Espero que você goste desse artigo. Se você quiser, conheça os psicólogos que fazem terapia online. Autor: Geraldine Medeiros Ferreira - Psicólogo CRP 04/12240

O transtorno dismórfico corporal (TDC), ou simplesmente transtorno de imagem, é um distúrbio caracterizado pela percepção alterada da própria imagem.
Ou seja, a pessoa portadora dessa condição se preocupa exageradamente com o seu corpo e/ou rosto, mas o que vê no espelho não condiz com a realidade.
É muito comum que o transtorno dismórfico corporal seja confundido com uma vaidade excessiva. No entanto, no caso dessa doença, a insatisfação com o corpo pode acarretar sofrimento psicológico, além de possíveis transtornos alimentares.
Considerando a gravidade desse problema, preparamos este artigo para falar tudo sobre o transtorno dismórfico corporal, incluindo seus sintomas, causas e tratamento!
Quais são os sintomas de transtorno dismórfico corporal?
Existem alguns sinais e sintomas que devem ser observados a fim de identificar se você ou alguém próximo possa estar manifestando o transtorno dismórfico corporal, como:
- Insatisfação com o corpo mesmo após a realização de cirurgias plásticas.
- Gastos excessivos e desnecessários com produtos de beleza.
- Comparação constante com outros corpos que você acredita ser o ideal.
- Medo de usar roupas que evidenciem o seu corpo, como em praias e clubes.
- Se olhar muito no espelho e exteriorizar constantemente as insatisfações.
- Perder muito tempo do seu dia se preocupando com a aparência.
- Ter a vida profissional e pessoal afetada pela insatisfação com o corpo.
Convém destacar que, quando em um estágio mais avançado, esse distúrbio pode desencadear outros graves problemas, como depressão, distúrbios alimentares e até mesmo o alcoolismo ou uso de drogas.
O que causa o transtorno dismórfico corporal?
As causas do transtorno dismórfico corporal não são exatamente conhecidas. No entanto, sabe-se que elas possuem um fator genético importante e que costumam estar relacionadas à pré-existência de outros diferentes tipos de transtornos mentais.
Além disso, a vivência de adversidades na vida que não foram bem processadas podem contribuir para que o TDC se manifeste.
Sendo assim, estão relacionadas à sua manifestação:
- Problemas com a autoestima;
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG);
- Depressão;
- Traumas na infância;
- Bullying;
- Pressão sentida para atender aos padrões esperados, sobretudo aqueles veiculados nas redes sociais (“corpos perfeitos”).
Assim, esses problemas podem desencadear algumas reações neurológicas, que alteram a forma como nós nos enxergamos e nos percebemos.
Tratamento para o transtorno dismórfico corporal
Existem diferentes frentes para o tratamento do transtorno dismórfico corporal, sendo os principais:
- Acompanhamento com um psicólogo;
- Prescrição de medicamentos por um psiquiatra;
- Mudança de hábitos, sobretudo a relação com as redes sociais;
- Acompanhamento com um nutricionista.
A seguir, explicaremos melhor as principais frentes!
Medicamentos para o transtorno dismórfico corporal
Esse tratamento envolve a prescrição de medicamentos por um psiquiatra, sendo os mais comuns os antidepressivos. Essa é uma forma de estabilizar o humor do paciente para que, assim, ele possa estar mais aberto e flexível para as mudanças propostas na psicoterapia.
Terapias psicológicas
Já essa frente de tratamento envolve o acompanhamento psicológico para modificar as crenças e os padrões de pensamento do paciente sobre a sua aparência.
Além disso, o psicólogo orientará a pessoa a mudar os comportamentos presentes nesse transtorno, como se olhar frequentemente no espelho.
Convém mencionar que, dentre os principais tipos de terapia, a abordagem mais utilizada para esse fim costuma ser a terapia cognitivo-comportamental, que consegue contribuir de forma mais assertiva para que essas mudanças ocorram.
Como saber se tenho transtorno dismórfico corporal?
Para realizar o diagnóstico e saber se você sofre ou não com transtorno dismórfico corporal, será necessário iniciar o acompanhamento com um psicólogo.
No entanto, saiba que existem algumas perguntas que você pode fazer a si mesmo a fim de perceber se há alguma chance de estar com essa condição. Elas são:
- Os seus amigos e familiares também reparam na imperfeição que você diz ter ou, para eles, isso é irrelevante?
- Quantas vezes por dia você passa na frente do espelho para reparar e se preocupar com a sua imperfeição?
- Quanto tempo por dia você passa se preocupando com a sua aparência? Você percebe que isso prejudica a sua vida social ou profissional?
- Você se compara constantemente com outras pessoas, principalmente com os influenciadores digitais?
