Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Marcelo Pereira Blanco - Psicólogo CRP 06/163449
O setembro amarelo é uma campanha global de prevenção do suicídio. Durante todo o mês, são feitas atividades de conscientização por órgãos oficiais de saúde e são estimuladas conversas sobre o tema nos mais variados canais de comunicação. É um período voltado para o cuidado com a saúde mental.
Estima-se que 17% dos brasileiros já pensaram, em algum momento, em dar fim a própria vida.
O percentual pode parecer pequeno à primeira vista, mas representa cerca de 3,5 milhões de pessoas. Muitos dos casos de suicídio são, na verdade, evitáveis. O que torna a situação complicada é que a pessoa que planeja tirar a própria vida sofre em silêncio.
Por isso, é importante que o maior número possível de pessoas tenha conhecimento sobre os sinais que podem levar ao suicídio.
É mais fácil alguém com essa intenção ouvir familiares e amigos no primeiro momento. O tratamento psicológico geralmente vem depois da pessoa avaliar o próprio comportamento e perceber que, de fato, algo não está certo.
O que é setembro amarelo?
No Brasil, a campanha do setembro amarelo foi criada em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), o CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatra).
Além da conscientização, a intenção era associar a cor ao mês que marca o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio em 10 de setembro, a qual foi estipulada em 2003. É por isso que monumentos e alguns órgãos brasileiros são iluminados por uma coloração amarelada durante o mês.
Em âmbito internacional, a campanha é estimulada pela Associação Internacional para Prevenção do Suicídio (IASP), em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Federação Mundial para Saúde Mental (WFMH, em inglês). Como resultado, são realizadas diversas ações de conscientização, presenciais e virtuais, em todo o mundo durante o setembro amarelo.
O caso do jovem Mike Emme
Mike Emme foi um adolescente americano que tirou a própria vida dentro do seu mustang amarelo no ano de 1994.
Mike era conhecido em sua cidade como um rapaz sorridente e feliz, sem grandes preocupações em sua vida.
Sua morte foi recebida com grande choque por sua família, amigos e demais membros da comunidade na qual vivia.
Em seu funeral, seus pais, Dale e Darlene Emme, distribuíram cartões com mensagens de apoio, decorados com fitas amarelas, as quais são símbolo do setembro amarelo.
A intenção dos pais de Mike era conscientizar as pessoas sobre a importância de prestar atenção no comportamento dos entes queridos e, ainda, mostrar apoio a quem estivesse passando pelo mesmo que o filho.
Eles deram início ao programa de prevenção de suicídio chamado “fitas amarelas”. Este se transformou na campanha mundial conhecida hoje.
Por que falar sobre prevenção do suicídio
Uma pessoa não contempla o suicídio do nada.
A necessidade de fugir das causas da infelicidade é uma consequência da deterioração da saúde mental.
A depressão, a ansiedade, o pânico, a bipolaridade, entre outras condições, já estão em um estado grave. Tão grave que a pessoa acredita não haver mais salvação para si mesma.
Essa visão não está correta, é claro. Para todos os impasses por quais passamos na vida, existe uma solução.
Esta pode não ser a mais prazerosa para o emocional nem ser tão rápida quanto gostaríamos, mas é eficaz. Infelizmente, na maioria das vezes a pessoa que comete suicídio não tinha esse conhecimento.
Essa desinformação tende a ser fruto da falta de diálogo sobre suicídio e saúde mental. Para que seja possível reduzir os casos de pessoas que optam por esse caminho no Brasil e no mundo, é preciso falar sobre o assunto.
Falar com consciência e em um espaço apropriado e seguro para a discussão das dores emocionais. O setembro amarelo vem para suprir essa necessidade.
Ao criar locais públicos e virtuais para as pessoas se expressarem e obterem informações sobre o ato de tirar a própria vida, a campanha quebra o estigma que acompanha o assunto e, ainda, promove a busca por ajuda profissional.
O preconceito contra os psicólogos e psiquiatras, a vergonha de se ter sintomas de depressão e outras condições, o medo dos próprios pensamentos suicidas, os comentários equivocados ou as provocações dos familiares e a desinformação dificultam que a pessoa encontre a ajuda necessária para reencontrar a vontade de viver.
Embora seja um tema difícil de falar abertamente, é de extrema importância que mais pessoas saibam sobre o setembro amarelo e como prevenir o suicídio.
O que causa o suicídio
É complicado pontuar o porquê de uma pessoa desejar cometer este ato.
Às vezes, indivíduos com vidas aparentemente perfeitas se vão da noite para o dia sem nenhuma explicação, deixando entes queridos chocados.
No silêncio, sofriam com condições mentais desconhecidas por quem estava próximo.
Na verdade, a pessoa não deseja a morte em si, mas, sim, a libertação dos seus tormentos diários.
