Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Camila Maria Felipe Vega - Psicólogo CRP 04/40773
Conhecida como mal do século XXI, a depressão já atinge 322 milhões de pessoas no mundo. Por ser uma patologia silenciosa, o diagnóstico pode ser tardio. Esse período não diagnosticado prolonga o sofrimento já que o depressivo convive com os sintomas por mais tempo. Por conta dessa característica, é preciso dedicar atenção redobrada à depressão.
ÍNDICE
- O que é depressão?
- O que causa a depressão?
- Quais são os sinais da depressão
- Quais as atitudes de uma pessoa depressiva?
- Tratamentos para depressão
- Como lidar com a depressão no dia a dia?
Depressão: o que é?
A depressão é caracterizada por tristeza e desânimo intensos e frequentes, além de pensamentos de caráter negativo. A pessoa depressiva perde a vontade de engajar em atividades que antes considerava prazerosas. Gradualmente, esse sentimento se transforma em vazio interior e questionamentos sobre a relevância da própria vida.
Por se instalar e evoluir de maneira silenciosa, a pessoa depressiva não consegue ter percepção total das mudanças em seu comportamento, discurso, pensamentos e emoções. Embora fale de negatividades com tanta frequência que as pessoas começam a se afastar, para ela, as suas atitudes são manifestações da sua personalidade e não indícios da depressão.
O que causa a depressão?
A depressão acontece quando há um desequilíbrio químico no cérebro. Em outras palavras, uma alteração na produção de neurotransmissores, os quais fazem a comunicação entre células nervosas. Os mais afetados são a noradrenalina e a serotonina.
Entretanto, não existe uma causa específica para este desequilíbrio. Ele pode ser tanto uma resposta a uma perturbação emocional e psicológica, resultante de um acontecimento ou período estressante, quanto ocorrer de forma natural. Por exemplo, filhos de pais depressivos são mais propensos a apresentar esse desequilíbrio sem que haja um catalisador.
Os acontecimentos que podem afetar a saúde mental são demissão, divórcio, término de relacionamento, diagnóstico de doença, bullying, diferentes formas de abuso, desastres naturais, pressões sociais, trabalho exaustivo, ausência de laços de amizade, conflitos familiares, entre outros.
Percebe-se que são eventos comuns à vida de muitos indivíduos, mas que não afetam todos igualmente. A maneira como cada um reage a eles também influencia no surgimento da depressão.
Quais são os sinais da depressão
Para chegar ao diagnóstico, os sintomas precisam se repetir com certa frequência. É comum experimentar alguns deles dependendo do momento da vida. O que determina a condição depressiva é a consistência, intensidade e se perturbam diversas áreas da vida da pessoa, como o trabalho, o relacionamento e o convívio familiar.
Confira abaixo os sintomas mais comuns.
- Tristeza;
- Desânimo;
- Baixa autoestima;
- Sensação de vazio;
- Sensação de estar “anestesiado”;
- Apatia;
- Sentimentos de inutilidade;
- Insônia;
- Ganho ou perda de peso;
- Alteração dos hábitos alimentares;
- Fadiga;
- Sonolência diurna;
- Vontade de dormir em excesso;
- Sentimentos de medo, desesperança, culpa, fragilidade e desamparado;
- Sensação de perda de controla sobre a própria vida;
- Desejo de fugir de todos os problemas;
- Pensamentos suicidas;
- Automutilação;
- Alterações de humor, especialmente irritabilidade;
- Problemas digestivos;
- Mal-estar prolongado;
- Interpretação negativa da realidade;
- Palpitações;
- Enxaquecas;
- Problemas intestinais; e
- Dificuldade de concentração.
Quais as atitudes de uma pessoa depressiva?
Popularmente, as pessoas dizem que estão “depressivas” quando tristes ou apresentam qualquer estado de espírito negativo. Embora a tristeza seja um dos indicativos mais característicos, ela, por si só, não garante o diagnóstico.
Para ser considerada depressão, a tristeza, assim como os demais sintomas emocionais e psicológicos, deve se manifestar sem motivos aparentes. O “estar triste” é uma reação normal a uma situação, história ou filme que despertam essa emoção.
Já o “ser triste” é uma constante na vida do depressivo, que não consegue elevar o seu humor por muito tempo. O mesmo ocorre com os demais estados emocionais e sensação de inutilidade, vazio e abandono. Não há razões capazes de explicá-los.
Outro fator que dificulta a identificação do transtorno é a desinformação sobre ele. A depressão é volátil. Cada pessoa experimenta os sintomas de uma forma única. Algumas podem se queixar da intensidade dos sintomas físicos enquanto outras podem ter sintomas exclusivamente psicológicos.