- Você deixa de sair de casa ou de ir em alguns lugares em que sente que a suas falhas ficarão expostas? (Por exemplo: se você tem problemas com o peso, sente que deixa de ir a um clube ou a uma praia por isso?)
- Você percebe que tem certos hábitos ou manias para simplesmente preservar o que te incomoda na sua aparência?
- Quanto você já gastou com procedimentos estéticos, cirurgias plásticas e produtos de beleza? Você se sentiu realizado ou, mesmo depois das intervenções, acha que há algo que precisa melhorar?
Essas são apenas algumas perguntas que você pode se fazer com o intuito de perceber se há alguma chance de você estar passando dos limites na preocupação com a sua aparência. No entanto, o diagnóstico do transtorno dismórfico corporal deve ser feito exclusivamente por um profissional especialista em saúde mental.
Quais são os impactos do TCD?
O TDC pode trazer inúmeros prejuízos para a vida da pessoa, sendo essa, inclusive, uma forma utilizada pelos psicólogos para realizar o diagnóstico da condição.
Nesse cenário, os principais impactos que esse transtorno costuma trazer são:
- Atraso nas entregas e improdutividade no trabalho e/ou no estudo por ficar se preocupando com os supostos defeitos.
- Comprometimento da saúde financeira em razão dos gastos excessivos e ilimitados com produtos e procedimentos estéticos.
- Uso de substâncias perigosas para a saúde física na busca de alcançar o corpo perfeito, como os esteróides anabolizantes.
- Isolamento social por se sentir constrangida por sua aparência.
- Desenvolvimento de condições graves, como a depressão e/ou dependência química, devido à grande angústia provocada pelo transtorno.
Esses pontos indicam a gravidade do transtorno dismórfico corporal.
Principais diferenças entre TDC e transtorno alimentar
Apesar de o transtorno dismórfico corporal apresentar possibilidades de interferência no comportamento alimentar da pessoa, ele não está necessariamente ligado a esse.
Nesse sentido, o transtorno alimentar é caracterizado por uma alteração no padrão de consumo de alimentos, como é o caso da anorexia e bulimia.
Enquanto isso, o TDC tem a ver com a imagem que o indivíduo tem de si próprio, não significando, portanto, que ele vá alterar a sua alimentação para ter o corpo que deseja. Isso porque, ele pode, por exemplo, se submeter a diversas cirurgias e/ou investir exageradamente em cosméticos para alcançar o que deseja.
Como é feito o diagnóstico do TDC?
O diagnóstico do TDC deve ser realizado por um profissional da saúde mental, como psicólogo ou psiquiatra. Para isso, ele realiza uma entrevista e uma análise minuciosa do histórico de vida e clínico do paciente para chegar ao diagnóstico preciso.
Como os sintomas dessa condição podem se confundir com o de outras, como os da disforia de gênero e dos próprios transtornos alimentares, o profissional deve excluir essas possibilidades primeiramente.
Assim, para que seja diagnosticado o transtorno dismórfico corporal, é necessário que:
- O paciente se preocupe com “defeitos” em sua aparência que para outras pessoas são insignificantes;
- Realize repetidamente comportamentos excessivos em razão da preocupação com a aparência, como arrumar o cabelo excessivamente ou se olhar no espelho de tempos em tempos;
- Se sente angustiado e incapaz de levar uma vida normal no trabalho, na família e entre os amigos porque está sempre preocupado com os supostos defeitos.
A partir desses pontos, é possível chegar a um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado, já mencionado neste artigo.
Prevenção do transtorno dismórfico corporal
Não existem formas de prevenir esse transtorno, uma vez que ele possui componentes genéticos e está vinculado a outras condições mentais.
No entanto, pessoas que apresentam essa predisposição, precisam trabalhar a aceitação do próprio corpo e a autoestima para não cederem às pressões sociais. Isso pode ser realizado em sessões de psicoterapia. Ou seja, não é preciso apresentar o estágio mais grave do TDC para procurar ajuda psicológica.
Além disso, o diagnóstico precoce dessa condição – que costuma apresentar os primeiros sinais no início da adolescência – é importante para que o tratamento seja iniciado o quanto antes e, assim, possa prevenir a sua manifestação na forma mais severa.
O transtorno dismórfico corporal tem cura?
Não, o TDC não possui cura, mas é tratável.
Isso significa que o paciente que adere com precisão ao tratamento proposto pelos profissionais da saúde consegue reduzir significativamente (e até eliminar) os sintomas, controlando a condição e vivendo uma vida normal, com bem-estar e saúde mental.
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Autor: psicologa Geraldine Medeiros Ferreira - CRP 04/12240Formação: A psicóloga Geraldine Medeiros Ferreira é graduada em Psicologia pela FUMEC, com pós-graduação e especialização em Psicanálise pela Universidade Federal de MG.