Como acredita não haver solução para eles, recorre a única forma de “acabar com tudo” que conhece. Esses tormentos não precisam ser necessariamente problemas de caráter muito grave, como abuso ou vivência em relacionamentos tóxicos.
Pode ser a sensação de vazio existencial dentro da pessoa, a ausência de vontade de levantar da cama ou o sentimento de inutilidade.
Eles podem não apresentar um motivador específico e afetar todos os aspectos da vida, como trabalho, família, relacionamento, vida social, entre outros.
Se não tratados, transformam o estado emocional da pessoa em um verdadeiro inferno interno. Ou seja, o cuidado com a saúde mental novamente se faz importante.
Como identificar os sinais
A pessoa que planeja tirar a própria vida deixa sinais, os quais são reconhecidos tardiamente na maioria dos casos.
Esses são expressos através da fala, dos pensamentos e do comportamento. Se reconhecer alguns dos sinais abaixo em você ou em um ente querido, não hesite em procurar ajuda.
- Falas constantes sobre a falta de esperança e/ou preocupação com a própria morte. É comum pessoas que cometem suicídio falarem muito sobre o tema, buscando curiosidades e casos reais;
- Pessimismo e visão negativa sobre a vida;
- Incapacidade de identificar e valorizar conquistas, qualidades e vivências boas;
- Falta de perspectiva sobre o futuro;
- Expressões artísticas de caráter mórbido e perturbador, como desenhos, pinturas, textos, músicas, etc;
- Autoestima baixa;
- Sentimento de culpa, mesmo por acontecimentos que não tiveram a sua participação;
- Expressões de ideias suicidas, como “vou desaparecer”, “vou deixá-los em paz para sempre” e “queria dormir e nunca mais acordar”. Essas falas não devem ser confundidas com chantagem emocional ou dramaticidade;
- Isolamento social;
- Crises afetivas e/ou emocionais em diversas áreas da vida; e
- Letargia, fadiga e vontade de ficar na cama o dia todo.
O que fazer diante do risco de suicídio
As orientações oficiais do CVV para ajudar alguém sob o risco de suicídio incluem quatro passos.
Conversar
Já que não possuem total consciência de suas ações, as pessoas tendem a não responder bem à expressão de preocupação com o suicídio. Apesar de você querer somente o bem do outro, a conversa pode ser mal interpretada.
Para não causar danos ao laço compartilhando entre vocês, expresse a sua preocupação com cuidado. Se o ente querido não conseguir ter consciência de seu comportamento de imediato, você pode optar por questioná-lo (Como você se sente sobre isso? Como tem se sentido ultimamente?) sem pressioná-lo.
Acompanhar
Manter contato com a pessoa é essencial. Se a distância for um problema, converse com ela através de aplicativos ou redes sociais para checar seu estado emocional.
Procurar ajuda profissional
A terapia é o ambiente livre de discriminações e pressões sociais perfeito para quem está sob o risco de tirar a própria vida. A pessoa querida sempre deve ser aconselhada de buscar ajuda profissional na terapia e, possivelmente, iniciar um tratamento para identificar causa da vontade de morrer.
Caso você sinta a necessidade de conversar sobre os seus problemas emocionais e pensamentos de caráter suicida, também deve procurar um psicólogo. Este é o profissional mais adequado para ajudá-lo diante dessa situação. A vergonha deve ser deixada de lado. A eliminação dessa, aliás, é um dos fatores mais destacados pelo setembro amarelo.
Para apoio imediato, indique a linha de apoio emocional sigilosa do CVV, a 188.
Proteger
Se o perigo à vida for imediato, não é recomendável deixar a pessoa sozinha. O ambiente deve ser limpo de quaisquer objetos que possam ser utilizados para provocar a morte, como armas de fogo, pesticidas, medicamentos, tesouras, facas, entre outros.
Psicólogos para Suicídio
Conheça os psicólogos que atendem casos de Suicídio no formato de terapia online por videochamanda:
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Débora Porto
Consultas presenciais
Consultas por vídeoGraduada em Psicologia pela Universidade Católica de Brasília e especialista em Saúde da Mulher. Formação de doula e educadora perinatal pela Matriusca-DF.
Valor R$ 120
próximo horário:
22/nov. às 13:00hs -
Patrícia Carvalho
Consultas presenciais
Consultas por vídeoPatrícia Carvalho é psicóloga graduada pelo Centro Universitário Salesiano de São Paulo (UNISAL - Lorena -SP). Atualmente é pós-graduanda em Intervenção ABA aplicada do Transtorno de Espectro Autista (TEA)...
Valor R$ 100
próximo horário:
21/nov. às 09:00hs
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Autor: psicologo Marcelo Pereira Blanco - CRP 06/163449Formação: O psicólogo Marcelo Blanco formou-se pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e cursa pós-graduação em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade na FMU - Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas, além de cursos ligados a Avaliação Psicológica e Psicanálise.