Por isso, as vivências não devem ser comparadas. O conceito presente no imaginário popular de que o depressivo passa o dia inteiro na cama atrás de uma porta trancada não corresponde a todos os casos. Há pessoas que vivem anos com a saúde mental afetada, trabalhando, cumprindo com seus afazeres e até sorrindo à toa.
Para facilitar a identificação da depressão, você pode se fazer algumas perguntas sobre a qualidade do seu humor, hábitos e emoções mais recentes:
- Você se sente abatido e desanimado sem motivo?
- Quais são as suas perspectivas para o futuro?
- Quais são as suas perspectivas para o seu futuro (profissional, relacionamentos, família, etc)?
- O que o anima todos os dias? Quais são os motivos para levá-lo a levantar da cama todas as manhãs?
- Como anda o seu sono? Tem sentido vontade de dormir em diversos horários do dia? Tem tido noites mal dormidas?
- Você se sente cansado o tempo todo?
- Você se sente irritado com frequência?
- Você tem sentido vontade de brigar com as pessoas sem motivo?
- Como está o relacionamento com seus amigos?
- Como está o relacionamento com a sua família?
Se as suas respostas foram, em grande parte, de caráter negativo e desesperançoso, é provável que precise conversar com um psicólogo.
Tratamentos para depressão
Existem dois tratamentos possíveis: o medicamentoso e a terapia.
Tratamento medicamentoso
Através do uso de medicamentos prescritos pelo psiquiatra, o desequilibro cerebral de neurotransmissores é corrigido. Ainda existe muito receio, porém, em relação ao uso de remédios psiquiátricos. Para sanar todas as suas dúvidas sobre eles, consulte com um psiquiatra. Se não conhecer algum, peça recomendação de um de seus médicos de confiança.
Terapia
A terapia é um processo simples que consiste em consultas de conversa e escuta entre psicólogo e paciente. Nelas, são tratados os incômodos emocionais, pessoais, profissionais e comportamentais do paciente.
Enquanto ele relata os seus pensamentos, emoções, lembranças, experiências de vida, preocupações, ansiedades, medos e objetivos de vida, o psicólogo escuta com atenção cada palavra.
Assim, este profissional é capaz de encorajar o paciente a refletir sobre as questões incômodas, desenvolver métodos adequados para que possa lidar com elas e promover o autoconhecimento.
O conhecimento de si mesmo é um dos maiores benefícios do acompanhamento psicológico. A pessoa que conhece seus atributos fortes e fracos bem como os seus gostos e desgostos se valoriza como é. Além disso, toma decisões mais assertivas visando o próprio bem-estar e já não se abate por impasses criados no passado.
Para tratar a depressão, a terapia aborda todos esses temas e, ainda, ajuda o depressivo a modificar a sua perspectiva de vida e reconhecer o valor de sua existência. A terapia, para ele, é um momento de alívio das preocupações.
Como lidar com a depressão no dia a dia?
O tratamento para a depressão costuma ser longo. Por vezes, pode levar anos para que o paciente encontre a tranquilidade interior. Não há nada de errado nisso, afinal, cada pessoa funciona de forma única e responde ao tratamento conforme as suas capacidades.
Por isso, a convivência com o transtorno pode se prolongar. Pessoas com depressão leve ou moderada também devem aprender a viver com os sintomas sem que eles roubem as pequenas alegrias e fortunas de cada dia.
1. Seja gentil consigo mesmo
O depressivo costuma ser o seu pior crítico, empurrando a si mesmo para a beirada do precipício com cobranças infundadas. Para contornar esses pensamentos intrusivos, suavize a sua conversa interna através de afirmações positivas.
Seja compassivo com as suas falhas. Saiba que você está longe de ser o único a cometer erros nesta vida. Trate-a si mesmo como a pessoa mais importante do seu mundo porque, de fato, você é!
2. Fique próximo de pessoas queridas
Combata o desejo de ficar inerte com a presença de amigos e familiares amados. Escolha ficar perto somente das pessoas que te querem bem e se preocupam com seu bem-estar. A convivência social para o depressivo costuma ser uma provação, mas é muito necessária por gerar risadas e alegria, essenciais para a saúde mental.
3. Se permita viver pequenas alegrias
Redescubra o que você gosta de fazer e vá atrás sem questionamentos. Se deseja tomar uma bebida quente em um café bacana, fazer caminhada no parque local ou pintar uma obra de arte, não há razões para adiar essas vontades. Não se autossabote por censura alheia. Aos poucos, você voltará a perceber como a vida é recheada de pequenas alegrias e são essas ocasiões simples que devem ser valorizadas.
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Autor: psicologa Camila Maria Felipe Vega - CRP 04/40773Formação: A psicóloga Camila Vega é Mestre em psicologia pela PUC Minas. É Pós-Graduada em Terapias Cognitivo Comportamentais (PUC RS), em Neuropsicologia (Instituto Israelita Albert Einstein-SP), bem como em Psicopedagogia (Centro Universitario Unibh).