Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Vania Maria Moura De Santa Inez - Psicólogo CRP 06/46325
![Transtorno de acumulação: O que é, sintomas, causas, tratamento [Guia]](https://www.psitto.com.br/wp-content/uploads/2023/08/transtorno-de-acumulacao-2-1024x683.jpg)
O transtorno de acumulação é uma condição psicológica em que o indivíduo tende a acumular objetos sem uma justificativa aparente. Inclusive, itens considerados inúteis ou de baixo valor podem estar na lista de elementos acumulados.
Uma característica importante desse transtorno é que as pessoas que sofrem com ele apresentam uma enorme dificuldade para se livrar desses bens, ainda que eles congestionem o ambiente e atrapalhem a circulação.
Para elucidar todas as questões sobre o transtorno de acumulação, nos aprofundaremos sobre ele neste artigo para que você o conheça e saiba reconhecê-lo. Boa leitura!
Principais sintomas do transtorno de acumulação
Nem todos os pacientes apresentarão todos os sintomas do transtorno de acumulação. No entanto, podemos dizer que os principais e mais comuns são:
Dificuldade em descartar objetos
As pessoas com transtorno de acumulação têm uma grande dificuldade em se desfazer de objetos, ainda que sejam considerados inúteis, quebrados ou sem valor. Isso porque elas sentem uma forte ligação emocional com seus pertences e experimentam uma angústia intensa ao pensar em se separar deles.
Desorganização em excesso
O acúmulo de objetos leva à desordem nos espaços habitacionais. As áreas da casa ficam preenchidas com objetos acumulados, tornando-se difícil de navegar e utilizá-la conforme sua finalidade.
Ansiedade
As tentativas de descartar objetos podem desencadear ansiedade intensa, angústia e sentimentos de desconforto. Isso sem falar que a simples ideia de se livrar de algo pode causar uma sensação de perda e preocupação excessiva com o desperdício.
Isolamento social e dificuldades interpessoais
A desordem resultante do acúmulo de objetos pode levar ao isolamento social, pois a pessoa evita receber visitas em casa ou tem vergonha de permitir que outros vejam suas coleções. Isso pode afetar os relacionamentos pessoais e causar dificuldades na vida social.
Impacto na funcionalidade diária
O transtorno de acumulação pode interferir significativamente nas atividades diárias, como trabalho, estudo, cuidados pessoais e saúde. Isso porque a desorganização e a falta de espaço habitacional funcional podem dificultar o desempenho dessas atividades básicas.
O que causa o transtorno de acumulação?
A causa exata do transtorno de acumulação ainda não é totalmente compreendida. No entanto, acredita-se que múltiplos fatores possam contribuir para o seu desenvolvimento. Dentre eles:
Fatores ambientais
Experiências vividas no ambiente em que a pessoa se desenvolveu podem contribuir para o surgimento do transtorno de acumulação. Exemplos são os traumas, perdas significativas, negligência, abuso ou eventos estressantes.
Dificuldades emocionais
O transtorno de acumulação pode estar associado a dificuldades emocionais subjacentes, como ansiedade, depressão ou transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), por exemplo. Nesse sentido, a acumulação excessiva pode ser uma forma de lidar com essas emoções ou criar uma sensação de segurança.
Crenças e pensamentos distorcidos
Pessoas com o transtorno de acumulação muitas vezes têm crenças e pensamentos distorcidos em relação aos objetos e ao descarte. Elas podem, por exemplo, atribuir um valor excessivo aos itens ou temer desperdício.
Hereditariedade
Pessoas que têm familiares com essa condição ou outras condições psicológicas, especialmente de primeiro grau, possuem maiores chances de desenvolver o transtorno de acumulação.
Como é feito o diagnóstico do transtorno de acumulação compulsiva?
O diagnóstico feito por um profissional da psicologia pode abranger diferentes tipos de métodos. Em geral, os mais comuns e utilizados são:
- Colaboração com familiares ou observadores próximos: O profissional pode realizar entrevistas com familiares, parceiros e/ou amigos do paciente para obter uma compreensão mais completa do seu comportamento de acumulação.
- Critérios diagnósticos: O psicólogo avaliará se os sintomas do paciente atendem aos critérios diagnósticos para o transtorno de acumulação, conforme descrito no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5).
- Exclusão de outras condições: É importante descartar outras condições de saúde mental que possam estar contribuindo para os sintomas de acumulação, como o transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtornos de ansiedade, depressão ou outros.
Como tratar o transtorno de acumulação?
Após realizado o diagnóstico, é essencial seguir para um tratamento que possa ajudar o indivíduo a superar esse distúrbio. As principais frentes são:
Psicoterapia
Essa é a principal forma de tratar o transtorno de acumulação, sendo a terapia cognitivo-comportamental a abordagem mais utilizada.
Por meio dela, o psicólogo ajuda o paciente a identificar e modificar seus padrões de pensamento disfuncionais, sobretudo aqueles relacionados ao acúmulo de objetos. Consequentemente, há uma melhora no comportamento do indivíduo.
