Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Isabela Martins Siqueira - Psicólogo CRP 09/010732
Você sabe o que é Síndrome de Asperger?
Essa condição levanta muitas dúvidas, embora hoje a quantidade de informações sobre ela esteja mais acessível.
Quanto mais cedo é feito o diagnóstico da síndrome, mais cedo é iniciado o tratamento, o qual tende a encontrar menos obstáculos quando feito de modo precoce.
O que é Síndrome de Asperger?
A Síndrome de Asperger é um transtorno do neurodesenvolvimento.
Essas condições são caracterizadas por déficits no desenvolvimento cognitivo, os quais resultam em certos prejuízos no funcionamento social, pessoal, acadêmico ou profissional.
No caso do Asperger, as áreas de comunicação e interação social são as mais afetadas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há aproximadamente 2 milhões de casos de Síndrome de Asperger no Brasil.
O diagnóstico dessa condição costuma ser feito na infância, logo nos primeiros anos de vida da criança ou quando ela entra em idade escolar.
Crianças e adolescentes com Asperger normalmente têm um bom desempenho em projetos e trabalhos escolares.
A sua maior dificuldade são as interações sociais casuais, que não envolvem uma função específica.
Por exemplo, conversa fiada para passar o tempo ou brincadeiras entre amigos nos momentos de ócio.
Homens são quatro vezes mais propensos a desenvolver Asperger do que as mulheres.
Uma possível explicação para a reincidência no sexo masculino são os fatores genéticos.
Qual a diferença entre Autismo e Síndrome de Asperger? São a mesma coisa?
O termo Síndrome de Asperger mudou, uma vez que o quinto volume do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, ou somente DSM-V, incluiu a condição no espectro do autismo.
A partir de então, os sintomas da síndrome foram incluídos no Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O TEA é agora o nome correto para se referir a condições ligadas ao autismo.
Entretanto, o termo Síndrome de Asperger ainda é utilizado popularmente pelas pessoas para se referir ao espectro autista e, em alguns casos, por profissionais da saúde.
Alguns podem usar o termo “TEA sem limitações intelectuais ou de linguagem”.
O atraso na fala e outras funções, na verdade, não é um sintoma presente em todos os quadros de TEA.
Esse transtorno opera em um espectro que possui a seguinte divisão:
- Nível 1: déficits leves nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, dificuldade de iniciar interações sociais, inflexibilidade de comportamento, dificuldade em trocar de atividades e necessidade de apoio.
- Nível 2: déficits moderados nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, prejuízos sociais aparentes, inflexibilidade de comportamento, certa dificuldade para lidar com mudanças e necessidade de apoio substancial.
- Nível 3: déficits graves nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, inflexibilidade de comportamento, muita dificuldade para lidar com mudanças, comportamentos restritivos interferem no funcionamento em todas as esferas e necessidade de apoio muito substancial.
O que causa a síndrome de Asperger?
A causa específica da Síndrome de Asperger ainda é desconhecida, por isso, hoje profissionais da área da saúde e pesquisadores afirmam que existem diversas possíveis causas para a condição.
Por exemplo, uma possível razão para os homens receberem mais diagnósticos de Asperger que as mulheres é a ocorrência de mutações associadas ao cromossomo X, alterações áreas específicas do cérebro ou o papel da sinalização androgênica no desenvolvimento dos homens.
As causas do TEA estão associadas, sobretudo, a fatores genéticos, neurológicos e problemas ambientais.
Todavia, muitos profissionais concordam que a síndrome não tem relação com experiências negativas na infância, como negligência dos pais, formas de abuso e outros eventos traumáticos.
Quais são os sintomas da síndrome de Asperger?
As pessoas com essa síndrome veem o mundo de um jeito diferente.
Para elas, certas experiências são desafiadoras e requerem maior esforço emocional, psicológico e cognitivo.
Para entender como pensa uma pessoa com a Síndrome de Asperger e saber como ajudá-la, separamos os principais sintomas da síndrome abaixo.
Sensibilidade sensorial
Certos sons, texturas, luzes, cheiros e sabores incomodam e, quando abundantes, podem até desencadear crises.
Ambientes demasiadamente movimentados, com música alta, conversa paralela e luzes ofuscantes são muito desagradáveis para quem tem essa condição.
A aversão a certos sabores e texturas de alimentos também leva a pessoa com Asperger a se alimentar sempre das mesmas comidas.
Dificuldades na interação e comunicação social
A dificuldade de comunicação envolve não conseguir identificar normas sociais, expressões casuais, brincadeiras e ironias.
O indivíduo entende tudo ao pé da letra, gerando uma sensação de frustração por não conseguir compreender as nuances das conversas ou de desinteresse pela interação.
O contato visual também pode provocar nervosismo, dificultando o andamento da conversa.
Rotina e padrões repetitivos de comportamento
A rotina provoca uma sensação de segurança e previsibilidade, por isso, pessoas com Asperger gostam de fazer as mesmas coisas todos os dias e seguir rituais diários, como o passo a passo da rotina matinal, ou anuais, como celebrações de datas comemorativas.
