Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Camila Maria Felipe Vega - Psicólogo CRP 04/40773
O termo transtorno de personalidade descreve os indivíduos que agem de forma diferente das normas de comportamento estabelecidas pela sociedade.
Não é o mesmo que viver um modo de vida considerado atípico ou ter um estilo de se vestir incomum. Essas são simplesmente formas de expressão pessoal.
Os indivíduos com transtornos de personalidade apresentam sintomas específicos. Pesquisadores apontavam que 20% das pessoas apresentam alguma das condições, mas estudos mais atuais reduziram esta média para 5%.
ÍNDICE
Quais são os transtornos de personalidade
Atualmente existem 10 transtornos diagnosticáveis. A identificação de cada um deve ser feito pelo psicólogo ou psiquiatra. Se existir suspeita de algum dos distúrbios abaixo, esses profissionais devem ser consultados.
As definições abaixo estão de acordo com as informações do Manual MSD.
Transtorno de personalidade esquizoide
A pessoa com transtorno de personalidade esquizoide é emocionalmente distante. Logo, não forma laços íntimos nem tem o interesse de fazê-lo. Prefere ficar sozinha e evitar contato físico, especialmente com estranhos.
Por não expressar as emoções abertamente, é vista como apática e indiferente. Também apresenta problemas para digerir e extravasar a raiva. É possível que o transtorno coexista com a depressão e outras condições de personalidade.
Transtorno de personalidade paranoide
Consiste na manifestação da desconfiança extrema, embora não haja motivo racional para explicá-la. A pessoa com essa condição acredita que os demais são hostis e perigosos, por isso, costuma não se relacionar com facilidade.
Pensa ser alvo de planos mirabolantes ou ameaças que podem prejudicar a sua vida. Devido à paranoia, não consegue interpretar palavras ou ações alheias de forma correta. Seu modo de pensar está sempre atrelado a suspeita.
Transtorno de personalidade esquizotípica (TPE)
Caracteriza-se por um intenso desconforto em relação a relacionamentos íntimos. A pessoa com TPE prefere não interagir com os demais por acreditar ser muito diferente. A sua crença deriva de padrões de pensamentos, percepções e emoções destorcidos.
Ou seja, eles não estão totalmente ligados à realidade, mas não chegam a ter a severidade presente na esquizofrenia. Os modos de pensar e de falar da pessoa com TPE são desorganizados, irracionais e fantasiosos.
Transtorno de personalidade borderline (TBP)
Contrário aos transtornos vistos anteriormente, pessoas com TBP detestam ficar sozinhas e tomam atitudes precipitadas para evitar um possível abandono. Quando acreditam estar sendo abandonadas, respondem com explosões de raiva ou entrando em pânico. Esse comportamento acaba gerando atrito com os laços já formados.
Para elas, o abandono é uma forma do outro dizer que são pessoas ruins e não merecem amor. No entanto, as circunstâncias que causam essas reações costumam ser simples, como um amigo atrasar alguns minutos para encontrá-lo ou cancelar um compromisso.
Transtorno de personalidade antissocial
Este transtorno de personalidade é extremamente popular por ser repetidamente utilizado em produtos de entretenimento. Embora muitas pessoas saibam de sua existência, ainda existe muita desinformação acerca de seu funcionamento.
A pessoa antissocial comete atos ilegais, imprudentes e fraudulentos para ganho pessoal e não sente remorso. Ela pode manipular, enganar ou explorar os demais para conseguir o que deseja.
Uma característica marcante é a impulsividade. A pessoa não planeja com antecedência nem considerada as consequências de seus atos.
Transtorno de personalidade histriônica
Padrão de conduta em que a pessoa age de forma exagerada para chamar atenção. Ela expressa uma personalidade vivaz, entusiasmada e charmosa, capaz de conquistar os demais com facilidade. Mas precisa de atenção e fica deprimida quando não a recebe.
Para isso, usa roupas sensuais ou inadequadas para o trabalho, escola, eventos sociais e outros ambientes.
Também apresenta emoções que se alteram com rapidez e dramaticidade. Apesar de seus esforços para conquistar as pessoas, não raro é solitária e possui problemas para criar laços de intimidade.
Transtorno de personalidade narcisista
Outro transtorno consideravelmente conhecido pela cultura popular é o de personalidade narcisista. Da mesma forma que o antissocial, o senso comum enxerga de maneira equivocada.
A pessoa narcisista é incapaz de sentir empatia e sente uma necessidade intensa de ser admirada. Por acreditar ser mais especial que os outros, tira proveito das pessoas, conta vantagens e conquistas, e sente inveja das vitórias alheias.
Fracassos ou falhas, por menores que sejam, são capazes de torná-la deprimida ou enraivecida. O seu modo de pensar é fantasioso, fazendo-a acreditar que é mais inteligente, atraente e importante que os demais, inclusive membros de sua própria família.
Transtorno de personalidade dependente
Consiste na manifestação de comportamentos extremamente dependentes e temor por abandono. A pessoa cria uma máscara de fragilidade e carência para que os outros sintam necessidade de cuidar dela.
É dependente da opinião alheia para tomar decisões simples, como escolher qual roupa usar ou quem devem ser seus amigos. Às vezes, deixa a responsabilidade de decidir qual carreira seguir nas mãos dos outros.
