Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Lujan de Cássia Agostinho - Psicólogo CRP 06/85978

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os transtornos de conduta são condições distintas, mas podem ser confundidas por apresentarem alguns sintomas e características semelhantes.
O TEA e os transtornos de conduta tendem a se manifestar na infância e provocam comportamentos inapropriados.
A criança tem uma relação complicada tanto consigo mesma quando com as pessoas e os ambientes frequentados, por isso, pode ser imprevisível, impulsiva ou irresponsiva.
Como a criança também costuma causar desconforto nos coleguinhas de classe, é comum professores e pais a verem como “mal-educada”.
O isolamento social dessa criança pode ser a resposta da turma aos seus comportamentos inadequados.
O rendimento escolar insatisfatório é outro fator em comum entre essas condições. No caso do TEA, a criança possui dificuldade para se concentrar nas aulas e concluir atividades escolares.
Já a criança com transtorno de conduta tende a ter uma postura rebelde e opositora em relação aos estudos.
Além das notas baixas, suas artimanhas podem resultar em constantes problemas com a coordenação e pais de outros alunos.
Sendo assim, pode ser necessário mais tempo para que o diagnóstico correto seja realizado.
Um tratamento específico pode ser iniciado e, com a manifestação ou agravamento dos sintomas, ser necessário mudar para outro tipo de tratamento.
O que é TEA?
O Transtorno do Espectro Autista, TEA ou, como é conhecido popularmente, autismo é uma condição neurológica que causa deficits no padrão comportamental e na comunicação.
Hoje já se compreende que existem graus distintos de autismo, sendo impossível englobar todos os indivíduos autistas em uma única categoria.
Os autistas de alto funcionamento não apresentam deficiências mentais e podem se destacar em uma área do conhecimento, como música, matemática e pintura.
Já no autismo severo, o indivíduo precisa de auxílio para executar afazeres habituais do dia a dia, como trocar de roupa ou lavar a louça, e pode não falar ou levar muito tempo para desenvolver a fala.
Neste caso, pode haver algum índice de deficiência intelectual.
Há, ainda, o grau moderado, que é uma mistura entre o severo e o de alto funcionamento. Indivíduos com TEA moderado precisam de menos ajuda no cotidiano e não possuem deficits intelectuais graves.
O autismo impacta, sobretudo, as capacidades comunicacionais e sociais. O individuo autista tem dificuldade para compreender a subjetividade das interações sociais, como expressões, figuras de linguagem, ditados populares e tradições.
Da mesma forma, pode ter interesses restritivos e padrões comportamentais considerados atípicos, mas que trazem conforto e acalmam a ansiedade.
Um exemplo é a afeição por rituais diários. O indivíduo é reconfortado pela segurança da rotina e, quando ocorre a interferência de um imprevisto, pode ficar estressado ou irritado.
Sintomas do TEA
O diagnóstico do TEA é feito quando os seguintes sintomas são identificados, em menor ou maior grau:
- Interesses restritivos e específicos, como por um tipo de animal, um ramo do conhecimento ou uma atividade criativa;
- Dificuldade para entender as emoções do outro;
- Organização excessiva de brinquedos, livros, materiais escolares, roupas, etc;
- Tendência a seguir regras de conduta à risca e de maneira rígida;
- Fala dificultosa ou ausência de comunicação oral;
- Crises emocionais ao entrar em contato com situações inesperadas ou estímulos sensoriais;
- Dificuldade para manter contato visual; e
- Sensibilidade a cores, sons e luzes intensas.
O que é transtorno de conduta?
O transtorno de conduta é frequentemente confundido com “birra” ou “manha” visto que a criança se comporta de um jeito “mau criado”.
Por conta disso, os pais podem ter dificuldade para distinguir os comportamentos considerados típicos da infância dos considerados inabituais.
É normal que a criança ocasionalmente tenha mudanças de humor, respostas intensas a acontecimentos comuns e acesos de raiva ou tristeza ao ser contrariada.
A infância é a fase da vida em que a criança está conhecendo o mundo, a si mesma e as outras pessoas.
Como ainda não tem alcance emocional para lidar com tudo isso, é compreensível que tenha reações desproporcionais e imprevisíveis.
É o dever dos pais orientá-la e impor limites para que ela consiga transitar pela vida com saúde emocional.
O transtorno de conduta basicamente amplifica comportamentos impróprios e muitas vezes leva a criança a agir de modo incoerente com a sua idade.
A criança pode ser agressiva e teimosa em excesso, sentindo prazer em desafiar as regras e orientações dos pais.
Ela perturba outras crianças e adultos de propósito e pode demonstrar pouco ou nenhum remorso por suas ações.
Embora a fase da rebeldia seja comum tanto na infância quanto na adolescência, o transtorno de conduta provoca atitudes que destoam do comportamento habitual da criança.
