Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online.
O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental cuja intensidade dos sintomas pode variar de leve a grave.
Dependendo do caso clínico do indivíduo diagnosticado com bipolaridade, ele pode ter mais ou menos incômodos em sua vida diária em decorrência dos sintomas.
A terapia se mostra indispensável para que pessoas bipolares tenham uma vida com qualidade e consigam realizar os seus objetivos, ter bons relacionamentos, trabalhar e se aceitar como são.
Neste post, você vai saber tudo sobre o processo psicoterapêutico voltada à essa condição.
O que é transtorno bipolar?
O transtorno bipolar se encaixa na classificação de transtornos de humor. Segundo o DSM-V, existem dois tipos de transtornos bipolares: I e II.
O bipolar I é caracterizado por episódios maníacos e depressivos, bem como hipomaníacos. A pessoa com essa condição também sofre crises mistas, com sintomas de depressão e mania misturados.
Já no bipolar II, o indivíduo não apresenta episódios maníacos completos, mas sofre com períodos depressivos intensos e longos.
Por essa razão, é comum que o diagnóstico inicial seja de depressão. Com o tempo, contudo, são observados outros sintomas que confirmam a presença da bipolaridade.
De acordo com a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), cerca de 140 milhões de pessoas são portadoras dessa condição ao redor do mundo.
Ela tende a surgir no início da vida adulta, entre os 18 e 25 anos. Entretanto, em menor escala, também é percebido na adolescência.
Um dado alarmante evidencia que demora, em média, 10 anos para as pessoas receberem um diagnóstico exato sobre a sua condição de saúde mental.
No período em que passam sem tratamento psicoterapêutico, tendem a se enxergar como “inadequadas” e sofrer preconceito de quem não compreende as particularidades do transtorno de bipolaridade.
Sintomas do transtorno bipolar
Os sintomas dessa condição são divididos de acordo com cada episódio de mudança de humor.
Nos episódios depressivos, há a diminuição repentina do interesse por atividades consideradas prazerosas, insônia, fadiga acentuada, sentimentos de inutilidade ou de culpa, humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, e dificuldade de concentração.
Nos episódios maníacos, presentes somente no transtorno bipolar I, o indivíduo sente uma elevação brusca de seu humor, tornando-se eufórico.
Ele apresenta autoestima inflada, impulsividade, redução da necessidade de sono, distração, crenças de grandeza, agitação psicomotora e envolvimento em surtos desenfreados de compras, jogatina e atividades sexuais.
Por fim, nos episódios hipomaníacos, o indivíduo é acometido por um humor anormal e persistente.
Os sintomas são semelhantes aos dos episódios maníacos, mas se manifestam em menor intensidade.
Embora a pessoa ainda sinta distração, impulsividade e sensação de invencibilidade, esses episódios não são graves a ponto de causar prejuízos no funcionamento social ou profissional dos indivíduos.
Leia também: Transtorno de acumulação: Sintomas, causas e tratamento [Guia]
Importância da terapia para o transtorno bipolar
O indivíduo com transtorno de bipolaridade que não busca tratamento psicoterapêutico costuma ter episódios de mania e depressão mais longos e severos. Cada um pode durar de seis a 12 meses.
Nesses períodos, tanto o indivíduo quanto seus familiares e amigos podem sofrer com as oscilações de humor e comportamentos imprevisíveis.
A falta de controle emocional em ambos os episódios também pode levar o indivíduo a se envolver em situações perigosas, causando risco à sua vida e a de terceiros.
Com tratamento psicológico, a severidade dos episódios de mania e depressão do transtorno bipolar diminui, bem como a sua duração. Eles podem chegar a durar cerca de três meses, dependendo do caso.
Dessa maneira, indivíduos bipolares obtém um maior controle sobre as suas emoções, decisões, comportamentos e pensamentos, fatores que conduzem à elevação da qualidade de vida.
O tratamento é igualmente fundamental na prevenção contra o suicídio. Segundo a ABTB, entre 30% e 50% dos portadores dessa condição atentam contra a própria vida.
Como esses indivíduos são acometidos por episódios depressivos graves, podem ter pensamentos suicidas. A influência constante desses devaneios pode levá-los a crer que ninguém se importa com eles e que não merecem cuidar de si mesmos.
Objetivos da terapia para a bipolaridade
O tratamento para o transtorno de bipolaridade é feito através da psicoterapia e da psiquiatria.
Os medicamentos psiquiátricos de controle de humor são indispensáveis para o alcance do bem-estar emocional.
A terapia com o psicólogo possui outros objetivos, voltados ao empoderamento do indivíduo no dia a dia e aquisição de conhecimento relevante sobre a sua condição, conforme visto abaixo:
- Psicoeducação: o fornecimento de informações didáticas sobre a bipolaridade para o paciente e seus familiares estimula a tomada de decisão consciente. O paciente aprende a reconhecer os sinais dos episódios maníacos e depressivos e, assim, pode buscar ajuda mais rapidamente para lidar com eles;
- Relacionamentos familiares: a terapia também pode promover uma dinâmica familiar saudável. É comum que familiares não saibam o que fazer para ajudar o indivíduo bipolar e tenham dificuldade para compreender as suas ações. Neste sentido, o psicólogo pode ajudar a minimizar conflitos entre familiares ao mediar discussões durante a terapia em grupo e incentivar a modificação de padrões disfuncionais de conduta;
- Regularização da rotina: outro objetivo do tratamento psicoterapêutico é auxiliar pacientes portadores de transtorno de bipolaridade a construírem rotinas diárias regulares. Implementar horários para a realização de atividades, bem como para dormir e comer, ajuda o paciente a manter o foco na produtividade. Assim, a frequência de episódios maníacos é reduzida.
