Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Giovanna Silva Matos - Psicólogo CRP 06/166973
A violência psicológica possui vários exemplos de como ela impacta a vida de quem a sofre.
Todos os tipos de violência, na verdade, têm um impacto psicológico.
O dano causado a uma vítima de agressão física, por exemplo, não decorre apenas das lesões corporais.
Assim, também é formado um trauma psicológico acerca do evento e do perpetuador da violência.
Entretanto, atos de violência direcionados para o psicológico naturalmente causam feridas mais profundas.
Esse tipo de violência se manifesta de múltiplas formas, as quais costumam passar despercebidas por não serem tão ‘evidentes’ quanto à violência física.
As agressões físicas deixam marcas e ferimentos visíveis, além de causarem dor.
Naturalmente, as pessoas percebem os tipos de agressão física mais facilmente.
O que é violência psicológica?
A violência psicológica é uma forma de violência que agride o psicológico de um indivíduo, agredindo a sua saúde mental e bem-estar emocional e físico.
Assim, por colocá-lo em uma posição de fragilidade, esse tipo de violência também priva as vítimas de aproveitar futuras oportunidades de desenvolvimento econômico, social e pessoal.
A violência psicológica pode ser praticada e vivenciada por qualquer pessoa.
Ela costuma ser debatida no contexto dos relacionamentos afetivos, mas agressões psicológicas podem ocorrer em qualquer relação, independentemente da sua natureza.
Ou seja, estão presentes em relacionamentos entre amigos, profissionais, profissionais e chefes, familiares, entre outros.
Diferentes tipos de Violência Psicológica
Para ser capaz de identificar esse tipo de violência, é preciso compreender as formas de violência psicológica e como ela funciona. Veja, abaixo, formas comuns de violência psicológica:
- Manipulação emocional;
- Humilhação;
- Desvalorização;
- Constrangimento;
- Mentiras;
- Gaslighting;
- Chantagem;
- Limitação do direito de ir e vir; e
- Exploração.
Sinais do agressor do abuso psicológico
Dentro do relacionamento amoroso, o agressor bombardeia a vítima com abusos psicológicos e afeição na forma de presentes e gestos de carinho.
Então, a vítima tem dificuldade para mudar de ideia sobre o comportamento do cônjuge e terminar a relação. Esta é uma forma de prendê-la no relacionamento.
Assim, para essas posturas opostas e intercaladas se dá o nome de ‘ciclo da violência’.
Ele é muito comum tanto em casamentos quanto namoros e relações casuais.
Então, além dos gestos de carinho arquitetados pelo agressor, ele ou ela tenta convencer a vítima de que não é uma pessoa ruim e suas atitudes não são intencionais.
Em um primeiro momento, a vítima suspeita das intenções dele, mas, como a manipulação não cessa, começa a duvidar das suas interpretações.
Nessa situação, a vítima começa a acreditar que sempre está errada ou até que merece sofrer essas violências.
Assim, mesmo quando percebe uma agressão, a sua primeira reação passa a ser duvidar de si mesma.
Essa é outra forma de manter a vítima presa no relacionamento.
Quais são as consequências da violência psicológica?
Ao saber mais sobre a violência psicológica e os seus exemplos, é possível ter uma noção das consequências desse tipo de violência na vida da vítima.
A mais marcante das violências, por exemplo, é a deterioração da saúde mental, resultado da opressão da autoestima, inibição do comportamento, acusações constantes e estresse.
Viver um relacionamento em que agressões psicológicas acontecem com frequência é estressante.
Assim, as vítimas estão sob constante estresse e à mercê dos sintomas desse estado mental de perturbação que acentua as consequências da agressão ao psicológico.
O trauma psicológico é outra consequência da violência psicológica.
Um trauma é formado quando a situação vivida exige competências emocionais além do que o indivíduo possui.
Em outras palavras, ele fica sobrecarregado e faz o que pode para encontrar maneiras de responder ao evento traumático.
A repressão de memórias, por exemplo, é uma forma do cérebro de proteger o indivíduo das lembranças que despertam pavor, raiva ou tristeza.
Entretanto, estudos apontam que os neurônios responsáveis por essa repressão não estão sempre ativos.
Por isso, as lembranças podem voltar na forma de flashbacks e despertar o mesmo medo sentimento no momento do trauma.
Assim, o trauma também incentiva o desenvolvimento de certos comportamentos, como a evitação de pessoas, lugares e situações sociais que remetem ao trauma; a postura defensiva, caracterizada pela necessidade de se defender a todo instante; e a hipervigilância, um dos sintomas do estresse e que conduz ao esgotamento emocional.
Todos esses comportamentos afetam, sobretudo, os relacionamentos. Pessoas que sofreram violência psicológica de um cônjuge ou de um ente querido ou costumam se fechar para o mundo, ou buscam o mesmo padrão tóxico em novos relacionamentos.
Características da vítima de violência psicológica
A recuperação da violência psicológica é um processo longo que varia conforme as necessidades emocionais da vítima.
Entre os comportamentos que a vítima desse tipo de violência tende a apresentar estão:
- Justificar as atitudes do opressor.