Quando são impedidas de seguir a rotina, seja em razão de uma viagem ou mudança do modo de vida, ficam estressadas e podem ter um descontrole emocional.
Interesses restritos e altamente focados
É comum o interesse por um assunto ou atividade específica, como animais, astronomia, gênero de filme ou livro, atividades artísticas ou um tipo de esporte (geralmente individual).
Benefícios de obter um diagnóstico: como a Síndrome de Asperger é diagnosticada?
Afinal, como é feito o diagnóstico desta condição?
Através de uma avaliação neuropsicológica, é possível identificar os sintomas da síndrome e verificar o seu grau de intensidade.
Quem pode fazer esse teste é o neuropsicólogo e o neuropediatra ou, no caso dos adultos, o neurologista.
O especialista observa os padrões comportamentais e emocionais do paciente, bem como o funcionamento das suas funções executivas, como a memória, e habilidades sociais.
Deste modo, ele consegue traçar um plano de tratamento personalizado para as necessidades do paciente.
Normalmente, as pessoas levam os seus filhos para o clínico geral ou pediatra e, após discorrerem sobre as suas preocupações, recebem o encaminhamento para um especialista.
Os pais são uma parte importante do diagnóstico, uma vez que conseguem explanar os comportamentos do filho para o médico em detalhes.
Em alguns casos, uma avaliação mais longa pode ser necessária.
Isso porque existem condições com sintomas semelhantes aos dos de Asperger, como o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Transtorno Opositor Desafiador (TOD).
Sendo assim, algumas crianças podem não expressar sintomas tão claros, indicando a necessidade de uma avaliação mais precisa para analisar os critérios do diagnóstico.
Síndrome de Asperger tem cura?
Após saber como é feito o diagnóstico da condição, você pode estar se perguntando sobre a possibilidade de cura.
A Síndrome de Asperger, na verdade, não tem cura porque ela não é uma doença.
É uma alteração no funcionamento do cérebro.
Com o acompanhamento psicoterapêutico e a execução de outras terapias, o indivíduo diagnosticado com Asperger tem a possibilidade de desenvolver as suas habilidades sociais e se adaptar ao meio social.
Como ajudar e como é o tratamento da síndrome de Asperger?
O tratamento desta síndrome é sempre multidisciplinar, ou seja, envolve a atuação de diversos profissionais, como neuropediatra ou neuropsicólogo, psicólogo, fonoaudiólogo, terapia ocupacional e psiquiatra.
A necessidade de outros tipos de terapia ou consultas com outros especialistas pode ser notada durante o tratamento.
Entre os meios de tratamento estão:
- Terapia Cognitivo-Comportamental: essa abordagem psicológica ajuda a erradicar comportamentos, pensamentos e emoções negativas para que padrões saudáveis possam ser desenvolvidos. Além de estimular o bem-estar emocional, ajuda as pessoas a se tornarem mais funcionais no dia a dia.
- Terapia da linguagem: com o objetivo de ajudar a melhorar a comunicação, essa terapia é feita por fonoaudiólogos. São usadas técnicas para aprimorar a articulação das palavras e organização da fala.
- Terapia ocupacional: a promoção das experiências sensoriais é um dos objetivos da terapia ocupacional. Como há muita sensibilidade a estímulos sensoriais na síndrome de Asperger, esse tipo de terapia ajuda na interpretação de sensações, resultando em respostas mais apropriadas ao ambiente.
- Psiquiatria: embora não exista um medicamento para a síndrome de Asperger em si, medicamentos para a hiperatividade e irritabilidade podem ser necessários em alguns casos. O médico que acompanha o caso recomendará a consulta com um psiquiatra em caso de necessidade.
Psicoterapia: a psicoterapia voltada para o controle emocional, autoconhecimento e construção da autoestima é benéfica para pessoas com Asperger de todas as idades.
O acompanhamento com o psicólogo ajuda as pessoas a passar por momentos de dificuldade, encontrar soluções para os seus problemas e aprender mais sobre suas motivações, crenças e emoções.
Psicólogos para Asperger
Conheça os psicólogos que atendem casos de Asperger no formato de terapia online por videochamanda:
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Suellen Dumoulin
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Suellen Dumoulin tem formação em Psicologia pela Universidade Cruzeiro do Sul e possui especialização em Autismo e em ABA para Pessoas com Autismo e Deficiência Intelectual, ambos pelo CBI Of Miami, além de aprimoramento em Adoção.
Valor R$ 150
próximo horário:
22/nov. às 08:00hs -
Isabela Siqueira
Consultas presenciais
Consultas por vídeoIsabela é psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, durante tempo na instituição realizou trabalho voluntário no Projeto Aprender a Pensar e participou de Iniciação Científica no Laboratório Experimental de Análise do Comportamento.
Valor R$ 160
próximo horário:
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Autor: psicologa Isabela Martins Siqueira - CRP 09/010732Formação: Isabela é psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, durante tempo na instituição realizou trabalho voluntário no Projeto Aprender a Pensar e participou de Iniciação Científica no Laboratório Experimental de Análise do Comportamento.