Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Regina Gomes Frossard - Psicólogo CRP 04/14190

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) atualmente está presente em cerca de 1% a 2% das crianças e adolescentes ao redor do mundo.
Hoje, compreende-se que o autismo não é uma patologia, mas, sim, um transtorno que abrange um complexo espectro.
A maneira como as pessoas com autismo aprendem, interagem com o mundo e as pessoas, pensam e resolvem problemas flutua consideravelmente.
Enquanto algumas precisam de auxílio em suas vidas cotidianas, outras recebem menos apoio e vivem independentemente.
O que é o Transtorno do Espectro Autista?
TEA é um transtorno associado ao desenvolvimento neurológico, marcado por graus de comprometimento na comunicação e linguagem. Ele também é caracterizado por padrões estereotipados e repetitivos de comportamento.
Como os níveis de funcionamento variam de modo considerável de indivíduo para indivíduo, é impossível dizer que todas as pessoas autistas são iguais. As características únicas de cada um devem ser observadas para que seja definido o melhor método de tratamento.
O TEA também pode se manifestar concomitantemente a outras condições, como depressão, ansiedade, epilepsia e transtorno de deficit de atenção e hiperatividade (TDAH).
Uma das teorias comumente defendidas afirma que a pessoa autista é afetada pela chamada “cegueira mental”. Ou seja, ela é incapaz de imaginar o que os outros indivíduos podem estar pensando ou sentindo. Ela também tem dificuldade de interpretar expressões faciais, o que pode levar a reações inesperadas durante interações.
Os pais e os professores normalmente buscam um profissional para a criança após perceberem atrasos no desenvolvimento motor e da fala, bem como regressões de habilidades já desenvolvidas.
Sintomas do Transtorno Espectro Autista
Os primeiros sintomas do TEA são identificados logo nos primeiros cinco anos. Em alguns casos, é possível distingui-los antes mesmo do primeiro ano de vida. O diagnóstico precoce evita uma série de problemas para as crianças.
Os sintomas mais notáveis costumam ser atraso na comunicação verbal e incômodo com o toque e estímulos do ambiente (luzes, ruídos, cores). Outros sintomas são padrões comportamentais repetitivos e restritos.
Para uma criança receber o diagnóstico de TEA, ambos esses conjuntos de sintomas devem prejudicar seu dia a dia tanto em casa quanto na escola, além de impactar negativamente suas interações com a família, colegas e outros adultos.
Em seguida, confira em detalhes quais comportamentos se manifestam em cada conjunto de sintomas.
1. Deficits de comunicação
Esses deficits são identificados na reciprocidade social e/ou emocional, como incapacidade de iniciar ou responder a conversas, dificuldade na transmissão de emoções, interpretações equivocadas de linguagem corporal, gestos e expressões e dificuldade de manter contato visual e reduzir expressões faciais.
Por conta desses deficits comunicacionais, a pessoa autista tende a não conseguir estabelecer muitas amizades e ajustar seu comportamento às situações.
Normalmente, quando os sintomas são acentuados, ela possui somente relações próximas com familiares. Já quando eles são menos intensos, a pessoa autista consegue formar amizades com poucos indivíduos confiáveis.
2. Padrões de comportamento repetitivos e restritivos
A pessoa autista tem comportamentos estereotipados ou repetitivos, como agitar as mãos ou estalar os dedos repetidamente, repetir frases sem contexto, alinhar brinquedos ou organizá-los por tamanho ou cor.
Esses padrões comportamentais fazem com que ela sinta aflição extrema ao mudar pequenas coisas em sua rotina, como refeições, roupas e horários. Tradições familiares, como ceias de Natal e comemorações de aniversário, também são muito esperadas por ela.
Outra característica é ter interesses restritos, como meios de transporte, fenômenos da natureza, astronomia, roupas e animais. A pessoa autista busca muito conhecimento sobre os seus interesses e gosta de compartilhá-lo com quem é próximo.
Por fim, os padrões de comportamento também constituem reações exageradas ou ausência de reação a estímulos sensoriais, como cheiros, texturas específicas, temperaturas distintas, barulhos e cores.
Tratamento para o autismo
O tratamento do autismo costumeiramente envolve a psicoterapia, tratamento medicamentoso e auxílio de profissionais variados, como fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pediatras, nutricionistas e pedagogos.
Crianças autistas costumeiramente também começam a fazer terapia da fala e linguagem assim que o diagnóstico é feito. Os profissionais usam uma variedade de métodos para desenvolver a habilidade de comunicação dos pequenos.
É igualmente comum que pacientes autistas sigam uma dieta específica e tomem determinados suplementos vitamínicos ou minerais. Alguns indivíduos detestam certos tipos de alimentos por conta da textura, gosto ou som da mastigação, por isso, se recusam a comer não importa o que os pais façam. Dessa maneira, eles precisam complementar a sua alimentação.
Antes de fazer quaisquer modificações nos hábitos alimentares das crianças com TEA, no entanto, a família deve buscar orientações de um nutricionista.
O tratamento medicamentoso pode ajudar a aliviar sintomas, como irritabilidade, impulsividade e comportamentos ritualísticos, mas não é adequado para desenvolver competências. Para isso, o paciente deve buscar a psicoterapia e demais terapias consideradas adequadas para o seu quadro clínico.
Outras terapias procuradas por pais de crianças autistas
Com o avanço tecnológico e científico, bem como da compreensão do transtorno do espectro autista, diversas terapias surgiram para ajudar pessoas com autismo.
