Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Viviane Gomes Ribeiro Polpeta - Psicólogo CRP 06/130900
Você sabe o que é dismorfia corporal? Trata-se de uma condição psicológica na qual as pessoas possuem uma preocupação excessiva com defeitos imaginários ou minimamente perceptíveis em sua aparência física.
Esta situação pode causar intenso sofrimento emocional, afetando as práticas diárias de uma pessoa e interferindo negativamente em sua qualidade de vida.
É sempre importante reconhecer que a dismorfia corporal se refere a um quadro sério e que requer ajuda profissional.
Portanto, continue a leitura para saber mais a respeito dessa condição, conhecer suas principais características e cuidados necessários.
O que é a dismorfia corporal?
A dismorfia corporal é um estado psicológico em que a pessoa possui uma excessiva preocupação com sua aparência física, de modo que ela acredita ter defeitos que às vezes nem existem ou que, se existem, são imperfeições mínimas.
Desta forma, quem sofre dessa condição tem uma visão distorcida de si mesmo, uma vez que exagera na preocupação com pequenas imperfeições ou acredita que possui defeitos que na verdade existem apenas em seu imaginário.
O problema é que esse pensamento frequente provoca grande sofrimento emocional, fator que pode atrapalhar significativamente a qualidade de vida do indivíduo, sobretudo devido à forte tendência que as pessoas possuem de isolar-se socialmente em tais situações.
Embora alguns grupos sejam mais suscetíveis (a exemplo dos adolescentes), a dismorfia corporal pode ocorrer em qualquer pessoa.
Quais são os sintomas da dismorfia corporal?
No geral, os principais sintomas caracterizadores da dismorfia corporal incluem:
- Preocupação excessiva com a aparência, com mínimos ou imaginários defeitos.
- Olhar-se no espelho com frequência.
- Baixa autoestima ou sentimentos de vergonha relacionados à aparência.
- Atitudes no sentido de tentar esconder imperfeições ou corrigi-las com maquiagem, roupas ou até procedimentos estéticos.
- Comparações frequentes da própria aparência com a dos outros.
- Acreditar que as pessoas estão sempre reparando em seus defeitos ou os criticando.
- Evitar situações da vida social, fotografias ou espelhos.
- Busca exagerada por procedimentos estéticos para corrigir os possíveis defeitos, ficando muitas vezes insatisfeito com os resultados.
Existem, ainda, alguns outros possíveis sintomas, sendo que todos eles podem provocar um intenso sofrimento psicológico nas pessoas acometidas pela condição.
Principais áreas do corpo afetadas
Em cada indivíduo a dismorfia corporal se manifesta de uma maneira diferente. Enquanto alguns fixam sua preocupação excessiva com determinada parte do corpo, outros já se preocupam com diversas partes ao mesmo tempo.
No entanto, é possível citar que as principais áreas do corpo afetadas pela dismorfia corporal são:
- Pele (preocupações com acnes, cicatrizes, rugas ou manchas, por exemplo).
- Cabelo (ansiedade relacionada à queda de cabelo ou ao excesso de pelos).
- Insatisfação com as características do rosto (nariz, olhos ou dentes, por exemplo).
- Peso e forma do corpo (se é gordo ou magro, ou com partes específicas, como o abdômen, quadris e coxas).
- Tamanhos dos peitos ou músculos.
- Nos homens, a questão da definição muscular (chamada de dismorfia muscular) e o tamanho do pênis.
Apesar de serem as áreas mais comuns de serem atingidas pela dismorfia corporal, esta pode se concentrar em qualquer outra parte do corpo, e as preocupações, por sua vez, podem mudar ao longo do tempo.
Dismorfia corporal e a busca por tratamentos estéticos
A relação entre a dismorfia corporal e a busca por tratamentos estéticos é bastante significativa, já que muitos indivíduos com tal condição, de forma bem frequente, recorrem a procedimentos estéticos na tentativa de corrigir as imperfeições percebidas em sua aparência.
É importante ressaltar que essa busca por tratamentos estéticos é uma manifestação comum da dismorfia corporal.
Contudo, isso é um tanto problemático, já que raramente oferece uma solução duradoura para os defeitos que a pessoa julga ter.
Por isso, o tratamento psicológico é fundamental para abordar as causas reais da dismorfia corporal e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos que passam por essa condição.
O que causa a dismorfia corporal?
Embora as causas que provocam a dismorfia corporal ainda não sejam totalmente comprovadas, acredita-se que essa condição pode ser causada por uma junção de fatores genéticos, biológicos, psicológicos e ambientais.
Dentre os principais, estão os seguintes:
- Genéticos: Predisposição hereditária, especialmente em famílias com histórico de transtornos de ansiedade ou depressão.
- Biológicos: Desequilíbrios de neurotransmissores, como a serotonina, e anormalidades cerebrais no processamento da imagem corporal.