- Pedir desculpas com frequência, como se temesse uma punição.
- Dificuldade para identificar e aceitar as agressões psicológicas.
- Temer tomar uma atitude para sair dessa situação.
- Culpar-se pelas violências recebidas.
- Não conseguir reconhecer a sua personalidade, atitudes, decisões, emoções, entre outros.
- Desenvolver e repetir comportamentos autodestrutivos, como insônia, alteração dos hábitos alimentares, usar substâncias químicas, entre outros.
Assim, quando a violência psicológica é praticada por um cônjuge ou ente querido, a vítima costuma ter dificuldade para separar os sentimentos de afeição das violências praticadas pelo agressor.
Por essa razão, é comum ela defendê-lo, principalmente após o término do relacionamento.
Violência psicológica contra a mulher e o que diz a lei
O crime de violência psicológica está sob a Lei Maria da Penha (nº 11.340). Esse tipo de violência é entendida como:
“qualquer conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação”.
Diferente da violência física e sexual, que deixa marcas no corpo da vítima, provar a violência psicológica é mais complicado.
Por essa razão, a recomendação de especialistas jurídicos é salvar conversas de WhatsApp, e-mails, postagens nas redes sociais, conversas em redes sociais, fotografias, vídeos, entre outros.
Esses registros servem como prova que ajudam o processo a ir para frente.
Como denunciar violência psicológica?
O primeiro a fazer para denunciar a violência psicológica é registrar um boletim de ocorrência.
Se já foi possível reunir provas, mesmo que poucas, a vítima deve levá-las com ela para anexá-las na denúncia.
Em seguida, ela é encaminhada ao atendimento psicológico e à rede de apoio.
Já se você não é a vítima de violência psicológica, pode fazer uma denúncia anônima no número 180 do Centro de Atendimento à Mulher, 181 do Disque Denúncia e, em caso de emergência, o 190 da Polícia Militar.
Caso você conheça a vítima pessoalmente, ofereça apoio para que ela consiga se distanciar do agressor.
O que fazer ao ser vítima de violência psicológica?
Ao perceber atitudes estranhas, seja do cônjuge, familiar ou quem quer que seja o agressor, a primeira coisa a fazer é refletir sobre o comportamento dele.
Procure fazer uma reflexão racional, sem florear os seus pensamentos com memórias e sentimentos.
Faça uma lista – mental ou no papel – de quantas situações semelhantes já aconteceram.
Essa pequena reflexão vai te ajudar a enxergar o comportamento do agressor com maior clareza.
Esse é um exercício importante em casos de conexão emocional com quem comete a violência.
Em seguida, procure recursos para te ajudar.
Além de denunciar a violência psicológica, é ideal procurar um psicólogo para te ajudar a processar o que você viveu, bem como curar as feridas emocionais e psicológicas.
Relacionamentos abusivos envolvem muita manipulação e emoções, por isso, é difícil para as vítimas perceberem que precisam de ajuda.
Mesmo na terapia, pode levar muito tempo para você aceitar o que aconteceu e começar a ver o agressor com outros olhos.
O importante é conseguir chegar nesse ponto para curar quaisquer traumas formados no relacionamento e seguir em frente.
O que fazer para ajudar outra pessoa vítima de violência psicológica?
Para ajudar uma vítima de violência psicológica, ofereça apoio sem fazer julgamentos.
Compreenda que ela pode não querer ser ajudada ou denunciar o agressor.
Essas são reações esperadas nessa situação, e não um sinal de que a vítima não precise ser ajudada.
Se você não é tão próximo da vítima, procure construir um relacionamento com ela para conquistar a sua confiança.
Sempre que possível, esteja lá para ajudar, seja ouvindo, oferecendo uma palavra amiga ou aconselhando a procurar um psicólogo.
Psicólogos para Saúde Mental
Conheça os psicólogos que atendem casos de Saúde Mental no formato de terapia online por videochamanda:
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Kayra Mirelle
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Kayra além de psicóloga, tem formação em prevenção e posvenção em suicídio, além de cursos complementares como: introdução ao transtorno do espectro autista (TEA) (Pandorga), prevenção ao suicídio (ESPPR-PA), entrevista de avaliação neuropsicológica (Núcleo Médico Psicológico).
Valor R$ 90
próximo horário:
15/jan. às 15:00hs -
Fernando Cocolichio
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO Fernando é psicólogo clínico. Membro da International Association of the Advancement of Gestalt Therapy – (IAAGT), Associação internacional de Avanço da Gestalt Terapia.
Valor R$ 150
próximo horário:
15/jan. às 15:00hs
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Autor: psicologa Giovanna Silva Matos - CRP 06/166973Formação: A psicóloga Giovanna Matos é graduada em Psicologia pelo Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU e pós graduada em Psicologia Sexual, Psicologia Escolar e Educacional, e Psicanálise, Psicoterapia e Psicopatologia do Adolescente.
Quero agradecer do fundo do coração á Dra Thaiana Brotto pelas suas postagens escritas e em vídeo pois têm me ajudado muito a compreender a minha situação e causas dos meus problemas. Um muito obrigado.
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