Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Deise Furrier Soares - Psicólogo CRP 06/43257
Apesar de pouco mencionada e discutida na sociedade, a autonegligência é um sério problema de saúde mental e que, portanto, merece a devida atenção.
Nesse sentido, poucas pessoas sabem o que significa esse termo, mas muitos podem estar vivenciando-o no seu dia a dia, o que contribui para que a identificação dessa condição seja tardia e, assim, prejudique ainda mais o indivíduo.
Por isso, neste artigo, vamos falar sobre o que é a autonegligência, suas causas e sintomas, bem como dar algumas dicas para preveni-la. Boa leitura!
O que é autonegligência?
Basicamente, a autonegligência é quando um indivíduo se recusa a oferecer algo para si mesmo, ainda que ele tenha condições para isso.
Ou seja, a pessoa deixa de se cuidar e negligencia suas próprias vontades e desejos, porque acredita que não merece ou não precisa desse autocuidado.
Convém mencionar que esse é um problema muito comum entre a população idosa, como aponta um estudo apresentado no Congresso Internacional de Envelhecimento Humano.
No entanto, essa condição também está presente entre outros grupos etários.
Quais são as causas da autonegligência?
Não existe uma causa específica para a autonegligência, mas sabe-se que ela é desencadeada por uma junção de fatores, como emocionais, psicológicos e sociais.
Primeiramente, é preciso compreender que uma pessoa nessa condição não consegue enxergar valor em si mesmo. Por isso mesmo, ela não vê razões para oferecer questões básicas e essenciais para si mesmo, como garantir uma boa noite de sono.
Assim, por trás dessa questão, podem estar diversos outros problemas, como um transtorno depressivo, conflitos conjugais, baixa autoestima, entre outros.
Logo, ao primeiro sinal da autonegligência, é importante investigar a raiz dessa condição para tratá-la e, dessa forma, evitar essa prática tão violenta consigo mesmo.
Sintomas e sinais de autonegligência
Para saber se você pode estar sofrendo com a autonegligência, é preciso conhecer os seus principais sintomas e sinais, que são:
- Higiene pessoal deficiente
- Desnutrição
- Recusa de tratamento médico
- Ambiente desorganizado e insalubre
- Vestuário inadequado
- Isolamento social
- Problemas financeiros
- Negligência na segurança pessoal
- Declínio mental e emocional
- Acúmulo compulsivo
A pessoa que sofre com a autonegligência não encontra razões para se cuidar.
Por isso mesmo, não é incomum que ela deixe de fazer ações simples e básicas, como escovar os dentes, banhar-se e vestir uma roupa adequada para o trabalho, por exemplo.
Além disso, essa condição pode fazer com que o indivíduo pule refeições ou simplesmente passe o dia todo sem comer.
Como consequência, a saúde física acaba sendo afetada também.
Por falar nisso, é comum que a pessoa se recuse a fazer tratamentos médicos, uma vez que acha que a sua saúde não vale a pena ser cuidada.
Outro ponto que vale a pena destacar é que, assim como não cuida de questões interiores, a pessoa que sofre com esse problema dificilmente cuidará também do externo, como do ambiente em que habita ou trabalha, seja em termos de limpeza e organização seja no que se refere à segurança.
É comum também se isolar socialmente e desenvolver problemas financeiros pela simples falta de gestão e organização.
Por fim, convém destacar que, além das questões psicológicas e emocionais serem uma das causas da autonegligência – como mencionamos, esses também podem ser impactados ainda mais com o problema.
Isso significa que condições como depressão e ansiedade podem ser intensificadas com o problema, o que faz da autonegligência um ciclo vicioso.
Estratégias de prevenção e intervenção
A autonegligência é um problema que deve ser prevenido socialmente. Isso porque, dificilmente a pessoa que sofre com a condição o identificará.
Sendo assim, as suas estratégias de prevenção estão associadas a uma atuação conjunta entre sociedade, governo, familiares e profissionais da saúde. Vejamos as principais!
Educação e conscientização
Como dissemos no início deste conteúdo, a autonegligência é pouco discutida na sociedade, o que faz com que muitas pessoas desconheçam o problema e a sua gravidade.