Sintomas dos transtornos de conduta
Para que o diagnóstico do transtorno de conduta seja conclusivo, a criança precisa ter pelo menos quatro dos sintomas abaixo:
- Impaciência;
- Inquietação;
- Necessidade de se opor aos pais e adultos;
- Incomodar os outros sem motivo aparente;
- Gritar, espernear, xingar, chorar – comportamentos típicos da birra;
- Se recusar a obedecer a ordens;
- Irritabilidade;
- Agir por vingança ou rancor;
- Destruir brinquedos, seja seus, da escola ou de outras crianças;
- Desrespeitar a propriedade alheia, como pintar paredes, quebrar objetos decorativos e sujar móveis;
- Não assumir a responsabilidade por suas ações; e
- Discutir com adultos simplesmente por fazê-lo.
O que fazer em caso de suspeita?
Se você acredita que o seu filho expressa comportamentos atípicos para a idade, pode levá-lo para o médico e psicólogo.
É importante consultar o médico para fazer a investigação de condições de saúde física.
Já o psicólogo pode ajudar na suavização dos sintomas e na resolução de conflitos na família e na escola, além de orientar o paciente na construção de um modo de vida saudável.
Quanto mais rápido os pais investigarem o estado de saúde dos filhos, melhor.
Crianças que iniciam o tratamento por volta dos três anos apresentam avanço mais rápido, de acordo com pesquisas.
O diagnóstico precoce reduz a possibilidade do paciente de se deparar com situações difíceis, bem como de não saber o que fazer diante delas.
Como a terapia promove o controle das emoções e o desenvolvimento de hábitos positivos, como planejamento e organização pessoal, paciência e autoconfiança, o paciente também não se deixa levar por comentários desagradáveis direcionados a ele.
Como a terapia ajuda no TEA?
O TEA costuma exigir o trabalho conjunto de múltiplos profissionais, como o fisioterapeuta, psicoterapeuta, fonoaudiólogo, pedagogo, nutricionista, psiquiatra, entre outros.
O esforço desses profissionais estimulam as habilidades de comunicação, concentração, lógica, coordenação motora, aprendizagem, etc.
A abordagem psicológica mais recomendada para o autismo é a Análise do Comportamento Aplicada, focada na consolidação de comportamentos positivos.
A criança autista é instruída a ter mais autonomia no dia a dia. Isto é, ela aprende a executar atividades básicas, como escovar os cabelos, se vestir, guardar brinquedos, entre outras.
As habilidades comunicacionais também são estimuladas. Para muitas crianças com TEA, se comunicar com clareza é um grande desafio.
Elas possuem dificuldade para compreender as expressões faciais e a linguagem subjetiva, por isso, tendem a ficar irritadas ou estressadas.
O psicólogo incentiva o contato visual e modos de expressão funcionais, bem como ensina a criança a reconhecer sinais não-verbais durante conversas.
Dessa maneira, a frustração e ansiedade proveniente de não conseguir interagir com as pessoas e executar afazeres diminui.
Outra função importante da psicoterapia aplicada ao autismo é a redução de comportamentos problemáticos, como agressões verbais e físicas, autolesão e descontroles emocionais.
Como é a terapia para o transtorno de conduta?
A terapia para o transtorno de conduta também foca na mudança comportamental, mas utiliza métodos diferentes para atingir os seus objetivos.
A criança é estimulada a substituir comportamentos e hábitos inadequados por adequados.
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) demonstra bons resultados no tratamento dessa condição, pois promove a administração entre sentimento, pensamento e comportamento.
Deste modo, a criança toma consciência da importância de lidar bem com sentimentos e pensamentos negativos.
Junto com o profissional, ela desenvolve estratégias emocionais para administrá-los e ter respostas mais saudáveis às pessoas, acontecimentos e ambiente onde se encontra.
O acompanhamento psicológico é normalmente estendido para outros membros da família.
As atitudes da criança podem causar sofrimento aos pais, irmãos e parentes cuja convivência é diária, então, eles também precisam de orientação psicológica para saber como lidar com a situação.
A família deve acompanhar o andamento da terapia para verificar se a criança está, de fato, agindo de acordo com os ensinamentos da psicoterapia.
Por exemplo, os pais podem se certificar se o filho concluiu a tarefa e trabalhos escolares, cuidou da organização do quarto e concluiu a rotina de higiene pessoal.
Leia também: “Ansiedade infantil: sintomas, causas, como lidar e tratar [Guia]“
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Autor: psicologa Lujan de Cássia Agostinho - CRP 06/85978Formação: Lujan de Cássia Agostinho possui graduação e licenciatura em Psicologia, especialização em Psicologia Clínica na Abordagem Cognitivo-Comportamental (TCC) e MBA em Gerência de Recursos Humanos.