Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Elaine Batista da Silva Garbin - Psicólogo CRP 06/75579
O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um dos transtornos da ansiedade. Nele, pensamentos e necessidades indesejáveis forçam a pessoa adotar certos comportamentos contra a sua vontade.Essa condição pode afetar indivíduos de ambos os gêneros, origens, etnias e idades, porém, é mais comum em pacientes entre 18 a 25 anos.
ÍNDICE
- O que é Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- O que causa o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Desconhecimento e estigmas
- Como diagnosticar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Tratamentos para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
- Como conviver com o TOC
O que é Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Quem tem TOC experimenta pensamentos intrusivos que o influencia a tomar determinadas atitudes, como lavar as mãos e acender e desligar as luzes repetidamente. Caso contrário, é bombardeado de imagens de cenários trágicos, geralmente envolvendo pessoas queridas.
O indivíduo é compelido a repetir as ações de forma incontrolável para se livrar delas e, consequentemente, da ansiedade. Esse é o padrão do pensamento obsessivo-compulsivo: a necessidade de lavar as mãos imediatamente (obsessão) para reduzir a ansiedade e outras perturbações emocionais (compulsão).
Existem dois tipos de TOC:
- Transtorno obsessivo-compulsivo subclínico: as obsessões são repetidas com frequência, mas não chegam a atrapalhar a vida da pessoa. Ela consegue criar mecanismos de controle quando a necessidade ou desejo se manifestam;
- Transtorno obsessivo-compulsivo propriamente dito: as obsessões acontecem com muita frequência e persistem até que sejam aliviadas pela compulsão. Essa condição é mais grave e interfere na vida cotidiana do indivíduo, podendo preveni-lo de trabalhar e seguir com seus objetivos de vida. Costuma ser fonte de constrangimento para quem a porta.
Sintomas do Transtorno Obsessivo-Compulsivo
O espectro desta condição é amplo e inclui diversos graus de severidade. Alguns pacientes podem experimentar sintomas mais leves enquanto outros podem ter suas vidas tomadas pelas necessidades obsessivas. Não é recomendado ignorá-las ou tentar resisti-las, pois essa postura pode resultar em altos níveis de ansiedade e estresse.
O controle dos sintomas deve ser feito durante o acompanhamento psicológico para evitar mais danos ao emocional da pessoa com TOC, principalmente se a condição for debilitante.
Alguns exemplos de sintomas obsessivos são:
- Dúvida excessiva;
- Medo em excesso de contaminação por germes;
- Pensamentos supersticiosos;
- Crença que pode machucar as pessoas se não fizer a ação;
- Medo de falhar em combater o perigo ou ameaça à vida dos entes queridos;
- Imaginar algo ruim acontecendo aos outros; e
- Pensamentos “proibidos” (variam de acordo com as crenças pessoais do que é considerado proibido).
Alguns exemplos de compulsões são:
- Tocar em objetos;
- Lavar objetos ou as mãos;
- Verificar se fechou janelas, se o forno está desligado, se as portas da casa estão trancadas, entre outros;
- Ordenar objetos ou alimentos;
- Organização compulsiva;
- Repetir ações;
- Contar números ou objetos;
- Focar no número de repetições ao tomar determinadas atitudes;
- Rezar compulsivamente; e
- Jogar objetos fora sem motivo.
Os sintomas de obsessão e compulsão podem começar como “tiques” ou manias ocasionais, os quais não despertam a preocupação do indivíduo. Com o tempo, podem obter um grau de severidade maior e comandar as ações e pensamentos da pessoa.
Portanto, se você notar a repetição de pensamentos e comportamentos semelhantes aos mencionados acima, vale a pena contatar um psicólogo para obter um diagnóstico. Dessa forma, o transtorno é tratado com antecedência e a possibilidade de evoluir para uma condição grave é menor.
O que causa o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Embora as causas do TOC não sejam totalmente compreendidas, existem muitos fatores que contribuem para o seu aparecimento.
Entre eles estão alterações químicas naturais do organismo ou funções cerebrais, casos da condição na família ou casos de outras patologias, experiências de vida, fatores ambientais (estresse, ambiente familiar ruim, modo de vida nocivo à saúde) e existência de outros distúrbios mentais não diagnosticados.
As experiências de vida que podem contribuir para o desenvolvimento do TOC são múltiplas. Doenças físicas, perda de um ente querido, vivência em conflitos armados ou violentos, criação superprotetora, abuso ou negligência na infância e traumas.
Os pais também podem transferir os seus medos para os filhos que, sendo pequenos e incapazes de interpretar emoções em sua totalidade, desejam modificar a situação a todo custo. Assim, desenvolvem comportamentos obsessivos como forma de tentar melhorar a situação do lar. Essa transferência é feita inconscientemente.
Desconhecimento e estigmas sobre o TOC
A maioria de nós já experimentou variações de sintomas de TOC, como pensamentos indesejados ou necessidade de organizar e ordenar objetos ou cômodos da casa. Porém, eles não se tornam obsessivos para muitos.
