Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Monique Silvestre Nunes - Psicólogo CRP 05/54145
Você se preocupa demais? O excesso de preocupação gera desconforto e ansiedade, estimulando pensamentos improdutivos.
As pessoas parecem estar sempre preocupadas. As suas apreensões vão desde questões grandes, como problemas conjugais ou baixo rendimento no trabalho, até coisas pequenas, como preocupação com o que falar em uma conversa ou como agir em determinado evento social.
É natural se preocupar com alguma coisa, especialmente quando não se tem conhecimento sobre uma determinada situação. A preocupação nos ajuda de diversas maneiras quando exercida na medida certa.
Já a preocupação excessiva é prejudicial para o nosso bem-estar emocional dado que só gera emoções negativas e não resultados concretos.
De fato, psicólogos advertem que o excesso de apreensão pode ser tanto um dos sintomas quanto uma das causas da ansiedade patológica.
O que é preocupação excessiva?
Preocupação excessiva nada mais é que o ato de se preocupar sem parar. Até certo ponto, a apreensão traz uma sensação de conforto. Através dela conseguimos imaginar cenários que ainda não aconteceram e nos prepararmos para eles. Deste modo, corremos menos riscos de sofrer e encontrar imprevistos.
Pessoas ansiosas, por exemplo, se satisfazem com suas ideias catastróficas, pois elas lhe preparam para aquelas possibilidades mesmo que soem absurdas. O problema é que elas tendem a alimentá-las.
Quando a preocupação se torna excessiva, ela prejudica até as pequenas decisões. O que comer hoje? Como se vestir? Com quem bater papo no trabalho? Como cuidar bem dos filhos? O que fazer para subir na carreira? Como aproveitar o tempo livre para ser produtivo?
Os questionamentos incessantes começam a atrapalhar a qualidade do sono, da alimentação e dos relacionamentos. O nosso humor fica perturbado e deixamos de aproveitar até mesmo o tempo sozinho com nossos pensamentos.
Além disso, a preocupação excessiva eleva a produção de cortisol, hormônio do estresse, e adrenalina no organismo. Sob a influência desses hormônios, podemos sofrer com pressão alta e arritmias cardíacas.
Sinais de que você se preocupa demais
A preocupação começa com simples pensamentos, como “e se eu tivesse feito tal coisa?” ou “e se houver algum imprevisto no trabalho amanhã?”. Eles podem envolver tanto acontecimentos do passado quanto do futuro.
No primeiro caso, a apreensão gira entorno da possibilidade de ter feito algo que causou consequências negativas. Ela é geralmente sentida após uma discussão, quando a pessoa examina como agiu naquela situação desagradável.
Já no segundo caso, envolve questões que ainda não aconteceram e podem modificar a rotina. Como não se sabe como essas modificações acontecerão, as pessoas ficam temerosas e se preocupam demasiadamente com elas. Temem ficar cara a cara com algo que não tem condições de administrar.
Alguns sinais comuns de que você anda se preocupando demais são:
- Você tem muitos pensamentos que começam com “E se…”;
- Você passa hora analisando situações passadas e futuras;
- Você está frequentemente estressado;
- Você teme enfrentar situações desconhecidas;
- Você tem dificuldade para tomar decisões ou muda de ideia toda hora;
- Você não consegue cessar os seus pensamentos antes de dormir;
- Você fica nervoso só de pensar no objeto de sua apreensão;
- Você sente que a sua mente está “cheia”; e
- Você dorme mal.
Consequências de se preocupar excessivamente
A preocupação excessiva pode facilmente se transformar em ansiedade. Quando a mente não vive no presente, consequentemente ficamos perturbados. Afinal, como aproveitar o “agora” quando não sabemos sequer reconhecê-lo?
As pessoas preocupadas passam muito tempo analisando o que teriam feito ou o que farão a seguir, deixando passar preciosos momentos para trabalhar em si mesmas e suas vidas. Não conseguem viver o que está diante de seus olhos, então perdem oportunidades profissionais, momentos ao lado de pessoas queridas e o prazer de praticar um hobby.
Outra característica é que a preocupação excessiva torna as pessoas prisioneiras de si mesmas. Elas não conseguem conduzir as suas vidas como gostariam por estarem sempre estressadas e emocionalmente sobrecarregadas. Assim, sofrem grande angústia.
A angústia combinada com a ansiedade pode levá-las a buscar formas pouco saudáveis de encontrar alívio emocional no cotidiano, como relacionamentos tóxicos, compras compulsivas e até vício em exercícios físicos.
A ansiedade constante pode, ainda, dar origem a distúrbios do espectro ansioso, como Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), Síndrome do Pânico e Ansiedade Generalizada. Uma vez instaladas, essas condições afetam o bem-estar e o estilo de vida, requerendo tratamento psicológico.
Como lidar com a preocupação excessiva?
A preocupação é natural, ou seja, não deve ser algo temido ou estigmatizado. Nós podemos nos preocupar de vez em quando uma vez que é uma reação totalmente humana. O problema é quando as apreensões casuais se tornam corriqueiras.
