Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Isis Cristina Pacheco de Castro - Psicólogo CRP 06/113457

Na vertente psicológica, a abordagem gestáltica é uma técnica que possui uma visão holística do indivíduo. Isso significa que ela considera absolutamente tudo o que faz parte da vida do paciente para tentar compreendê-lo em plenitude.
Nesse sentido, a terapia Gestalt, como também é chamada, parte do princípio de que o contexto afeta as experiências presentes e vice-versa.
Assim, ela ajuda o paciente a focar nas suas vivências imediatas para trabalhar o autoconhecimento, o crescimento pessoal, a resolução de conflitos internos, entre outras questões.
Como funciona a abordagem gestáltica?
A abordagem gestáltica na psicologia está focada no aqui e agora. Portanto, ela leva em consideração as vivências atuais e imediatas apresentadas pelo paciente – as quais podem envolver lembranças do passado e expectativas sobre o futuro, obviamente.
Então, vale dizer que esse foco tem como finalidade permitir que o paciente se torne mais consciente das suas reações e das experiências momentâneas e cotidianas.
Além do foco no momento presente, a terapia Gestalt tem como base a percepção a partir da atenção e aceitação. Nesse cenário, o psicólogo auxilia o paciente a ter um olhar mais atento para si a fim de perceber e compreender suas emoções e, assim, aceitá-las.
O próximo passo depois da aceitação é transformar os sentimentos ruins em bons.
Assim, durante todo o acompanhamento psicológico gestáltico, o psicoterapeuta busca compreender como o paciente coloca significado em cada situação vivenciada por ele.
No entanto, diferentemente de outras abordagens da psicologia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), na Gestalt, o profissional não interpreta o que está acontecendo.
O que ele busca é favorecer a tomada de consciência global pelo indivíduo, para que ele possa compreender seus próprios processos internos e, assim, desenvolver o autoconhecimento e gerenciar suas emoções.
Princípios da abordagem gestáltica
De forma geral, existem 7 princípios que orientam a abordagem gestáltica, sendo eles:
- Proximidade: coisas que estão próximas umas das outras parecem estar mais relacionadas entre si do que se estivessem distantes.
- Similaridade: pessoas tendem a achar que elementos parecidos fazem parte do mesmo grupo e possuem a mesma função.
- Continuidade: elementos dispostos em padrões visuais – linhas ou curvas – são percebidos como uma sequência contínua, sendo que o cérebro prefere ignorar mudanças repentinas nessas disposições.
- Fechamento: o cérebro produz/completa automaticamente contornos que não existem em uma imagem.
- Figura-fundo: a mente humana não consegue focar na frente e no fundo ao mesmo tempo, portanto, nosso cérebro percebe objetos como estando ou à frente ou ao fundo.
- Região comum: objetos posicionados (ou em movimento) dentro de uma mesma região fechada são percebidos como parte de um mesmo grupo.
- Ponto focal: elementos que se destacam visualmente tendem a prender a atenção do indivíduo.
Quais são as aplicações da abordagem gestáltica?
Apesar de o nosso foco neste conteúdo ser na terapia Gestalt, é importante dizer que a abordagem gestáltica é bastante abrangente, sendo uma escola de pensamento que estuda a percepção e a experiência humana como um todo e de forma integrada.
Nesse sentido, essa abordagem pode ser aplicada na:
- Psicoterapia: abordagem terapêutica que foca no “aqui e agora” e busca integrar as partes fragmentadas das experiências atuais do paciente para tratar conflitos internos e questões psicológicas ou, simplesmente, para desenvolver o autoconhecimento e autoconsciência.
- Arte e design: uso no design gráfico e na arte para criar composições gráficas harmoniosas e eficazes.
- Organização e gestão: prática voltada sobretudo para a área de recursos humanos dentro das empresas com o objetivo de aumentar o bem-estar e a produtividade dos funcionários.
- Educação: desenvolvimento de metodologias pedagógicas que levam em conta a percepção global dos alunos.
Para quem é indicada a abordagem gestáltica?
