencial e também online.
Valor R$ 130
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21/nov. às 14:00hs -
Karen Beatriz
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Karen Beatriz da Silva Frota é formada em psicologia pela Uninorte e está fazendo pós-graduação em Neuropsicologia pela Faculdade Metropolitana. Também participou do seminário TDAH, TOD E TEA, e realizou os seguintes cursos: S.O.S telas pelo instituto Singular...
Valor R$ 75
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Autor: psicologa Lujan de Cássia Agostinho - CRP 06/85978Formação: Lujan de Cássia Agostinho possui graduação e licenciatura em Psicologia, especialização em Psicologia Clínica na Abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) e MBA em Gerência de Recursos Humanos.
excelente informaçoes.
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