Dessa forma, uma importante estratégia de prevenção é a educação e conscientização em diversos ambientes, como comunidades, escolas e empresas.
Com isso, as pessoas conhecerão o problema, bem como os seus riscos para a saúde física e mental. Logo, poderão perceber se estão passando por isso ou se alguma pessoa próxima pode estar vivenciando a situação.
Intervenção precoce
Essa é uma estratégia que se torna uma consequência da anterior. Afinal, ao ter conhecimento da existência desse problema, as pessoas podem identificar o problema e intervir o quanto antes.
Naturalmente, aqui é muito importante a atuação das redes de apoio, como familiares e amigos, que poderão diagnosticar quando um indivíduo próximo está passando pela autonegligência, e a atuação dos assistentes sociais e dos profissionais de saúde durante as consultas e em visitas domiciliares.
Apoio financeiro
Em alguns casos, as dificuldades financeiras podem ser causadoras da autonegligência – ao mesmo tempo em que pode ser intensificada por essa.
Sendo assim, a oferta de programas de assistência social e financeira pelo Estado são importantes para prevenir o problema e evitar o seu agravamento.
Algumas possibilidades de suporte financeiro incluem o aconselhamento e políticas públicas voltadas para programas de alimentação e habitação.
Planos de cuidados personalizados
Ainda na esfera governamental, é essencial que haja planos de cuidados individualizados de forma que as necessidades específicas de pessoas vulneráveis à autonegligência sejam atendidas.
Além de direcionados, esses planos devem contar com um atendimento multidisciplinar, como assistência médica, psicológica e financeira. Com isso, torna-se possível atuar na raiz do problema antes mesmo que ele se desenvolva.
Apoio psicológico e terapia
Por ser um problema de saúde mental, a autonegligência também precisa ser tratada com psicoterapia.
Ela poderá ser eficaz para tratar a causa do problema – caso esse seja de origem psicológica ou emocional, bem como os seus sintomas.
Nesse sentido, é muito importante que familiares e amigos que perceberem que algo não vai bem com a saúde mental de um ente querido, o recomende (sem imposições, é claro) o auxílio psicológico.
Respeito à autonomia
Por fim, uma última estratégia de prevenção é o respeito à autonomia da pessoa que dá alguns indícios de que pode desenvolver a autonegligência.
Sim, não deve haver imposições, pois essa é uma forma de piorar o seu quadro emocional e psicológico.
Isso significa que o ideal é envolvê-la nas tomadas de decisões, ainda que isso nem sempre pareça possível devido à gravidade do problema ou da sua recusa em aceitar ajuda.
O papel dos profissionais de saúde
Os profissionais de saúde, como médicos, psicólogos e psiquiatras, são essenciais na prevenção e no cuidado da autonegligência. Afinal, são eles que atuarão de forma a intervir na causa da questão e nos seus sintomas.
Portanto, é fundamental a busca ativa nas comunidades pelos assistentes sociais para que indivíduos em situação de vulnerabilidade possam ser direcionados para uma equipe multidisciplinar de saúde.
Conclusão
A autonegligência é um problema pouco explorado na sociedade, mas se configura como uma grave questão de saúde pública, uma vez que coloca em risco a integridade física e mental do indivíduo.
Por isso, é tão importante que estratégias de enfrentamento sejam adotadas na sociedade para prevenir o problema e/ou identificá-lo precocemente, a fim de evitar o desenvolvimento dessa autoviolência.
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Consultas por vídeoA psicóloga Juliana é graduada pela Universidade Paulista (UNIP), especialista em Saúde Mental (IPEMIG) e Psicologia do Trânsito (UNIP). Possui também aperfeiçoamentos no HC-FM-USP- SP - em Terapias Cognitivas Comportamentais nos transtornos de ansiedade
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Autor: psicologa Deise Furrier Soares - CRP 06/43257Formação: Deise Furrier Soares é psicóloga formada pela Universidade São Marcos-SP desde 1993. Pós Graduada em TCC - Terapia Cognitivo Comportamental em Outubro/2022 - PUC/RS. Possui cursos de extensão em Programação Neurolinguística, Hipnoterapia, Mindfulness, Terapia Cognitivo Comportamental...