A preocupação pode ser controlada antes de se tornar excessiva. O que você precisa fazer é administrar os seus pensamentos e emoções para que não saiam do controle e se tornem fontes permanentes de estresse em sua vida.
Pode ser difícil fazer isso a princípio. Mudar padrões de comportamento e de pensamento requerem tempo e disciplina. Assim, o seu esforço deve ser diário. Mas não se preocupe! Dominar a preocupação e, consequentemente, a ansiedade, não é um esforço radical nem impossível.
Para fazer isso, separamos algumas dicas de psicólogos para ajudá-lo.
1. Racionalize a preocupação
As preocupações excessivas são comumente irracionais. Elas instigam pensamentos que não condizem com a realidade, fazendo com que as pessoas ajam com nervosismo e dúvida.
Deste modo, elas são dominadas por medos ilógicos que as impedem de tomar decisões, colocar seus planos em ação e aproveitar momentos.
Para combater essas características do excesso de preocupação, você precisa racionalizar o que está sentido. Se questione as seguintes perguntas:
- Por que essa situação/esse cenário lhe causa apreensão?
- O que vai acontecer se você errar?
- Como você acredita que os seus maiores medos modificariam a sua vida (jeito de pensar, de ser, de viver, etc)?
- Analise a situação como ela é. O que realmente pode acontecer segundo as suas observações? Essas especulações estão próximas ou distantes de suas preocupações?
- Como você pode contribuir para o problema e para a solução?
Com base nas respostas para a última pergunta, você pode ter uma ideia de como se portar diante daquela situação preocupante. Pode ser que os seus planos não deem certo, mas tudo bem. Tente novamente até conseguir obter os resultados desejados.
2. Faça exercícios de relaxamento
Como a preocupação desencadeia ansiedade, é preciso aprender a controlá-la. Para isso, você pode fazer exercícios de relaxamento.
A dica é fazê-los com frequência, reservando um momento do seu dia especialmente para cultivar a calma. Assim, você mantém um estado de tranquilidade praticamente constante.
Quando ficar preocupado com alguma coisa, será igualmente mais fácil lidar com a ansiedade, frustração e angústia.
Você pode experimentar meditação, respiração profunda, áudios relaxantes, caderno de gratidão, yoga, caminhada e qualquer atividade física que lhe relaxe. Algumas pessoas se sentem mais tranquilas quando descarregam o estresse no futebol, natação ou corrida.
3. Contra-ataque a preocupação com positividade
Assim que inúmeras preocupações ameaçarem se instalar, contra-ataque esses pensamentos ansiosos com positividade. Relembre memórias calorosas, pense em momentos positivos do seu dia, visualize-se realizando sonhos de longa data ou diga afirmações positivas em voz alta ou mentalmente.
Uma forma de trazer positividade e racionalizar a preocupação ao mesmo tempo é escrever suas preocupações. Por exemplo, “estou preocupado com a resposta do cliente”. Escreva as razões pelas quais essa preocupação existe e, ao lado ou embaixo, escreva porque você não deve se preocupar com ela.
Assim, “estou preocupado com a resposta do cliente” é contra-atacada com “se a resposta do cliente for negativa, tenho certeza de que posso encontrar soluções para fechar o negócio/satisfazê-lo com as minhas habilidades.”
Pode parecer um exercício pouco efetivo, mas além de combater a preocupação excessiva, ele também ajuda a melhorar a autoestima e promove o pensamento positivo.
4. Confie em si mesmo
Quando estiver preocupado com alguma coisa, pense: adianta eu me preocupar com isso? Muitas vezes, a reposta é não. Além da ansiedade, a preocupação excessiva pode ser motivada pela falta de autoconfiança.
Pessoas confiantes podem não ter as respostas para todos os problemas, mas elas sabem que podem encontrá-las com calma ao se dedicarem. Dessa forma, elas não perdem tempo se preocupando com questões que não podem modificar. A sua atenção é transferida para o que possuem condições de fazer.
Então, reflita se você não confia em suas próprias habilidades para resolver uma situação ruim, por isso, passa muito tempo se preocupando com ela. A preocupação é improdutiva uma vez que não ajuda a encontrar respostas para seus problemas.
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Autor: psicologa Monique Silvestre Nunes - CRP 05/54145Formação: A Psicóloga Monique Silvestre tem especialidade na área Clínica, com a abordagem em Psicoterapia Breve, Terapia Sistêmica e em Constelação Familiar.
Excelente artigo sobre preocupação excessiva.
Nos faz refletir como agimos no nosso cotidiano perante as situações de que ainda não conhecemos.
Parabéns pela clareza da explicação.
Obrigada pelo seu comentário.
Excelente artigo, ajudou muito a esclarecer minhas dúvidas, e descobrir o que realmente estou sentindo
Que bom!
Obrigado Dra pelas informações, elas sao muito preciosas.
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