A pessoa com essa condição tolera abuso físico, emocional ou sexual e permite que os outros tirem proveito dela.
Transtorno de personalidade esquiva
Caracteriza-se pelo desejo de evitar contato e situações sociais em virtude do temor de ser rejeitado ou criticado. Baixa autoestima, insegurança e sensibilidade à crítica são características comuns.
Apesar de desejar ter amigos, a pessoa tem muita dificuldade para formar laços. Tende a ser tímida e evitar novas experiências por se achar indigna delas. Quando se trata da vida profissional, prefere conduzir tarefas que não requerem interação social.
Transtorno de personalidade obsessivo-compulsiva (TPOC)
Manifesta-se através de um comportamento metódico que preza a perfeição ao realizar quaisquer ações ou tarefas.
A pessoa com TPOC tem um interesse incomum por regras, listas, cronogramas e instruções.Faz as coisas com muito capricho, mas essa conduta cuidadosa rapidamente se transforma em obsessão. É inflexível, não gosta de mudanças e resiste a receber ajuda alheia. O excesso de planejamento e cuidado para conduzir afazeres simples acaba afastando as pessoas.
Como identificar transtornos de personalidade
A nossa personalidade é complexa. Ela se transforma à medida que passamos por experiências e amadurecemos. Por vezes, apresentamos manias, comportamentos, pensamentos e humores considerados estranhos pelos outros. Isso não quer dizer que tenhamos um transtorno de personalidade.
O sentimento de “ser um peixe fora d’água” é mais comum do que se imagina. Muitas pessoas se sentem diferentes dos grupos sociais com os quais convivem e buscam o seu lugar no mundo. Essa sensação de inadequação pode ser explorada na terapia bem como a identificação dos traços de personalidade.
Para que seja diagnosticado um transtorno, os sintomas devem se manifestar com frequência diária e permanecer por, pelo menos, seis meses. Se há suspeitas que você ou um ente querido possa ter um transtorno de personalidade, o psicólogo ou o psiquiatra deve ser consultado.
Não existe uma forma exata de diagnosticar um paciente, como acontece com as patologias que acometem o corpo físico.
O psicólogo chega a um veredicto através das consultas psicoterapêuticas e da análise comportamental e de critérios que correspondam aos estabelecidos pelos Manuais MSD, conhecidos como Manuais Merck nos EUA e no Canadá. Nele, obtêm informações confiáveis sobre o diagnóstico.
Quais são as possíveis causas
Não existe uma causa exata para essas condições de personalidade.
Porém, há um consenso entre profissionais de saúde mental que uma combinação de elementos, como fatores genéticos e biológicos, experiências vividas na infância e circunstâncias de vida (pobreza, doença, violência, crises, etc.), afetam o desenvolvimento sadio das pessoas. Assim, os transtornos são desenvolvidos.
Quais são os tratamentos existentes
A terapia é a principal forma de tratamento. Como não há cura para esses transtornos, as sessões de psicoterapia podem se alongar por anos. Elas ajudam o indivíduo a compreender mais sobre a sua personalidade, sentimentos e emoções.
Dessa forma, conseguem identificar quais fatores são irreais ou extremamente exagerados. O próximo passo é desenvolver estratégias para lidar com os comportamentos incomuns.
Abordagens terapêuticas que costumam obter sucesso no tratamento são: Terapia Cognitivo-Comportamental, Terapia Interpessoal, Terapia Comportamental Dialética e Terapia Psicodinâmica.
É importante salientar que pessoas com transtornos de personalidade não costumam buscar ajuda profissional por conta própria. Muitas vezes, a família e os amigos precisam incentivar o ente querido a procurar tratamento para que tenham uma vida com mais qualidade.
Sobre os transtornos de personalidade
É importante destacar que o diagnóstico não reduz os pacientes a um conjunto de sintomas. Ele não é capaz de descrever as experiências pessoais ou prever quais oportunidades a pessoa terá ou qualidades serão desenvolvidas no futuro.
Os transtornos de personalidade não são doenças que podem ser vistas como semelhantes em todos os portadores, mas sim termos que descrevem um grupo de pessoas com padrões de comportamento semelhantes.
Psicólogos para Transtornos da Personalidade
Conheça os psicólogos que atendem casos de Transtornos da Personalidade no formato de terapia online por videochamanda:
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Ronaldo Silva
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO Psicólogo Ronaldo de Jesus da Silva é graduado em Psicologia pela UNESP e Pós-Graduado em Psicologia pela USP, atendendo há 15 anos em instituição governamental, paralelo aos seus atendimentos clínicos. Atualmente trabalha com Orientação Psicológica e Psicoterapia...
Valor R$ 180
próximo horário:
04/dez. às 07:00hs -
Adriana Rocco
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Adriana Rocco possui pós-graduação em Psicologia Clínica, tratamento da dor e saúde coletiva, possuindo formação específica em Psicanálise.
Valor R$ 110
próximo horário:
04/dez. às 15:00hs
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Autor: psicologa Camila Maria Felipe Vega - CRP 04/40773Formação: A psicóloga Camila Vega é Mestre em psicologia pela PUC Minas. É Pós-Graduada em Terapias Cognitivo Comportamentais (PUC RS), em Neuropsicologia (Instituto Israelita Albert Einstein-SP), bem como em Psicopedagogia (Centro Universitario Unibh).