- Autoconhecimento: é comum que a sociabilidade do indivíduo bipolar seja reduzida durante as oscilações de humor. A irritabilidade, o isolamento social, a impulsividade e os sentimentos de caráter negativo se intensificam, podendo gerar atritos em círculos sociais e problemas de desempenho no trabalho. Através do autoconhecimento, pacientes adquirem maior consciência desses comportamentos e podem ter mais facilidade para controlá-los.
Como é feita a terapia para bipolaridade?
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é considerada uma das abordagens mais eficazes para o tratamento do transtorno bipolar.
As sessões de terapia normalmente são realizadas uma vez por semana, mas a frequência pode aumentar ou diminuir conforme a necessidade do paciente e com o tempo do tratamento.
A duração do processo psicoterapêutico também depende da necessidade de cada paciente.
Essa, por sua vez, é determinada pelo psicólogo após avaliação em consulta.
É recomendado buscar a terapia para o transtorno bipolar assim que os primeiros sintomas sejam percebidos.
Para que a terapia seja eficaz, independentemente do seu objetivo, é preciso que o paciente esteja disposto a fazer os movimentos de mudança necessários para elevar a sua qualidade de vida, além de se expressar com sinceridade.
Se o paciente não se sentir confortável o suficiente para compartilhar as suas preocupações e angústias, a terapia dificilmente trará os resultados desejados!
Entre as técnicas utilizadas na terapia para bipolaridade estão:
1. Monitoramento do humor
Durante as consultas com o psicólogo, o indivíduo com transtorno de bipolaridade aprende a monitorar seu humor, habilidade que o ajuda a identificar sinais de episódios maníacos e depressivos.
Ele é encorajado a usar um diário para anotar as oscilações de humor ao longo do dia e como seus estados de humor influenciam a execução de atividades.
Outros fatores que causam interferência no humor, como uso de medicamentos e ciclo menstrual, também devem ser considerados.
Com a passagem dos meses, as anotações se tornam mais detalhadas. Junto do psicólogo, o paciente consegue identificar padrões emocionais e gatilhos que desencadeiam sintomas da bipolaridade.
2. Mudança de hábitos
É recomendado que pacientes com bipolaridade façam higienizações do sono constantemente. Isto é, adotem práticas para melhorar a qualidade do sono.
Por exemplo, o consumo de café e bebidas alcoólicas deve ser evitado, o ambiente do quarto deve ser organizado de forma a promover o sono e exercícios de relaxamento devem ser feitos antes de se deitar.
Mudanças na dieta também são recomendadas. Algumas pesquisas mostram que o consumo de ômega-3, encontrado nos peixes, pode ajudar a controlar sintomas de condições psiquiátricas.
Outros alimentos que podem ser ingeridos com frequência são grãos, frutas e vegetais frescos.
O paciente pode, ainda, aderir à prática de exercícios físicos e de relaxamento, como yoga e meditação, para equilibrar a química cerebral.
3. Autoconhecimento
A terapia é um espaço seguro para o paciente expressar sentimentos e coisas que normalmente não contaria aos outros.
Através das conversas com o psicólogo, ele é incentivado a fazer reflexões sobre acontecimentos, relacionamentos e suas próprias emoções.
As reflexões resultam em insights que o auxiliam a ver as suas relações afetivas, aspirações e sentimentos com outros olhos.
Da mesma forma, essas realizações o ajudam a identificar crenças, padrões de comportamento e traços de personalidade.
Psicólogos para Transtorno Bipolar
Conheça os psicólogos que atendem casos de Transtorno Bipolar no formato de terapia online por videochamanda:
-
Thiago Galdino
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO psicólogo Thiago Galdino é graduado pela Associação Catarinense de Ensino (A.C.E), possui especialização em Saúde Mental e Coletiva pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC -Barbacena), é especialista em Transtorno do espectro autista (TEA), com a abordagem Son Rise-Nível 1.
Valor R$ 200
próximo horário:
26/dez. às 15:00hs -
Brenda Marques
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Brenda Marques Soares possui graduação em Psicologia Bacharel - Universidade Vale do Rio Doce - UNIVALE. Graduação em Licenciatura em Psicologia. Pós-graduação em Psicopedagogia Institucional e Clínica.
Valor R$ 100
próximo horário:
27/dez. às 16:00hs
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Autor: Psitto
Cara Doutora Thaiana!
Como soe acontecer, a senhora explanou muito bem sobre o transtorno bipolar. Digo que este assunto deveria ser apresentado com mais frequência para as pessoas em geral.
Isto por que o leigo em Psicologia e Psiquiatria interpreta mal seja seus próprios comportamentos seja de outras pessoas. Muitas vezes, eles “enquadram” a si próprio ou os outros como acometido pelo referido transtorno. Por exemplo, quando as pessoas não participam, com certa frequência, com alegria esfuziante de certos eventos. Ora, isto pode se dá pelo fato de a pessoa ser introvertida, ou mesmo, tímida; por está triste ou deprimida; por está enfrentando problemas financeiros, profissionais, conjugais, existenciais etc.
Salvo engano, não sei se, nestes casos, necessariamente, a pessoa sofre de transtorno bipolar. O psicólogo ou psiquiatra sabe diferençar; o leigo, não. Daí a necessidade de tal tema ser mais propagado pelos profissionais do comportamento já mencionados. Muito obrigado por mais este Artigo!
Forte abraço!
Luís Monteiro.
Obrigada pelo feedback!