Ainda existe muita desinformação sobre o Transtorno Obsessivo-Compulsivo entre as pessoas. O imaginário popular classificou o TOC como uma mania ou um traço da personalidade de pessoas ordeiras, diminuindo a sua severidade. É comum ouvirmos falas como “a desorganização me dá TOC” ou “o desalinhamento dessa arquitetura afeta o meu TOC”. Às vezes, são ditas em tom de brincadeira.
Enquanto esse comportamento encontra risadas e comentários parceiros, pessoas que realmente experimentam sintomas do transtorno não costumam receber o mesmo tratamento. Impaciência, críticas e comentários negativos são destinados a elas por apresentarem condutas consideradas estranhas ou desnecessárias.
Porém, é preciso compreender que se a pessoa sentir necessidade de checar se a porta da frente da casa está trancada oito vezes seguidas ela deve fazê-lo para controlar a ansiedade. Reagir com comentários negativos não vai ajudá-la tampouco impedi-la de prosseguir com esse ritual.
Ninguém escolhe desenvolver TOC, portanto, quem possui o transtorno deve ser tratado com paciência e compreensão. Todavia, não é aconselhado encorajar tais comportamentos nem normalizá-los. Amigos e familiares devem encorajar a pessoa a buscar ajuda profissional, reassegurando-as que é possível viver uma vida livre de obsessões e compulsões.
Outro ponto que deve ser destacado é a vergonha que as pessoas com TOC sentem devido aos seus comportamentos. Elas normalmente evitam falar sobre o assunto para não causar mais embaraço a si mesmas ou aos outros.
Sentir vergonha é uma reação comum, mas não pode interferir na busca por terapia. O transtorno obsessivo-compulsivo é uma patologia passível de tratamento, assim como todas as outras. Ou seja, não há nada de vergonhoso nela.
Como diagnosticar o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
Para que um diagnóstico seja feito, o quadro do paciente precisa apresentar as seguintes características:
- Os sintomas devem ser reconhecidos como os desejos e pensamentos do indivíduo;
- Deve haver pelo menos um pensamento ou obsessão que é resistida com insucesso, mesmo que outras estejam presentes e o indivíduo não consiga mais resisti-las;
- O pensamento de consolidar a ação através de compulsões não é agradável, apesar de resultar em um alívio breve de tensão;
- A ansiedade deve ser um componente marcante e quase insuportável caso o indivíduo resista à necessidade de fazer a ação;
- As imagens trágicas, os pensamentos e os impulsos para concluir os rituais devem se repetir com frequência.
Tratamentos para o Transtorno Obsessivo-Compulsivo
O melhor tratamento para esta condição é, sem dúvidas, a terapia. Alguns medicamentos podem ajudar a controlar os sintomas em alguns casos, mas eles não trabalham diretamente com a(s) causa(s). Por impactar também a vida de familiares ou pessoas que convivem com o indivíduo com TOC, a terapia em grupo ou familiar pode ser um tratamento mais eficiente.
As formas de tratamento psicoterapêutico incluem:
- Terapia Cognitivo-Comportamental: por explorar os pensamentos, emoções e sentimentos acerca das obsessões e compulsões possui grandes probabilidades de sucesso. O paciente aprende a incorporar soluções práticas para lidar com o transtorno;
- Terapia de Exposição: usada na terapia comportamental, envolve expor o indivíduo a suas obsessões e pedir para gradualmente resistir à necessidade de satisfazê-las. É uma forma de ensinar o paciente que ele tem controle sobre a sua ansiedade; e
- Terapia Familiar: os demais membros da família podem ser afetados pela convivência com o indivíduo com TOC, modificando a dinâmica familiar. Se os familiares compreenderem a profundidade da ansiedade com a qual o paciente sofre, essa modalidade psicoterapêutica pode ser melhor.
Como conviver com o TOC
Para quebrar a necessidade de agir conforme um pensamento obsessivo, a pessoa com TOC pode usar alguns métodos simples. É preciso praticá-los quando a necessidade surgir para que a compulsão seja adiada, mas não totalmente ignorada. Com a prática recorrente, eles se tornam ainda mais eficientes em controlar o comportamento obsessivo-compulsivo.
- Ler;
- Praticar exercícios físicos;
- Cozinhar;
- Jogar um jogo;
- Pintar;
- Tocar um instrumento;
- Conversar sobre um interesse ou hobby;
- Ligar para uma pessoa querida.
Ressalta-se que, se o paciente já estiver em tratamento, é provável que demore algumas semanas ou meses para que veja a efetividade do mesmo. Logo, precisará conviver com esta condição em seu estado natural, especialmente nas primeiras semanas.
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Autor: psicologa Elaine Batista da Silva Garbin - CRP 06/75579Formação: A Psicóloga Elaine Batista Garbin é graduada pela Universidade São Judas Tadeu. Está em andamento no curso de pós-graduação em Psicologia Clínica na abordagem de Terapia Cognitiva Comportamental. Possui vasta experiência em atendimentos a adolescentes, adultos e idosos.