Além disso, a TCC auxilia a pessoa a enfrentar traumas, ansiedade e outras comorbidades que podem estar por trás deste transtorno.
Acompanhamento psiquiátrico
O uso de medicamentos não é necessariamente indicado para o transtorno de acumulação, pois não há comprovações científicas que apoiem essa intervenção.
No entanto, no caso de pacientes que tenham alguma comorbidade que possa estar provocando essa condição, como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade, esquizofrenia, depressão, entre outros, então o acompanhamento psiquiátrico para prescrição de medicamento passa ser indicado para controlar os sintomas, podendo ter algum efeito no controle de acumulação também.
Apoio familiar e de amigos
O tratamento também passa pelo apoio de familiares e amigos. Afinal, a rede de apoio pode oferecer segurança para que o indivíduo se abra e manifeste as suas angústias e, inclusive, aceite o acompanhamento psicológico.
Além disso, estar rodeado de pessoas queridas pode ajudar o indivíduo a criar um sistema de organização dentro de casa e eventuais limpezas para melhorar a circulação no espaço.
O que é transtorno de acumulação de animais?
No transtorno de acumulação de animais, o indivíduo acumula animais ao invés de objetos. Assim, ele costuma manter dezenas ou até centenas de animais em ambientes inadequados, o que pode ocasionar problemas na alimentação, no espaço e na dignidade para a vida animal.
Vale dizer que, além dos riscos conferidos aos animais, essa prática também pode trazer prejuízos para a pessoa acumuladora, uma vez que os bichos podem encher o espaço de dejetos que, se não forem limpos da forma correta, transmitem doenças.
Entenda a Síndrome de Noé
A Síndrome de Noé nada mais é do que uma outra forma de se referir ao transtorno de acumulação de animais. Portanto, ela consiste na acumulação de um grande número de animais sem que o indivíduo tenha capacidade financeira e/ou psicológica de fornecer nutrição, saneamento e cuidados veterinários adequados a eles.
Transtorno de acumulação: Como lidar
Se você conhece alguém que sofre com o transtorno de acumulação, então é necessário saber como lidar com essa condição, uma vez que determinadas condutas podem até mesmo piorar o estado emocional do indivíduo.
Sendo assim, seguem algumas dicas que podem te orientar neste caminho:
Não julgue-a
O primeiro passo é não julgar a pessoa que passa pelo transtorno. É preciso se lembrar de que este acúmulo, por mais absurdo que possa parecer, não é intencional.
Julgamentos podem piorar a situação e fazer com que o indivíduo se sinta coagido e repreendido, algo que pode agravar outras condições subjacentes, como a ansiedade, e, consequentemente, piorar a questão da acumulação. Portanto, não julgue!
Tenha paciência
Também procure ter o máximo de paciência possível, especialmente quando você tentar limpar o ambiente e a pessoa mostrar resistência.
É preciso muita cautela e respeito ao espaço alheio, mesmo que você veja que ele não está legal. Imposições só pioram o quadro. Logo, paciência e calma para lidar com o indivíduo.
Incentive-a a procurar ajuda profissional
Se você não julgar o seu ente que está passando pelo transtorno de acumulação e for paciente, há muitas chances de ele se sentir seguro para compartilhar anseios com você e até aceitar os seus conselhos.
Nesse cenário, se sentir que há essa confiança, incentive a pessoa a procurar uma ajuda profissional. Explique que ela poderá se sentir melhor se compartilhar as suas questões com um psicólogo. Mostre que só há benefícios nessa procura.
Mas lembre-se: tudo sem imposições!
Ofereça-se para pesquisar profissionais ou grupos de ajuda
Por fim, mas não menos importante, se ofereça para pesquisar profissionais e/ou grupos de ajuda. Além disso, proponha acompanhar a pessoa na terapia. Isso fará com que ela se sinta mais segura e disposta a recorrer a essas ajudas.
Qual o CID do transtorno de acumulação?
Conforme a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde, o CID do transtorno de acumulação é o 11 (CID-11).
Psicólogos para TOC - Transtorno Obsessivo
Conheça os psicólogos que atendem casos de TOC - Transtorno Obsessivo no formato de terapia online por videochamanda:
-
Luzia Lobato
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Luzia Lobato é psicóloga clínica, pós graduanda em Saúde Mental, com 6 anos de experiência na área. Utiliza a abordagem Terapia Cognitiva Comportamental, que é uma abordagem específica, ágil e orientada ao problema atual do paciente, visando amenização de sofrimento psicológico.
Valor R$ 260
próximo horário:
13/jun. às 15:00hs -
Lucineide Félix
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Lucineide Félix é formada há 9 anos. Seus atendimentos são orientados pela psicanálise, ela possui experiência com crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos que estejam enfrentando dificuldades, seja na área emocional, afetiva, financeira, familiar e sexualidade.
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Autor: psicologa Vania Maria Moura De Santa Inez - CRP 06/46325Formação: Vânia é psicóloga clínica de orientação junguiana. Graduada pela Universidade São Marcos em 1981. Especialista no atendimento de adolescentes, adultos e idosos, bem como nos problemas de relacionamento entre pais e filhos.