Na psicoterapia, a abordagem gestáltica é indicada para qualquer indivíduo que busca trabalhar o reconhecimento, a aceitação e a modificação das próprias emoções.
Portanto, é indicada para todas as faixas etárias – crianças, adolescentes e adultos, bem como todos os tipos de terapia – em casal, família, infantil, grupo ou de forma individual.
Assim, pode ser útil para tratar questões como: transtornos de personalidade, baixa autoestima , luto, ansiedade, estresse, depressão, dificuldades em aceitar a sexualidade, entre outras.
Quando surgiu a Gestalt-terapia?
Desenvolvida por Fritz Perls, Laura Perls, Paul Goodman e Ralph Hefferline, a Gestalt-terapia como conhecemos hoje surgiu em 1951, em New York, a partir da publicação do livro “Gestalt Therapy: Excitement and Growth in the Human Personality”.
Entretanto, apesar desse marco, essa abordagem deu seus primeiros passos na Alemanha, ainda na década de 1920, com Fritz e Laura Perls.
Com a sua disseminação, entre os anos 1950 e 1960, a terapia gestáltica começou a ganhar notoriedade nos Estados Unidos e em todo mundo, sobretudo por psicoterapeutas que buscavam alternativas à psicanálise tradicional.
Qual a relação terapeuta-cliente na abordagem gestáltica?
A relação terapeuta-cliente na abordagem gestáltica deve ser embasada na empatia, no vínculo e na confiança.
Então, a partir disso, em vez de levar o paciente para o passado, o psicólogo o ajuda a focar no “aqui e agora” para trabalhar o autoconhecimento e o reconhecimento das emoções.
Para isso, o profissional pode trabalhar todas as linguagens e recursos que estiverem ao seu alcance para encontrar o caminho ideal no qual o indivíduo se sinta mais confortável de se expressar. Cada paciente é único, por isso o trabalho é individual e singular.
Principais conceitos abordados pela abordagem gestáltica
Podemos elencar como os principais:
- Aqui e agora: refere-se ao foco das sessões de terapia nas vivências atuais e imediatas do indivíduo em vez de recapitular fatos do passado.
- Consciência global: consiste no trabalho do psicólogo para que o paciente tome consciência das suas emoções, do seu contexto e de todos os fatores envolvidos nas suas experiências.
- Autossuporte: diz da capacidade do paciente de caminhar em seus processos de existência sem depender de apoios do ambiente.
A abordagem gestáltica no Brasil
No Brasil, a abordagem gestáltica surgiu no início dos anos 1970. Pode-se dizer que seus principais expoentes no país foram Thérèse A. Tellegen e Paulo Barros.
Thérèse, holandesa residente no Brasil, teve seu primeiro contato com a Gestalt-terapia em um workshop realizado em Londres.
Quando retornou ao Brasil dessa viagem, publicou o artigo “Elementos de psicoterapia Guestáltica”, no Boletim da Sociedade de Psicologia. Este foi o primeiro texto sobre a terapia gestáltica a ser publicado no Brasil.
Paulo Barros, por sua vez, participou do primeiro workshop sobre Gestalt-terapia no Brasil, idealizado por Thérèse e ministrado por Sylvia Peters. Nesse mesmo período, ele monta, em São Paulo, grupos de estudos sobre a terapia gestáltica para facilitar a disseminação dessa abordagem no país.
Convém mencionar que Thérèse A. Tellegen, Paulo Barros e outros psicólogos foram criando ações diversas com o passar do tempo para fortalecer a abordagem no Brasil.
Atualmente, ela existe em todo o país, estando, inclusive, inserida em serviços voltados para a comunidade. Também é possível encontrá-la em psicoterapias online, como na plataforma da Psitto.
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Autor: psicologa Isis Cristina Pacheco de Castro - CRP 06/113457Formação: A psicóloga Isis Pacheco tem especialização em Gestalt Terapia e formação em atendimentos voltados a crianças e adolescentes, pelo Instituto de Gestalt de São Paulo.