- Traumas: Bullying, abuso ou comentários negativos quanto a aparência durante a infância e adolescência.
- Pressão social e cultural: Exposição a padrões de beleza irrealistas promovidos pela mídia e redes sociais.
- Fatores psicológicos: Coexistência com outras condições de saúde mental, como depressão e ansiedade.
- Perfeccionismo e baixa autoestima: Traços de personalidade que intensificam a insatisfação com a aparência.
Como dito, apesar desses fatores aumentarem o risco do desenvolvimento da dismorfia corporal, a interação entre eles é complexa e varia de pessoa para pessoa.
Como lidar com a dismorfia corporal?
A princípio, lidar com a dismorfia corporal pode ser difícil, mas existem alguns tratamentos que ajudam a controlar os sintomas e a melhorar a qualidade de vida. Isso pode envolver uma combinação de técnicas terapêuticas, práticas de autocuidado e até medicamentos.
Assim, alguns tratamentos eficazes são:
- Terapia cognitivo-comportamental (TCC);
- Uso de antidepressivos;
- Acompanhamento profissional contínuo;
- Suporte social (terapia em grupo ou em família), etc.
Lidar com a dismorfia corporal nem sempre é fácil, mas com o tratamento adequado e o apoio necessário, é possível melhorar a qualidade de vida e reduzir o impacto desse tipo de condição de saúde.
Como diagnosticar a dismorfia corporal?
O diagnóstico de dismorfia corporal é realizado por um profissional de saúde mental, podendo ser um psicólogo ou psiquiatra, sendo que haverá uma avaliação cuidadosa dos sintomas e do histórico do paciente.
Durante as consultas, o profissional pode observar os comportamentos do paciente, como a frequência com que ele se olha no espelho ou ajusta sua aparência.
Para confirmar o diagnóstico, o profissional também analisa no paciente questões como:
- Preocupação com um ou mais defeitos percebidos na aparência física, que não são aparentes ou que parecem leves para os outros.
- Comportamentos repetitivos (como se olhar no espelho, arrumar-se excessivamente, beliscar a pele) ou atos mentais (como comparar-se com os outros) em resposta às preocupações com a aparência.
Portanto, é muito importante realizar um diagnóstico preciso para que o tratamento seja iniciado o quanto antes.
Teste online para dismorfia corporal
Para saber se o seu caso é de uma situação de dismorfia corporal, responda com “sim” ou “não” às seguintes perguntas com base em suas experiências e sentimentos recentes:
- Você se preocupa frequentemente com defeitos em sua aparência que outras pessoas não notam ou consideram pequenos?
- Você passa muito tempo se olhando no espelho, arrumando ou tentando esconder essas falhas percebidas?
- Você acredita que essas preocupações com a aparência interferem em sua vida diária?
- Você frequentemente compara sua aparência com a de outras pessoas?
- Você busca frequentemente a opinião dos outros sobre sua aparência para se sentir mais seguro?
Resultados:
Caso tenha respondido “sim” à maioria dessas perguntas, pode ser aconselhável buscar ajuda profissional para uma avaliação mais detalhada.
Caso tenha respondido “não” à maioria dessas perguntas, é menos provável que você tenha dismorfia corporal, mas, ainda assim, pode ser interessante discutir eventual preocupação com um profissional da saúde.
Tratamento para a dismorfia corporal
O tratamento para a dismorfia corporal geralmente envolve uma combinação de terapia psicológica (psicoterapia via terapia cognitivo-comportamental) e, em alguns casos, a prescrição de medicação (antidepressivos e ansiolíticos).
Vale lembrar que o tratamento deve ser personalizado, considerando-se a gravidade dos sintomas, a presença de outras condições de saúde mental e as preferências individuais do paciente.
Ademais, é igualmente importante que o tratamento seja conduzido por profissionais de saúde mental para garantir que a abordagem seja mais eficaz e segura.
Conclusão
Certamente, depois de ler este artigo, você já sabe o que é dismorfia corporal, uma condição psicológica séria que pode provocar sofrimento significativo e impactar a vida das pessoas afetadas.
Suas causas são multifatoriais, envolvendo fatores genéticos, biológicos, psicológicos e sociais.
A boa notícia é que seu tratamento é eficaz, geralmente incluindo prática de terapia cognitivo-comportamental e, em alguns casos, medicação.
Logo, reconhecer os sintomas e buscar ajuda profissional é essencial para uma melhoria na qualidade de vida das pessoas acometidas por este quadro de saúde psicológica.
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Autor: psicologa Viviane Gomes Ribeiro Polpeta - CRP 06/130900Formação: A Psicóloga Viviane Ribeiro é graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas e Especialista em Psicoterapia Comportamental – Terapia por Contingência de Reforçamento.