- Musicoterapia: as melodias ajudam as crianças a compreenderem as suas emoções e interagir com o mundo de uma forma menos complicada para elas. O objetivo não é aprender um instrumento, mas estimular a autoexpressão por meio da música.
- Psicomotricidade: jogos e brincadeiras são efetuadas para ajudar as crianças a concentrarem a sua atenção em um único objetivo, como amarrar os sapatos e escovar os dentes. Esses exercícios aprimoram o controle dos movimentos ao mesmo tempo em que combatem movimentos repetitivos.
- Equoterapia: a terapia com animais, especialmente cavalos, é muito popular entre as crianças com autismo. Ela proporciona muitos benefícios: controle da respiração, coordenação motora, postura e, sobretudo, autoestima.
- Terapia Ocupacional: promove o bem-estar e a saúde emocional com o auxílio de exercícios para tornar a vida diária mais fácil. Essa terapia trabalha habilidades comuns do cotidiano como se sentar e levantar, se alimentar, escovar os dentes, pentear o cabelo, trocar de roupa e calçar os sapatos. Dessa forma, a pessoa autista pode ganhar independência e melhorar a qualidade de vida em casa e na escola.
Psicoterapia para o Transtorno do Espectro Autista
Na psicoterapia, a pessoa autista encontra um espaço exclusivo para aprimorar competências com o intuito de aprimorar suas vidas diárias, como comunicação, aprendizagem e aptidões de escrita, leitura e matemática.
Como possuem dificuldade para gerir os estímulos do ambiente, a frustração e o estresse são reações emocionais comuns entre as pessoas com autismo. À medida que elas desenvolvem as suas habilidades na terapia, também melhoram o seu controle emocional.
Existem várias abordagens psicológicas que podem ajudar a pessoa autista a desenvolver habilidades e controlar sintomas.
Uma delas é a Análise do Comportamento Aplicada, ou ABA em inglês, cujo principal objetivo é maximizar os comportamentos positivos da criança, desenvolver suas habilidades sociais e diversificar suas respostas a múltiplos acontecimentos. Assim, o estresse proveniente dessas situações também diminui. Esse método reduz, ainda, comportamentos vistos como inadequados.
O Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Deficits Relacionados à Comunicação, conhecido como TEACCH, procura favorecer a aprendizagem de pessoas autistas.
Através de um ambiente organizado e ensino estruturado, elas encontram oportunidades para ampliar o seu repertório intelectual e comunicacional. Aos poucos, as crianças autistas conquistam a sua autonomia e melhoram sua compreensão de como os outros agem.
Uma técnica voltada para indivíduos que não conseguem falar, mas compreendem figuras e conseguem se comunicar por meio delas é o Sistema de Comunicação por Troca de Imagem.
O psicólogo utiliza cartões com figuras para representar situações, pessoas e objetos para que a criança consiga se expressar. Com o tempo, ela consegue combinar as figuras para formas frases completas.
Como cuidar de uma criança com TEA?
A criança com transtorno do espectro autista tem necessidades diferentes das outras, portanto, os pais devem estar preparados para atendê-las. Em casa, eles podem ajudar as crianças com TEA das seguintes maneiras:
- Estabelecer uma rotina e segui-la.
- Respeitar o desconforto aos estímulos, como luzes fortes e música.
- Engajar em brincadeiras estimulantes, como quebra-cabeças, jogos de tabuleiros e jogos de carta.
- Se adaptar à comunicação visual se for mais confortável para o filho.
- Sempre seguir as orientações dos profissionais.
- Incentivar a execução de tarefas simples. Você pode estabelecer pequenas metas, se necessário.
- Auxiliar a criança a distinguir expressões faciais.
- Evitar usar ironias e expressões exageradas.
O diagnóstico do TEA certamente não é o fim do mundo. Graças ao avanço da ciência, hoje pessoas autistas podem ser diagnosticadas na idade adequada e ter acesso a formas de tratamento cujos benefícios serão desfrutados pelo restante de suas vidas.
Psicólogos para Transtorno do Espectro Autista - TEA
Conheça os psicólogos que atendem casos de Transtorno do Espectro Autista - TEA no formato de terapia online por videochamanda:
-
Taciane Rodrigues
Consultas presenciais
Consultas por vídeoTaciane é Palestrante e Psicóloga formada pela Universidade Nove de Julho desde 2016 e atualmente atua na área da Psicologia Clínica atendendo adolescentes, adultos e idosos. Pós-graduada em Gestão estratégica de negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie desde 2021. Taciane se aprimorou...
Valor R$ 140
próximo horário:
02/abr. às 09:00hs -
Francisca Lopes
Consultas presenciais
Consultas por vídeoFrancisca dos Santos Lopes, formada em psicologia pela Faculdade Anhanguera de Macapá com ênfase em psicologia clínica. Possui experiência com crianças, adolescentes, adultos, idosos nas demandas de ansiedade; habilidades sociais; desenvolvimento pessoal...
Valor R$ 70
próximo horário:
03/abr. às 13:00hs
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Autor: psicologa Regina Gomes Frossard - CRP 04/14190Formação: A psicóloga Regina Gomes Frossard é formada em Psicologia e atualmente atua na área clínica com atendimento psicológico particular individual, de casais e terapias em grupo.
Amei seus artigos enquanto psicopedagoga clinica,irá nos ajudar bastante em um projeto cristão com classe com TDAH, TEA e deficiência intelectual.Muito obrigada.
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